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Review Moto E20 | Bom celular, mas tem pouca memória

Por| Editado por Léo Müller | 20 de Maio de 2022 às 14h24

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Review Moto E20 | Bom celular, mas tem pouca memória
Review Moto E20 | Bom celular, mas tem pouca memória

Apesar de ter reformulado a linha Moto G para incluir desde modelos básicos até topos de linha, a Motorola não abriu mão da sua série de entrada, a Moto E. Com o mesmo padrão de numeração, a série ganhou o Moto E20 no último semestre de 2021, como uma aposta ainda mais simples.

A proposta é atingir um público ainda mais básico, que busca poucos recursos tecnológicos e quer um celular de entrada para acessar redes sociais, fazer ligações, conversar em aplicativos mensageiros, entre outros.

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Mas será que vale a pena comprar um Moto E20 ou ele não faz tanto sentido, já que a linha Moto G já inclui modelos mais simples? Nesta análise, levanto os principais aspectos positivos e negativos do smartphone dentro de sua categoria. Confira:

Design e Construção

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Como era de se esperar, o Moto E20 tem um aspecto bem simplório. Com uma construção toda em plástico, já fica claro logo de cara que se trata de um celular de entrada. Na traseira, há um acabamento com padrões com hexágonos desenhados.

Na parte de cima, há um módulo com o conjunto duplo de câmeras principais, assim como o sensor de impressões digitais, que tem o logo da marca estampado.

A Motorola segue “generosa” com seus aparelhos mais simples e incluiu também um conector dedicado para fones de ouvido, que fica posicionado na parte superior do aparelho. Embaixo, há apenas a entrada USB-C para carregamento, o alto-falante e um pequeno microfone.

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O telefone é bastante leve e, com apenas 185 gramas, fica bastante confortável nas mãos, apesar de sua estrutura em plástico não ser muito confiável para mantê-lo bem fixo. Eu recomendo usar uma capinha, que já ajuda a não escorregar tanto. Suas dimensões são de 165 x 75,6 x 8,5 mm.

Tela

O Moto E20 conta com uma tela de 6,5 polegadas que a Motorola chama de Max Vision — ela oferece aquele formato mais alongado e estreito. O display tem resolução de 720 x 1600 pixels, que é o suficiente para ver imagens em redes sociais, mas não oferece tanta qualidade em detalhes.

A tecnologia IPS LCD é bem padrão nessa categoria, então não dá para fugir muito disso. Ela oferece imagens com cores bem simples, sem muita vividez, e o brilho pode ser um pouco insuficiente quando o dia estiver muito ensolarado. Mas não chega a ser diferente de outros celulares com esse tipo de painel.

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No entanto, há um modo que aprimora um pouco a qualidade visual para a reprodução de vídeos e imagens. Porém, nem todos os aplicativos são compatíveis. Alguns exemplos de apps com suporte são o YouTube, Google Duo e a Galeria Go do Google. Com isso, a imagem fica com cores um pouco mais intensas nessas aplicações.

Configuração e desempenho

O Moto E20 é equipado com o processador Unisoc T606 — o mesmo utilizado no galaxy a03 da Samsung e no Moto E32, lançado na semana passada. Aliado a isso, o aparelho tem apenas 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento interno — especificações bem abaixo do padrão atual.

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Isso já deixa claro que seu foco é marcar território com pessoas que buscam um celular extremamente simples, para fazer apenas o básico sem exigir muito em termos de desempenho.

Na prática, ele tem um desempenho razoável dentro dessa proposta. Ele pode ser utilizado para navegar em redes sociais, mas apresenta um pouco de lentidão para abrir os aplicativos e rolar pelo feed.

Ele até serve para aproveitar games mais básicos, como Candy Crush ou 8 Ball Pool. Aqui, eu até arrisquei jogar CoD Mobile com ele e ele conseguiu executar o título sem grandes problemas. É claro que, para isso, é necessário reduzir bastante a qualidade gráfica — coisa que o jogo já faz por padrão ao reconhecer o hardware do aparelho.

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Também realizei um teste padrão de benchmark com o aplicativo 3D Mark. Como o celular tem pouca memória RAM, só foi possível realizar as análises Sling Shot Unlimited e Sling Shot Extreme, que resultaram em 1.440 e 971 pontos, respectivamente.

Esse resultado é inferior até mesmo a modelos antigos, como o Galaxy S5, lançado em 2014, que tem uma média de 1.459 pontos. Mas é superior ao do Moto G10, que atingiu 1.402 pontos.

Usabilidade

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O Moto E20 chegou às lojas com o Android 11 instalado e, se considerando a política de atualizações da Motorola, é bem improvável que ele receba o Android 12.

De qualquer forma, ele roda o atual software com a versão Go do Android. Dessa forma, os aplicativos e funcionalidades mais recentes podem ser executados mesmo com a baixa quantidade de memória do aparelho.

O Moto E20 também possui diversos recursos populares da Motorola, como os gestos de atalhos para acender a lanterna ou o clique com três dedos para tirar print da tela.

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No entanto, quem está acostumado a mover o pulso para abrir a câmera vai ficar desapontado em descobrir que o celular não tem esse suporte. Isso é recompensado com outro atalho para abrir o app: basta pressionar a tecla power duas vezes em qualquer tela.

Por falar em atalhos, o Moto E20 tem uma tecla dedicada para acionar o Google Assistente. Ela fica posicionada acima dos controles de volume e permite o ativamento mesmo com a tela desligada. No entanto, é preciso desbloquear o aparelho para o assistente funcionar.

Caso não queira esse atalho, é necessário desativar o Google Assistente completamente — o que não é muito útil em alguns casos, principalmente se o usuário quiser utilizá-lo, mas não com a tecla.

Câmera

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O Moto E20 conta com uma configuração bem simples para o conjunto de câmeras: são dois sensores traseiros — um principal de 13 MP e um de profundidade de 2 MP — e um frontal de 5 MP.

Câmera traseira

A câmera traseira do Moto E20 — que conta com resolução principal de 13 MP — oferece uma boa qualidade de imagem para a categoria. É claro que, por ser um sensor mais simples, não dá para esperar muito, mas o aparelho faz um bom trabalho com o hardware que tem.

As fotografias não são tão ricas em detalhes, mas o pós-processamento consegue gerenciar bem a iluminação para não deixar o céu muito estourado quando o dia está bastante ensolarado.

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O modo retrato — que utiliza as duas câmeras em conjunto — também faz um bom trabalho no recorte da pessoa em destaque para desfocar o fundo. Ele falha apenas em alguns pequenos detalhes, como em volta dos cabelos, mas isso é esperado, devido à baixa resolução dos dois sensores.

É importante destacar, no entanto, que a resolução fica um pouco mais baixa nesse modo e é possível notar um pouco mais de pixelização nas fotos, além de ser mais notória uma pequena “artificialização” da imagem.

No geral, é um conjunto de câmeras aceitável para a categoria, mas do tipo que só permite registrar alguns momentos ocasionais de forma mais rápida, sem muita elaboração.

Câmera frontal

Enquanto o conjunto principal trabalha bem no equilíbrio de cores para não deixar o branco estourar, o mesmo não pode ser dito da câmera de selfies. Com ela, o céu fica muito esbranquiçado durante o dia.

Além disso, o nível de pixelização é bem maior, tanto com o modo retrato ativado, quanto no modo normal. Mas nada que fuja do padrão para modelos de entrada.

Por falar no modo retrato, a câmera frontal consegue fazer um bom recorte da pessoa, mas é possível notar a linha de corte em volta do corpo, e não rente à ele. Isso acontece bastante em modelos de entrada e é comum, já que o celular apela mais ao software para fazer o destaque.

Sistema de som

Como já é de se esperar, o Moto E20 conta com apenas uma saída de áudio — configuração comum no segmento. Essa saída, no entanto, não é muito eficiente para a reprodução de músicas, já que o áudio sai um pouco estourado quando está no volume máximo. Já para assistir séries, ele está de bom tamanho e atende até que bem.

Já no nível médio, a qualidade sonora é bem melhor, e o som conta com frequências mais equilibradas. É claro que não chega ao nível de uma caixa de som Bluetooth, mas dá para o gasto. Ajuda o fato de ele já ter conector para fones de ouvido ou caixas com plugue P2, já que muitos aparelhos atuais cortam esse recursos, principalmente modelos avançados.

Bateria e carregamento

A bateria do Moto E20 é de 4.000 mAh e, na prática, já dá para ver que esse não é seu ponto forte. No nosso teste padrão, ele consumiu 15% de carga em uma sessão de três horas de reprodução na Netflix com brilho ajustado em 50%. Esse número até que não é ruim, e dá uma estimativa de 20 horas de duração neste cenário.

Na prática, porém, notei um consumo um pouco maior do que essa expectativa representa. Com o uso alternado de redes sociais e jogos, a bateria reduziu consideravelmente ao longo do dia. Isso indica que, neste cenário, seria preciso uma carga extra antes do fim do dia caso você consuma bastante jogos.

Já para um uso mais moderado, ele deve aguentar tranquilamente um dia longe da tomada. Isso inclui o uso de redes sociais e mensageiros. É claro que usando apenas o Wi-Fi na maior parte do tempo.

O carregamento também não é o foco do Moto E20 e, com isso, ele demora um pouco para atingir 100%. Aqui, para ir de 15 a 100% foram necessárias cerca de 2 horas e vinte minutos — o que é muito, considerando que ele tem 4.000 mAh.

Concorrentes diretos

O Moto E20 concorre com pelo menos dois aparelhos diretamente no mercado nacional: o Galaxy A03, o Nokia C30. Os três contam com um chip da Unisoc — enquanto o celular da Motorola e da Samsung compartilham o mesmo Unisoc T606, o da empresa finlandesa é equipado com o Unisoc SC9863A.

Entre os três, porém, o Moto E20 é o que oferece menos memória RAM. Enquanto todos os outros dois possuem versões de até 64 GB, o E20 é o único que oferece apenas uma edição com 32 GB. Já a memória RAM é de apenas 2 GB no Moto E20 e no Nokia C30, enquanto o Galaxy A03 possui 4 GB.

O conjunto de câmeras é mais parecido no Moto E20 e no Nokia C30. Ambos contam com uma configuração dupla com uma lente principal de 13 MP, auxiliada por uma de profundidade de 2 MP e uma de selfies de 2 MP. Já o Samsung tem uma dupla de 48 MP e 2 MP — também de profundidade —, com uma frontal de 5 MP.

Quem prefere um celular com mais bateria vai gostar mais do Nokia C30, já que ele oferece uma capacidade de 6.000 mAh, enquanto o Galaxy A03 possui 5.000 mAh e o Moto E20, 4.000 mAh.

Por fim, o mais importante — os preços. O Galaxy A03 é o mais acessível entre os três aparelhos e é encontrado em uma faixa entre R$ 500 e R$ 700. Já o Moto E20 fica com valores de R$ 600 a R$ 800, enquanto o Nokia C30 parte de R$ 800 até R$ 900.

Um bom celular, mas peca bastante com a falta de memória

O Moto E20 é uma boa opção para quem busca um celular básico e barato, mas não foge muito disso. Seu processador Unisoc T606 até que aguenta bem para navegar em redes sociais e conversar em mensageiros, mas para jogos é necessário reduzir bem a qualidade gráfica para ter uma experiência pelo menos aceitável.

É uma pena que, em 2021, a Motorola tenha optado por lançar um aparelho com somente 32 GB de armazenamento, já que boa parte desse espaço é consumido pelo próprio sistema e sobrará bem pouco para o usuário. Com alguns aplicativos instalados, essa memória já é toda consumida.

A memória RAM também é baixa — são apenas 2 GB. Mas com o Android 11 Go, até que ela consegue trabalhar bem para a execução dos apps e para armazenar dados em cache. Mais uma vez, dentro de sua categoria, é claro.

O conjunto de câmeras é apenas duplo, mas ele é bem parecido com os seus concorrentes, então o Moto E20 não fica tão para trás assim.