Review Edge 30 Fusion | Mais que um Moto G200 turbinado
Por Felipe Junqueira • Editado por Léo Müller |

O Motorola Edge 30 Fusion chegou com especificações parecidas com as do Moto G200, mas ele não é apenas uma versão turbinada do irmão mais velho. Com design fino e tela com laterais curvadas, o celular é uma alternativa aos topo de linha mais caros.
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É verdade que o Snapdragon 888+ já não é mais o processador mais potente do mundo Android, mas ainda entrega excelente desempenho. Além disso, o Motorola Edge 30 Fusion tem design fino e elegante, com construção premium. É um passo além do Moto G200.
O Canaltech recebeu uma amostra do Magalu para analisar, e você pode ver abaixo tudo o que precisa saber sobre o celular da Motorola antes de comprá-lo.
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Prós
- Boa duração da bateria
- Tela excelente
- Desempenho fluido
Contras
- Câmeras abaixo do esperado
- Poucas atualizações de software
Design e Construção
- Dimensões: 158,5 x 72,0 x 7,5 mm
- Peso: 170 gramas
De frente, o Motorola Edge 30 Fusion lembra um pouco o Galaxy S20, apesar das dimensões diferentes. O celular desta análise tem tamanho que fica entre o S20 e o S20 Plus. E tem a mesma tela com laterais curvadas e furo centralizado na parte superior para a câmera de selfies.
As laterais são de alumínio, apesar de não parecer ao toque. Já a traseira é toda coberta por vidro com acabamento fosco, e tem o módulo de câmeras na parte superior esquerda levemente saltado e em formato retangular.
O formato do celular é bem interessante. O quadro lateral se integra bem às laterais curvadas da tela e da traseira, e a sensação é de que tudo faz parte de uma coisa única.
A caixa do produto, que não possui plásticos, traz uma capinha em TPU, além de cabo e carregador. E, para você não sentir falta do conector P2, que está ausente, também tem um fone de ouvido USB-C.
O Motorola Edge 30 Fusion é um dos celulares mais elegantes que eu já usei. O design do aparelho surpreende pela atenção aos detalhes. E a pegada é confortável e segura.
— Felipe Junqueira
Tela
- Tamanho: 6,55 polegadas, 103,6 cm² de área, ~90,8% de ocupação;
- Tecnologia do painel: pOLED;
- Resolução e proporção: Full HD (1080 x 2400 pixels), 20:9;
- Densidade aproximada: 402 pixels por polegada;
- Extras: 144 Hz, HDR10+.
A tela costuma ser o grande ponto fraco dos celulares da Motorola. Bom, não é caso no Edge 30 Fusion, que tem painel pOLED com cores vívidas, ótimo contraste e brilho muito bom tanto para ambientes muito claros quanto para locais escuros.
A presença do HDR10+ melhora ainda mais o contraste em conteúdos compatíveis. Além disso, a atualização de 144 Hz é um diferencial que deve atrair principalmente os gamers.
O brilho pode ficar um pouco abaixo da metade em ambientes internos e, mesmo assim, a visibilidade é excelente. Isso significa que, sob a luz do sol, a tela é bem visível também — o que eu constatei quando saí para tirar fotos com o celular.
As laterais curvadas são uma questão mais estética, mesmo. Para quem gosta de celulares assim, o Edge 30 Fusion pode ser uma boa alternativa agora que a Samsung passou a entregar esta característica apenas no seu modelo Ultra.
Configuração e Desempenho
- Sistema operacional: Android 12;
- Plataforma: Qualcomm Snapdragon 888 Plus 5G (5 nm);
- Processador: Octa-core (1x 2,99 GHz Cortex-X1 + 3x 2,42 GHz Cortex-A78 + 4x 1,8 GHz Cortex-A55);
- GPU: Adreno 660;
- RAM e armazenamento: 8/256 GB.
É verdade que o Snapdragon 888 Plus 5G já foi superado por dois novos processadores da Qualcomm quando o Edge 30 Fusion chegou ao mercado. Mas ainda é um chip altamente potente, com desempenho de primeira linha.
O único problema que eu senti ao usar o celular da Motorola foi um aquecimento em tarefas mais exigentes. Isso aconteceu ao rodar testes de benchmark e também depois de jogar por mais de cinco minutos. Mas não teve nenhum momento que ficou incômodo segurar o aparelho durante os testes.
Se você quer um celular poderoso, com 8 GB de memória RAM e 256 GB de armazenamento interno, o Edge 30 Fusion atende a expectativa. No quesito desempenho, ele não deixa a desejar a outros topo de linha.
Interface e sistema
A Motorola segue sua política de modificar minimamente o Android, e isso pode ser visto no Edge 30 Fusion. Na versão 12 do sistema, o aparelho tem tudo o que você encontra em praticamente qualquer smartphone com o SO do Google.
Mas há uma diferença: funções no app Moto. Isso inclui os gestos de ligar lanterna, abrir a câmera e outros. E também algumas funcionalidades de tela, que pode acender ao receber notificações. E personalizações da My UX, com ícones, papéis de parede e cores do sistema.
Para aproveitar as laterais, a Motorola incluiu o recurso tela Edge, que acende os lados da tela ao receber notificações. Sá para ativar ou desativar de acordo com sua preferência. O Edge 30 Fusion também tem suporte ao Ready For.
O grande ponto fraco em software nos celulares da Motorola é a quantidade de atualizações. O Edge 30 Fusion tem promessa de receber duas versões diferentes do sistema operacional, além de três anos de updates de segurança. Melhor que os Moto G, mas ainda é menos que os concorrentes.
Completam as principais características de usabilidade a presença de NFC e o leitor de impressão digital sob a tela. A leitura é rápida e tem boa precisão.
Câmeras
- Principal: 50 MP, abertura f/1.8, autofoco;
- Ultrawide: 13 MP, abertura f/2.2, 120°, autofoco função macro;
- Profundidade: 2 MP, abertura f/2.4;
- Selfies: 32 MP, abertura f/2.5, autofoco;
- Vídeos: 8K a 30 fps (máximo).
O ponto mais fraco do Edge 30 Fusion talvez seja seu conjunto de câmeras. Não pelas especificações, mas pelos resultados: baixo nível de texturas e cores levemente apagadas.
Claro que ainda são fotos melhores que muito celular de entrada, mas este deveria estar entre os melhores. Um smartphone com processador topo de linha e sensor de 50 MP deveria estar mais próximo da linha Galaxy S e do iPhone do que de intermediários acessíveis do mundo Android.
A faixa dinâmica é boa, e eu recomendo deixar o HDR no automático. A macro também é um destaque positivo.
Selfies e gravação de vídeo
As fotos da câmera frontal têm um nível bem mais aceitável do que as da câmera principal. O nível de texturas e a faixa dinâmica são bem razoáveis para selfies. O único problema é a tonalidade da pele. Eu fiquei muito vermelho nas fotos externas que fiz.
Se você gosta de tirar mais fotos do seu próprio rosto do que das coisas que vê, o Edge 30 Fusion pode ser uma boa opção. Só precisa encontrar um ambiente em que o balanço de cores não deixe seu rosto excessivamente avermelhado.
A gravação de vídeos chega à resolução 8K, como era de se esperar de um celular poderoso. Porém, a qualidade da imagem não fica como esperado, e a estabilização é bem ruim. Melhor ficar no 4K ou até mesmo no Full HD para economizar espaço. A frontal filma bem em 4K.
Vídeos gravados com o Motorola Edge 30 Fusion
Sistema de Som
O Motorola Edge 30 Fusion tem áudio estéreo, e usa a saída de chamadas como um alto-falante híbrido. Não é uma novidade na indústria e garante som de boa qualidade, com imersão bacana e permite maior destaque aos diferentes sons, dos agudos aos graves.
Os alto-falantes são bons, com poucas distorções em volumes mais altos. A potência poderia ser um pouco melhor, já que no volume médio ele pode não ser muito audível em ambientes barulhentos.
Você pode usar o fone de ouvido USB-C que vem na caixa para aproveitar um sistema mais particular, ou conectar fones de ouvido sem fio. O aparelho tem tecnologia Bluetooth 5.2.
Bateria e Carregamento
- Capacidade de carga: 4.400 mAh;
- Recarga: 68 W com fio.
Apesar de ter apenas 4.400 mAh de carga, o Edge 30 Fusion consegue entregar tempo de uso bem bacana. Em nossos testes, ele conseguiu 20 horas de reprodução de vídeo e 21,4 horas de uso mesclado entre vídeos, redes sociais e jogos.
Isso significa que ele deve aguentar mais de um dia longe da tomada, mas é bom se preparar para carregá-lo no início do segundo dia. É uma boa marca, levando em consideração que há modelos com 5.000 mAh que não chegam a 24 horas sem precisar de uma tomada.
O teste da Netflix é realizado com a tela em 50% do brilho, e é mantida reprodução ininterrupta por 3 horas. Já o teste de uso real mescla vários aplicativos diferentes e é feito com brilho da tela automático, para o aparelho detectar o melhor nível em um ambiente interno.
Tempos de uso e recarga
- Netflix: até 20 horas
- Uso real: aproximadamente 21,4 horas (consumo de 4,67 p.p/h)
- Recarga: Menos de 1 hora
Se você ainda não se convenceu com o tempo de uso do Motorola Edge 30 Fusion, o tempo de recarga deve animar. O aparelho vem com carregador de 68 Watts, que preenche toda a carga, de 0% até 100%, em menos de uma hora.
Concorrentes Diretos
Não é fácil definir os concorrentes do Motorola Edge 30 Fusion. O celular da Motorola faz parte de uma nova categoria que tende a dominar as prateleiras em um futuro próximo, de modelos potentes, mas com alguns cortes para baixar custos.
Ou seja, não são topos de linha e nem intermediários, simplesmente. O Edge 30 Fusion fica no meio do caminho, assim como Moto G200, Galaxy S21 FE e outros que têm processador premium e características de intermediários. Ambos ficam abaixo de R$ 3.000 no varejo online.
Outros modelos a se considerar são o Edge 30 Pro, que chegou ao mercado antes do Fusion e já custa em torno de R$ 3.500. E tem o Galaxy S22, que só perde para o celular da Motorola pela ausência das laterais curvadas na tela. E custa em torno de R$ 4.000.
Motorola Edge 30 Fusion: vale a pena?
A meu ver, este modelo da Motorola é uma alternativa interessante para quem busca um bom celular com laterais da tela curvadas. Pode ser uma alternativa a quem quer um Galaxy S22 e ficou decepcionado com a retirada desta característica pela Samsung.
Há apenas dois pontos a se considerar antes de comprar o Edge 30 Fusion no lugar de um topo de linha da Samsung: a quantidade de atualizações é menor, e as câmeras não são tão boas. Para selfies, o celular da Motorola está ok. Mas para o resto, decepciona.
Além disso, é preciso ficar de olho nos preços. Perto do lançamento, o Edge 30 Fusion está mais caro até mesmo que o Edge 30 Pro, mas a tendência é ficar em uma faixa perto dos R$ 3.500, ou até um pouco menos. E aí, sim, ele se torna uma opção bacana.