Review Moto G32 | Um bom smartphone simples
Por Felipe Junqueira • Editado por Léo Müller |
O Moto G32 é um celular da Motorola bastante parecido com Moto G42 e Moto G52. E, apesar de trazer o mesmo hardware, tem preço mais acessível.
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A grande diferença deste para os outros dois é a tela, com painel IPS LCD, em vez do OLED. Porém, a capacidade de memória é a mesma, bem como as características técnicas da câmera. Além de contar com uma bateria de 5.000 mAh, igual a seus "irmãos".
Será que vale a pena economizar no Moto G32, em vez de arriscar um dos modelos, teoricamente, mais avançados? É o que eu vou explicar nesta análise.
Design e Construção
- Dimensões: 161,8 x 73,8 x 8,5 mm;
- Peso: 184 gramas.
O mote desta análise é lhe ajudar a entender que o Moto G32 é um celular simples, que não tem nenhum grande destaque, mas também não fica devendo muito. Trata-se de um smartphone em barra, com vidro na parte frontal e plástico nas laterais e traseira.
As câmeras ficam em um módulo retangular, com os dois lados em tamanho próximo. Há dois furos maiores para as lentes no lado esquerdo, e à direita há um flash LED e uma terceira câmera. O logo da Motorola fica no centro.
Os botões de volume e energia se localizam na lateral direita, e o sensor de impressão digital está embutido neste último. Conectores de fone de ouvido e USB-C estão na parte inferior.
A tela tem poucas bordas e um pequeno furo centralizado e colado ao topo para a câmera frontal. Não há certificação contra água e poeira, mas o celular tem proteção contra respingos d’água. E está à venda nas opções preto, rosê e vermelho.
Tela
- Tamanho: 6,5 polegadas, 102,0 cm² de área, ~85,4% de ocupação;
- Tecnologia do painel: IPS LCD;
- Resolução e proporção: Full HD (1080 x 2400 pixels), 20:9;
- Densidade aproximada: 405 pixels por polegada;
- Extras: 90 Hz.
Apesar de tanto o Moto G42 quanto o G52 terem tela OLED, o Moto G32 traz o tradicional painel IPS LCD. Não chega a ser um ponto ruim, já que a resolução é Full HD, e há uma taxa de atualização de 90 Hz, não presente no modelo do meio.
A tela LCD é o que se espera dela: contraste menos intenso que em displays OLED, e brilho menos intenso. E este é o grande problema deste aparelho: é difícil usá-lo sob a luz do sol.
Eu tive bastante dificuldade em enxergar a tela para tirar fotos com o dispositivo. Saí para tirar fotos por volta do meio-dia, e mesmo no brilho máximo, o display estava um pouco escuro.
Um ponto que, algumas vezes, é possível corrigir com atualização de software. A Motorola já conseguiu entregar Moto G com tela LCD mais intensa, e não sei dizer se houve algum problema com a unidade que testei. Mas realmente o brilho máximo é bem baixo.
Tirando isso, é um ótimo celular para usar em ambientes internos. Não o recomendo para trabalhos de Uber ou entrega de encomendas. Ele não é muito bom para usar com Waze e afins, de maneira geral.
Configuração e Desempenho
- Sistema operacional: Android 12;
- Plataforma: Qualcomm Snapdragon 680 4G (6 nm);
- Processador: Octa-core (4x 2,4 GHz Kryo 265 Gold + 4x 1,9 GHz Kryo 265 Silver);
- GPU: Adreno 610;
- RAM e armazenamento: 4/128 GB.
O mesmo Snapdragon 680 presente no Moto G42 e G52 está presente no Moto G32. Curiosamente, não senti os engasgos em tarefas simples como relatei na análise do modelo (teoricamente) mais avançado entre os três.
A plataforma não é das mais potentes disponíveis no mercado atualmente, mas é bastante atual. Para tarefas mais simples, principalmente mensageiros e redes sociais, entrega um desempenho bom.
E mesmo em jogos, depois de carregar, consegue boa estabilidade. Mas é melhor rodar com gráficos reduzidos, ou vai travar. E se prepare para um tempo de carregamento longo.
Apesar de o nome dar a entender que é um processador que bate à porta de intermediários mais potentes, o Snapdragon 680 está mais perto da série 400. Ou seja, é quase de entrada, e se você tiver isso em mente, não deve ter grandes problemas.
Além disso, o aparelho tem 4 GB de memória RAM, o mínimo para um bom desempenho na plataforma Android atualmente. O armazenamento interno é excelente, com 128 GB.
Usabilidade
O Moto G32 sai da caixa com o Android 12 instalado e tem promessa de chegar, pelo menos, ao Android 13. Além disso, são dois anos de atualizações de segurança, ou seja, receberá pacotes até meados de 2024.
O dispositivo conta com as personalizações da Motorola, que inclui os gestos de abrir câmera e ligar lanterna. Além disso, a companhia incluiu recursos de tela, que pode acender ao receber notificações, e de customização da interface, com troca de ícones, cores e papel de parede.
E tem um dos grandes pontos fracos do celular da Motorola, que é a ausência de NFC. Com isso, você não consegue realizar algumas tarefas que se tornaram comuns hoje em dia, como fazer pagamentos com cartão de crédito pelo smartphone.
Câmeras
- Principal: 50 MP, abertura f/1.8, auto foco;
- Ultrawide: 8 MP, abertura f/2.2, 118˚;
- Macro: 2 MP, abertura f/2.4;
- Selfies: 16 MP, abertura f/2.4;
- Vídeos: 1080p a 30 fps (máx., principal e frontal).
O Moto G32 tem a mesma câmera traseira tripla dos Moto G42 e G52. Ao menos nas especificações técnicas. Na frontal muda apenas a abertura da lente, que neste caso é f/2.4.
E apesar de este modelo mais modesto ter o mesmo hardware dos outros dois, achei que a câmera entrega resultados inferiores. Especialmente na macro, que tem granulação muito acentuada em ambientes internos — e não estou falando de pouca luz, apesar de ser menos que lugares abertos.
A principal também tem resultados abaixo do esperado. A faixa dinâmica é bem inferior, e até mesmo a nitidez e o nível de textura não chegam ao já não tão bom nível do Moto G52. As cores são as mesmas que costumamos ver em Motorola, mais apagadas.
No geral, o Moto G32 é um celular para fazer registros ocasionais. Você consegue fotografar documentos ou registrar cenas para ilustrar para familiares e amigos.
O celular da Motorola usa o sistema Quad Pixel, que junta pixels menores em um único maior. Por isso, apesar dos 50 MP da principal, as fotos ficam com 12 MP de resolução final.
Há uma opção para tirar fotos sem essa junção dos pixels, mas só deixa o arquivo maior, sem ganho importante de qualidade.
Selfies e gravação de vídeo
A câmera frontal faz um trabalho satisfatório. O nível de textura é bem alto para a categoria do Moto G32, que só não consegue trabalhar bem a faixa dinâmica em cenários mais desafiadores, como no caso de ter muita sombra e muita luz no seu rosto ao mesmo tempo.
Na gravação de vídeo, a limitação na resolução Full HD é um ponto negativo. Ao menos a estabilização é bem razoável, e é possível fazer gravações caseiras ou usar o smartphone da Motorola para chamadas em vídeo sem grandes problemas.
Vídeo gravado com o Moto G32 em 1080p
Sistema de Som
Assim como os outros dois modelos da linha Moto G com hardware semelhante, o Moto G32 traz sistema de som estéreo. A qualidade é satisfatória, com som limpo. Mas apresenta algumas distorções em volumes altos, perto do máximo.
O problema principal é de espaço. Os drivers de áudio são pequenos, e com isso focam muito mais nos médios. Assim, agudos e graves são menos destacados, e isso fica perceptível em volumes altos.
É possível aproveitar a entrada P2 para conectar um fone de ouvido, ou mesmo a USB-C. Além disso, o celular da Motorola pode ser pareado a fones ou caixas de som externa via Bluetooth.
Bateria e Carregamento
- Capacidade de carga: 5.000 mAh;
- Recarga: até 30 W com fio.
Com 5.000 mAh de capacidade, a bateria do Moto G32 promete um excelente tempo de uso. Ao menos foi o que eu constatei em meus testes, mas acredito que muito disso se deve ao brilho da tela muito baixo.
Na reprodução de vídeos na Netflix, por exemplo, o dispositivo alcançou a estimativa de 37 horas de atividade. Mas o brilho médio, em 50%, é baixo até mesmo para ambientes internos com alguma iluminação.
O uso do dia a dia também tem uma boa média, muito em parte por conta do brilho. Ao ativar o ajuste automático em um ambiente interno, o celular da Motorola fica em cerca de 66%. E ainda assim é um pouco baixo, e para enxergar bem o ideal é subir para cerca de 80%.
Este brilho fraco ajuda a economizar bateria. Com isso, o Moto G32 consegue tempo de uso superior até mesmo ao Moto G52, que já é muito bom.
O novo intermediário pode chegar a três dias longe da tomada, mas não é bom para usar em ambientes externos, sob a luz do sol.
Além de contar com uma bateria de 5.000 mAh, o Moto G32 tem carregamento de 30 W de potência.
Concorrentes Diretos
Com o mesmo hardware de Moto G42 e G52, o Moto G32 acaba se tornando uma alternativa a esses dois. A diferença de preços entre os três no site da Motorola é de apenas R$ 100, sendo que G32 e G52 custam os mesmos R$ 1.600.
Com mais tempo no mercado, o Moto G52 já aparece em valores ainda melhores no varejo online. E, sendo um modelo superior em tela aos outros dois, eu acho muito mais jogo investir nele.
As alternativas de outras fabricantes vão ter tela OLED, então também são melhores no quesito tela, comparado ao Moto G32. O Galaxy A23, da Samsung, fica na casa dos R$ 1.300. O Realme 9i fica um pouco acima, na casa dos R$ 1.400. Já o Redmi 10 importado custa cerca de R$ 1.000.
Moto G32: vale a pena?
O Moto G32 é um bom celular intermediário, mais perto das opções de entrada. Apesar de não contar com o 5G, pode ser uma alternativa acessível para quem só quer um smartphone simples, para usar redes sociais e mensageiros instantâneos.
Seu maior ponto fraco é o brilho da tela, muito baixo até mesmo no máximo. Ou seja, se você precisa de um celular para usar de GPS (com Waze e afins), eu recomendo um dos irmãos do Moto G32, ou seja, um Moto G42 ou o G52.
Em resumo, é um celular simples para quem não faz questão de recursos avançados. E isso inclui o NFC, recurso bastante procurado pelo público brasileiro, e que ficou de fora do intermediário da Motorola.
No preço certo, é uma boa opção. Ou seja, quando atingir uma faixa de R$ 1.200. Mesmo assim, recomendo uma olhada nos preços do Moto G42 e também do Moto G52, muito semelhantes e com tela de melhor qualidade.