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Review Google Pixel 6a | Android puro faz muita diferença

Por| Editado por Léo Müller | 02 de Setembro de 2022 às 15h27

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Review Google Pixel 6a | Android puro faz muita diferença
Review Google Pixel 6a | Android puro faz muita diferença

Em maio deste ano, o Google anunciou seu novo celular de “entrada”, o Google Pixel 6A. O aparelho chegou ao mercado com o mesmo chip dos modelos mais avançados — o Google Pixel 6 e Pixel 6 Pro — e possui alguns pequenos cortes no hardware para alcançar um preço mais baixo e acessível.

Apesar de ser o modelo mais básico da atual linha de smartphones da Gigante de Mountain View, o Pixel 6a entrega um bom desempenho e tem uma performance comparável a intermediários premium disponíveis no mercado.

Sua ausência no mercado brasileiro, no entanto, torna difícil a tarefa de adquirir uma unidade, já que é preciso importar o aparelho. Mas será que vale a pena fazer esse processo ou é melhor optar por um dispositivo que já seja vendido por aqui?

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Nesta análise, levanto os principais aspectos positivos e negativos do Google Pixel 6a, e trago bastante informações sobre o aparelho, para te ajudar a decidir entre ele ou possíveis concorrentes. Confira:

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Design e construção

O visual do Pixel 6a levanta bastante opiniões diversas, especialmente pela escolha do design adotada pelo Google nesta última geração. Eu, particularmente, gostei bastante, mas muitos podem não gostar da aparência do celular.

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Ele tem um módulo de câmeras alongado horizontalmente na traseira do aparelho. A peça percorre de um lado ao outro no topo do smartphone. Isso lembra um pouco os óculos do Ciclope, famoso personagem das HQs da Marvel. No geral, é muito parecido ao Pixel 6 e Pixel 6 Pro.

O acabamento é feito em vidro na traseira com as laterais de metal — o que mostra que o Google não poupou custos com o material para a construção do seu celular mais simples da nova geração. No dia-a-dia, isso — aliado ao tamanho mais discreto — ajuda a manter a pegada mais firme e evitar que o aparelho escorregue das mãos.

Em números, o Pixel 6a tem dimensões de 152.2 x 71.8 x 8.9 mm e pesa apenas 178 gramas: é um celular bem leve e compacto, bastante confortável de se usar. Ele fica bem encaixado na palma e dá para usar mais facilmente com uma mão.

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Outras características incluem seu revestimento com certificação IP67 — que garante resistência contra imersão em água por até meio metro durante trinta minutos — e a proteção com Gorilla Glass 3 para a tela.

Tela

O Pixel 6a conta com uma tela OLED de 6,1 polegadas com taxa de atualização de 60 Hz e resolução de 1080 x 2400 pixels. São especificações que não atraem tanto um público mais exigente, principalmente por não oferecer mais velocidade na atualização do display — característica essencial para jogos.

No entanto, as características do painel agradam bastante no geral. A tela OLED oferece cores bem intensas, que ajudam na hora de assistir a filmes e séries ou simplesmente ver fotos com mais vivacidade do que painéis mais simples.

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O nível de brilho, no entanto, não é tão alto e, mesmo com pouca interferência solar, talvez seja preciso deixá-lo no máximo para enxergar as informações com mais clareza.

Comigo aconteceu, por exemplo, de eu estar dirigindo e ter que aumentar todo o brilho para ver o trajeto no Waze, coisa que não acontece normalmente com outros celulares. De qualquer forma, não é algo que atrapalhe tanto a experiência de uso, apenas para cenários em que há bastante iluminação natural.

Configuração e desempenho

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O Pixel 6a é equipado com um chipset desenvolvido pela própria Google — o Tensor. O componente tem um frequência máxima de 2,8 GHz e, aliado a isso, traz 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento interno.

São especificações de um celular topo de linha “de entrada” — um chip poderoso, que é utilizado em modelos mais avançados, com recursos de flagships, mas opções de memória e armazenamento mais “simples”, para quem não é tão exigente.

No dia-a-dia, isso é convertido em um ótimo desempenho para realizar tarefas no geral. Ele tem bastante agilidade para abrir aplicativos, alternar entre apps em multi-tarefas ou até mesmo executar jogos mais pesados.

Aqui, eu executei o Call of Duty Mobile e pude ter uma experiência bem satisfatória, mesmo com todas as configurações gráficas e taxa de quadros definidas no máximo. Essa última, é claro, não quer dizer muita coisa, já que o aparelho tem uma tela de apenas 60 Hz.

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Um ponto fraco, porém, é que há bastante aquecimento do celular. Mesmo em tarefas mais “simples”, como tirar fotos, ele fica muito quente, o que pode drenar um pouco a bateria ou causar certo incômodo durante o uso.

Fora os testes práticos, também fiz a análise em aplicativos populares de benchmark, como o 3D Mark e o Geekbench 5. No primeiro, o teste Wild Life Unlimited deu um resultado de 7.109 pontos — surpreendentemente superior à média do Google Pixel 6, modelo intermediário da linha.

Já no Geekbench, ele marcou 1054 pontos na análise de um único núcleo da CPU e 2.878 no desempenho multi-core. Na análise “Compute”, que mede mais o desempenho da placa gráfica, a pontuação foi de 7.222.

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Usabilidade

O Pixel 6a foi lançado com o Android 12, mas ele já recebeu a versão mais recente do sistema operacional. Essa é uma das principais vantagens de se usar um celular Pixel: os updates chegam com maior velocidade e frequência e por muito mais tempo. O Pixel 6a, por exemplo, tem atualização geracional garantida por cinco anos.

Quanto ao Android 13, em si, nós já fizemos um review completo dele, mas o sistema não tem tanta diferença visual em relação à versão anterior. Na verdade, as modificações foram mais em relação à usabilidade e segurança.

A experiência de uso de um “Android puro” é bem agradável. Tudo é bem otimizado, e quase não há falhas na execução de apps ou na navegação no sistema. No geral, é uma interface bem intuitiva e simples, sem grandes possibilidades de customização, mas ainda assim muito elegante.

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Câmera

O Google Pixel 6a conta com um conjunto duplo de câmeras traseiras — um sensor principal de 12,2 MP e um ultrawide de 12 MP — e tem uma câmera frontal de 8 MP. Eu notei que o pós-processamento do aparelho trabalha muito mais do que a câmera em si.

Isso quer dizer que, em um primeiro momento, você deve pensar que a qualidade das fotografias é ruim, já que o app da câmera não faz o processamento da imagem em tempo real no viewfinder. Após o clique, no entanto, a foto é pós-processada e fica com bastante definição.

Modos “comuns” (traseira 12,2 MP + 12 MP e frontal de 8 MP)

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O conjunto de câmeras traseira conta com duas lentes bem parecidas. A principal tem resolução de 12,2 MP e abertura f/1,7, e a secundária tem resolução de 12 MP e abertura f/2.2. A qualidade das duas é muito boa, com cores bem vivas e uma grande riqueza em detalhes.

Mesmo em dias bem ensolarados, são raros os momentos em que a imagem fica com o branco estourado, mesmo quando a fotografia é feita contra a luz do sol. Na maioria dos casos, o processamento trabalha muito bem para compensar a iluminação muito forte.

Para fotografias com zoom, não é possível aproximar tanto a imagem, já que a resolução não é tão alta. Ainda assim, ele chega ao nível máximo — que é de 7x — com bastante definição, e a imagem não apresenta muita pixelização. Na imagem abaixo, fiz uma comparação com a câmera ultrawide, comum, com zoom de 2x e 7x.

Já a câmera de selfies tem um pouco menos de resolução no papel — são 8 MP com abertura f/2.0. Na prática, no entanto, isso não faz tanta diferença. A perda de definição é bem pouca, então é o tipo de câmera que deverá atender muito bem para registros ocasionais.

Modo retrato

O modo retrato funciona tanto com a câmera traseira quanto com a frontal, e o recorte do fundo é excelente, mesmo em cenários cheios de informações. O destaque da pessoa é feito com bastante qualidade e mesmo em regiões complicadas — como em volta do cabelo — é possível ver o bom trabalho feito pelo smartphone.

Modo noturno

O Pixel 6a faz um trabalho bastante aceitável em cenários com pouca iluminação. Com a câmera traseira, as fotos ficam bem definidas, e o equilíbrio de cores é bom. Objetos cheios de detalhes, como árvores e plantas, podem perder um pouco a definição, mas nada que fuja do padrão para fotografias feitas de noite.

Já a frontal trabalha muito para compensar a ausência de iluminação e, como consequência, as selfies ficam com a pele um pouco esbranquiçada. O modo retrato faz isso de forma um pouco mais discreta e o recorte é tão bom quanto o que é feito de dia.

Gravação de vídeo

A gravação de vídeo do Pixel 6a oferece uma ótima qualidade, tanto na câmera frontal quanto na traseira. A estabilização automática do aplicativo já deixa a imagem bem estável, e a captação de detalhes é bem precisa.

Um problema é que a câmera frontal não permite alterar a resolução e taxa de quadros. Isso é possível apenas na traseira com opções de filmagem em 4k e Full HD a 30 e 60 fps. Há também modos nativos para gravação em time lapse e câmera lenta.

Gravação com a câmera frontal no modo único:

Exemplo de gravação feita com a câmera frontal em seu único modo disponível no aplicativo nativo.

Gravação com a câmera traseira em 4K a 30 fps:

Exemplo de gravação feita com a câmera traseira com resolução em 4k a 30 fps

Gravação com a câmera traseira em 4k a 60 fps:

Exemplo de gravação feita com a câmera traseira com resolução em 4k a 60 fps

Sistema de som

O Google Pixel 6a conta com um sistema de áudio estéreo com duas saídas de som: uma fica localizada na parte de baixo do smartphone e a outra é no speaker para chamadas telefônicas.

O áudio é “alto” na medida padrão de smartphones com sistema estéreo. É o suficiente para preencher um cômodo, mas nada muito além disso. A qualidade também é inferior quando está no máximo. Os agudos ficam um pouco estridentes, os graves estourados e os médios embolados.

Bateria e carregamento

O Pixel 6a conta com uma bateria de 4.410 mAh. Isso, no papel, já está um pouco abaixo da média para os intermediários premium, que é de 5.000 mAh. Flagships, no entanto, geralmente ficam nessa faixa de 4.500 mAh, de qualquer forma.

Na prática, isso quer dizer que o smartphone pode não aguentar tanto tempo assim longe das tomadas. Nas minhas mãos, porém, o desempenho foi bem relativo. No nosso teste padrão, por exemplo, a performance foi boa. Em uma sessão de três horas de reprodução na Netflix com brilho médio, o consumo foi de apenas 13% — o que já é muito bom. Isso gera uma estimativa para cerca de 23 horas de uso, dentro desses parâmetros.

No dia-a-dia, porém, o mesmo não se repetiu. Mesmo com um uso de moderado a intenso, foi necessária uma carga adicional antes do fim do dia para ele aguentar bem a demanda. Se você usar de forma mais simples, no entanto, ele deve aguentar bem passar um dia longe das tomadas.

Quanto ao carregamento, me decepcionei um pouco. Ele conta com um conector USB-C para carga, mas a velocidade não é tão boa. Aqui, para ir de 15 a 100%, ele demorou quase 2 horas.

O kit não inclui carregador, mas usei um modelo da Samsung de 25 W durante os testes. Como efeito de comparação, o Galaxy A72 — modelo intermediário — geralmente leva menos de 1h30 com o mesmo carregador para ter a bateria abastecida de 15 a 100%.

Concorrentes Diretos

Os principais concorrentes ao Google Pixel 6a são o Galaxy S21 FE e o Moto G200. Os três modelos são considerados smartphones premium de entrada, ou seja, estão no primeiro degrau antes dos principais flagships de suas respectivas marcas.

O Moto G200 é um pouco mais “extravagante” do que os adversários em relação a alguns aspectos.

Primeiro, ele tem uma câmera principal de 108 MP, auxiliada por uma ultrawide de 8 MP e uma de profundidade de 2 MP. Do outro lado, o S21 FE tem um sensor de 12 MP, junto a um ultrawide de 12 MP e um de zoom com 8 MP. O Pixel 6a é o mais modesto dos três neste sentido: ele tem uma câmera de 12,2 MP e uma ultrawide de 12 MP.

Na prática, no entanto, esses pontos a mais são pouco aproveitados no Motorola. As imagens, no geral, são até melhores no celular do Google e no Samsung.

Algo que o Moto G200 realmente sai na frente é a bateria. Com capacidade de 5.000 mAh, ele aguenta bem mais tempo longe das tomadas. O carregamento de 33W dele também é um ótimo atrativo, principalmente se comparado aos 18W do Google Pixel 6A que tornam a carga um processo bem lento.

Também é importante destacar que o Moto G200 oferece mais memória e armazenamento. São 8 GB + 256 GB, contra 6 GB + 128 GB do Samsung e do Google. No entanto, isso só será, de fato, uma vantagem se você realmente precisar de muito espaço para salvar apps, fotos, vídeos, músicas e outros arquivos. Isso porque 128 GB é suficiente para a maioria dos consumidores.

Na prática, os 2 GB a mais de RAM não fazem tanta diferença para a execução de apps em multitarefas ou para abrir aqueles que já estão em segundo plano.

Em relação ao hardware, os três têm chips diferentes, mas equivalentes. O Google tem seu Tensor, enquanto o Galaxy S21 FE tem seu Exynos 2100 e o Moto G200 tem o Snapdragon 888 Plus da Qualcomm.

O ponto mais importante a se destacar, no entanto, é a disponibilidade. O Pixel 6a não é vendido oficialmente no Brasil e, portanto, só pode ser adquirido por importação. Seu valor nos Estados Unidos é de US$ 449 — o que em conversão direta dá cerca de R$ 2.300. Mas é claro que, se for comprar um, haverá alguns impostos para trazer o celular de lá para cá.

O Galaxy S21 FE e o Moto G200, por outro lado, são vendidos normalmente no mercado brasileiro. O primeiro gira em torno de R$ 2.500 e R$ 2.700. Já o Motorola custa aproximadamente R$ 2.500 atualmente e está em um bom preço, já que seu valor chegou a R$ 2.900 nos últimos dez dias.

Google Pixel 6a | a câmera e o Android “puro” fazem a diferença

O Google Pixel 6a oferece uma boa performance e tem um desempenho muito bom dentro da categoria, mas nada que o diferencie muito de seus concorrentes, como o Galaxy S21 FE, por exemplo. A indisponibilidade no Brasil — e consequentemente os impostos para importação — podem ser um fator a favor do modelo da Samsung na hora de comprar um ou outro.

Mas é preciso dar alguns pontos para o celular do Google: sua câmera é realmente boa — apesar de ter apenas dois sensores — e o fato de ter um Android puro permite que ele receba atualizações por bastante tempo e com muita frequência. Isso ajuda a manter o aparelho sempre seguro e com mais recursos de privacidade.

Mas acredito que não faz sentido optar por ele, a menos que você seja um entusiasta ou grande fã da marca. O Galaxy S21 FE oferece um desempenho tão bom quanto, tem ótimas câmeras, é encontrado mais facilmente no mercado brasileiro e já está “livre” de impostos — o que ajuda a encontrá-lo a um preço mais acessível.