Nem todo lançamento da Apple empolga tanto, e o Apple Watch Series 11 é a prova disso. O novo smartwatch chegou com poucas mudanças em relação ao antecessor, e, no meio de lançamentos que dividem opiniões, acabou ofuscado.
Eu, como usuário Android e com muitas limitações quanto ao uso do ecossistema da Apple, me peguei empolgado com a nova geração do iPhone. As melhorias em câmera, o desempenho elevado e, acima de tudo, o redesign da traseira me conquistaram mais do que eu esperava.
E, ao lado da linha iPhone 17 — que também trouxe um inédito iPhone Air, ultrafino — a Maçã lançou o excelente AirPods Pro 3, que se tornou um dos meus fones favoritos, e o Apple Watch Series 11, a decepção da temporada.
O novo smartwatch da Apple chegou como o “patinho feio” da nova geração, e a metáfora seria perfeita, se ao menos ele tivesse um contraponto que fizesse dele um “belo cisne”, no fim das contas. Mas não é o caso. Neste review, faço uma análise do Apple Watch Series 11 e conto, em detalhes, porque não gostei dele.
Prós
Conexão 5G na versão GPS + Cellular
Bom monitoramento de saúde e atividades físicas
Permite instalar mais apps úteis
Design confortável
Contras
Sem muitas mudanças em relação ao antecessor
Bateria ainda dura pouco
Mesmo design e mesmo hardware da geração passada
Neste ano, a Apple foi ainda mais modesta em relação ao Apple Watch do que tem sido ao longo dos últimos anos. Isso porque nem sequer o hardware principal foi atualizado, e o Apple Watch Series 11 usa o mesmo chip S10 da geração passada.
Assim, não há evolução em desempenho. Não é de todo ruim, afinal, o Apple Watch Series 10 já era bem rápido e executa qualquer tarefa sem problemas. Mas, se for para fazer um upgrade de um modelo para o outro, espera-se uma evolução mais significativa.
O design também é o mesmo, e não falo apenas do visual: o Series 11 mantém as mesmas dimensões e o mesmo peso, com versões de 42 e 46 mm. Assim, é virtualmente o mesmo relógio, com alguns ajustes pontuais.
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Um deles é o vidro exclusivo Ion-X usado na versão de alumínio. Segundo a Apple, esse material é 2 vezes mais resistente do que o usado no Series 10. Já a versão de titânio é ainda mais forte, com vidro de safira.
A principal novidade, porém, é a conexão 5G, inaugurada este ano. Assim, se optar pelo modelo GPS+Cellular, o relógio terá velocidade maior para responder mensagens, fazer ligações, entre outros.
Monitoramento permanece o mesmo
Os sensores que fazem o acompanhamento físico do Apple Watch — seja de saúde ou de atividades físicas — também são os mesmos no Series 10 e Series 11. Assim, não há novidades em recursos de monitoramento.
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Ele consegue acompanhar o nível de saturação de oxigênio no sangue, pressão e frequência cardíaca, ECG, entre outros. Nada novo.
Mas há alguns ajustes de software inaugurados no modelo deste ano, como as notificações de hipertensão e a pontuação de qualidade de sono. São recursos interessantes para ficar ainda mais por dentro da sua saúde.
No entanto, isso pode não ser exclusivo por muito tempo, já que a Apple pode disponibilizar o recurso para gerações anteriores por meio de atualizações de software — não é uma função de um sensor específico do Series 11.
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O que me incomodou no monitoramento de saúde
Agora, não necessariamente sobre o Apple Watch Series 11, mas duas coisas me incomodaram um pouco ao usar o relógio da Maçã nos últimos dias.
Uma delas é a notificação de ruído. Ao identificar sons com decibéis muito elevados — como música alta —, ele avisa o usuário que ficar em um ambiente barulhento por muito tempo pode ser prejudicial para a audição.
Até aí tudo bem, o problema é que praticamente qualquer barulho ativa o sistema. Durante o uso, ele identificou até quando minha cachorra deu alguns latidos do meu lado — uns quatro ou cinco, nada persistente.
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Assim, pode ser um incômodo para quem tem pets “escandalosos”, já que o relógio vai apitar a qualquer latido.
Além disso, achei o processo para obter um simples resultado sobre o nível de oxigênio no sangue bem “trabalhoso”.
Após uma medição manual, o relógio não informa, na tela, o resultado. É preciso pegar o iPhone conectado e procurar a área em que os dados são exibidos no app Saúde.
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Não é um problema tão grande, mas uma informação simples como essa poderia ser exibida direto no visor do vestível. Se estou sem o iPhone por perto, não consigo ter esse monitoramento rápido.
O monitoramento de saúde do Apple Watch é ótimo, e ele entrega muitas métricas interessantes. Mas o relógio tem basicamente as mesmas funções do seu antecessor, o que não faz muito sentido para quem quer fazer o upgrade de um modelo para o outro.
— Bruno Bertonzin
Bateria melhorou, mas nem tanto
A bateria do Apple Watch Series 11 também está mais duradoura e, agora, a Apple destaca que ela chega a 24 horas de uso — enquanto o modelo da geração passada chegava a 18 horas. É um avanço considerável, de fato, mas bem longe do que se espera.
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Ainda é preciso carregar o relógio diariamente e, se você o usar de forma mais intensa, talvez até precise de uma carga adicional antes de ir dormir — principalmente se quiser que o wearable acompanhe seu sono.
Esse é um problema que acompanha não só os smartwatches da Maçã, como também da Samsung, há gerações. Em parte, é justificável pela quantidade de sensores e pelo sistema tão completo.
Assim, você precisa pesar se prefere um aparelho tão completo quanto um Apple Watch, ou se prioriza um relógio que vá passar dias longe das tomadas.
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A bateria e a conexão 5G são os grandes destaques do Apple Watch Series 11. O relógio agora consegue passar até 24 horas com uma única carga e aproveita velocidades maiores de navegação para usar o vestível longe do iPhone.
— Bruno Bertonzin
Apple Watch x Galaxy Watch
É inevitável: sempre que a Apple ou a Samsung lançam um relógio novo, a principal comparação será entre as duas. Assim, o maior concorrente do Series 11 é o Galaxy Watch 8 — seja ele em sua versão “normal” ou Classic, com coroa giratória.
Os dois são os smartwatches mais completos no Brasil, e entregam monitoramento avançado de saúde e atividades físicas, além de permitir o download de apps realmente úteis, como WhatsApp, Telegram, Spotify, YouTube Music, entre outros.
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A duração da bateria também é parecida entre eles, e se você usar o relógio com frequência, precisará carregá-los todos os dias.
Além disso, também entregam opções com ou sem rede móvel — exceto pelo Watch 8 Classic, que possui apenas a versão LTE. Aliás, neste aspecto, um ponto positivo para o Series 11 é o fato de ter 5G.
Quanto ao preço, o Apple Watch é o mais caro entre eles, mas o preço ainda pode cair ao longo dos meses. Confira o valor de cada um:
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Apple Watch Series 11 42 mm
42 mm, GPS: R$ 5.500;
42 mm, GPS+5G: R$ 6.800;
46 mm, GPS: R$ 5.900;
46 mm, GPS+5G: R$ 7.200.
Galaxy Watch 8
40 mm, apenas Bluetooth: R$ 2.100;
40 mm, LTE: R$ 3.000;
44 mm, apenas Bluetooth: R$ 2.800;
44 mm, LTE: R$ 3.200.
Galaxy Watch 8 Classic
Versão única (46 mm, LTE): R$ 4.000.
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Apple Watch Serie 11 46mm
Ivo Meneghel Jr/Canaltech
5G é o grande destaque, mas salva um relógio “morno”?
A conexão 5G tinha tudo para ser o maior destaque do Apple Watch Series 11, mas não é o que transforma o “patinho-feio” em um “cisne” neste conto. O relógio é virtualmente o mesmo da geração passada, sem melhorias empolgantes.
Assim, comprá-lo não vale a pena nesse momento. Por ter sido lançado há pouco tempo, ele está com preço muito elevado, e não faz sentido se levarmos em consideração que o Apple Watch Series 10 custa cerca de R$ 3 mil a menos.
Se seu preço cair para algo em torno de R$ 4 mil ao longo dos próximos meses, ele começa a ser mais interessante. Caso contrário, ainda vale mais a pena comprar o Series 10. E se você já tem o relógio da geração passada, o upgrade tem ainda menos lógica.