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Análise | Predator Helios 300, um ótimo notebook para jogar acima dos 60 FPS

Por| 31 de Março de 2021 às 12h12

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Sergio Oliveira/Canaltech
Sergio Oliveira/Canaltech
Tudo sobre Acer

Fabricar um notebook gamer não é tarefa fácil. Aqui no Canaltech eu já falei um pouco sobre o histórico desses equipamentos e como seu propósito foi alterado à medida que processadores e placas de vídeo mais potentes chegaram ao mercado. O problema é que não adianta enfiar a CPU e a GPU mais poderosas do mercado dentro da estrutura desse tipo de produto sem antes ter um projeto bem elaborado que contemple, principalmente, o resfriamento desses componentes. Logo, é preciso saber dosar para oferecer uma máquina equilibrada, capaz de funcionar em qualquer situação e entregar um bom desempenho. Ou radicalizar geral e reinventar a roda.

A Acer sabe tão bem disso que já foi ao extremo com o Predator Helios 700, um Transformer travestido de notebook gamer que eu já pude testar para o Canaltech. Mas desta vez o papo é sobre o Predator Helios 300, linha de entrada no segmento de notebooks gamer de alto desempenho da marca que tem um design mais conservador e um leque de possibilidades de configurações, todas bem equilibradas para atender faixas diferentes do público que está com um dinheiro a mais e quer ir além dos Acer Nitro.

O modelo específico que recebi para este review é o PH315-53-75XA, variante topo de linha que vem equipada com Nvidia GeForce RTX 2070 Max-Q, Intel Core i7-10750H, 16 GB de memória RAM e armazenamento híbrido, com 256 GB em SSD M2 NVMe e 1 TB em HDD de 5.400 RPM. Outros modelos disponibilizam ao consumidor opções variadas e mais modestas de placa de vídeo, CPU, memória RAM e armazenamento, para caber na maior quantidade possível de bolsos.

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Então, se você está em busca de um notebook de alto desempenho, hoje vamos conversar sobre o Predator Helios 300.

Design, tela e conexões

Diferentemente da linha Nitro, a linha Predator é menos espalhafatosa em termos de visual. Claro, ainda é possível observar algumas coisinhas mais agressivas aqui e acolá que denunciam a ideia de que este é um produto gamer, mas, no geral, a Acer optou por ser mais discreta no projeto. Assim, em vez daquele vermelhão chamativo dos Nitro 5, no Helios 300 vemos detalhes em azul e a quina inferior e o contorno do trackpad espelhados em prata.

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Numa primeira olhada, o Predator Helios 300 passa a sensação de robustez e durabilidade, o que acaba se confirmando ao primeiro contato com o equipamento. A tampa e a parte interna do notebook são feitas de metal, e apenas a parte inferior é fabricada em plástico — uma escolha provavelmente relacionada à maior facilidade para fazer os cortes das saídas de ar e para reduzir um pouco o peso do produto, que tem lá seus 2,2 kg.

Dentro da tampa, o que primeiro chama a atenção é o teclado no padrão ABNT2 com quatro zonas de iluminação em RGB. Isso significa que, com o auxílio do PredatorSense, software que vem incluso na instalação do Windows 10 Home, você consegue deixar as teclas com a cara que quiser. Falando nisso, as teclas têm um bom tamanho e espaçamento entre si, mas pecam por serem de membrana. Isso significa que, se você estiver vindo de um teclado mecânico, ou até mesmo chiclete, sentirá uma certa dificuldade aqui, tendo de apertar as teclas até o fim.

Outra característica que considero negativa é a presença do teclado numérico, algo desnecessário em um notebook gamer. Além de tomar espaço e impedir as fabricantes de melhorarem as dimensões do aparelho, essas teclas adicionais acabam deslocando o teclado principal e o trackpad para a esquerda, comprometendo a ergonomia e experiência de uso.

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Falando em trackpad, ele é bem competente e quebra um baita galho durante os momentos em que não é possível usar um mouse. Com dimensões de 8 x 11 cm, seus botões são embutidos na parte inferior da área sensível ao toque e atendem bem no uso diário.

Fora isso, vale destacar duas teclas específicas deste modelo da Acer: o liga/desliga deixa de ser um botão para ser uma tecla integrada ao teclado; e uma tecla dedicada de atalho para o já citado PredatorSense. Para fechar, ao lado esquerdo, acima do teclado, a fabricante incluiu um botão "Turbo" dedicado a aumentar a rotação dos coolers e ativar o overclocking automático da GPU — algo muito bem-vindo para quem é leigo e que quer extrair o máximo de desempenho possível sem qualquer esforço.

Seguindo adiante, temos a tela Full HD de 15,6 polegadas com display IPS. O grande atrativo do componente, inclusive ressaltada pela Acer com um adesivo colado na borda inferior, é a taxa de atualização de 144Hz — ou seja, você pode jogar seus jogos a até 144 FPS sem experimentar nenhum tearing. Para além disso, o display agrada por ter uma camada antirreflexo e cobrir até 92% da escala sRGB de cores. Isso aliado à taxa de contraste de 1450:1 e 320 nits de brilho máximo fazem desta uma boa tela se você se preocupa com qualidade de imagem e fidelidade de cores. O tempo de resposta de 11ms é o que quebra um pouco se o seu objetivo é jogar títulos competitivos — se for este o caso, tenha em mente que talvez você precisará de um monitor externo.

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Se a tela agrada, as bordas que a envolvem podem incomodar os mais atentos aos detalhes. As laterais até que são OK, medindo apenas 0,7 cm, mas as bordas superior (1,5 cm) e inferior (2,9 cm) dão uma forte destoada e reforçam a ideia de que há espaço para a Acer melhorar as dimensões do Helios 300 no futuro — não esqueçam de retirar o teclado numérico!

Brincadeiras a parte, na parte de fora do notebook gamer vemos uma boa quantidade de portas disputando espaço com as quatro saídas de ar para atender os mais diversos casos de uso. Ao todo, temos o seguinte:

  • Esquerda: 1x Ethernet Gigabit, 2x USB 3.2 Gen 1 (Tipo A), Combo áudio;
  • Direita: 1x USB 3.2 Gen 2 (Tipo C), 1x USB 3.2 Gen 1 (Tipo A), 1x HDMI e 1x Mini DisplayPort
  • Traseira: Fonte de alimentação

Para fechar, na parte inferior, o Helios 300 não dispõe de acesso facilitado para manutenção e upgrade de memória RAM nem armazenamento. Ou seja: se você quiser mexer em algo aqui, terá de desparafusar tudo e abrir toda a carcaça do notebook.

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Especificações

Já fizemos a tour externa, então agora é hora de conhecer um pouco mais sobre os componentes que vêm dentro do Predator Helios 300.

No começo desta análise falei sobre a importância de equilibrar os componentes para entregar uma performance satisfatória, lembram? Então, aqui chama a atenção o que a Acer fez para equilibrar o uso de um Intel Core i7-10750H. Estamos falando de um processador de 10ª geração que, na verdade, é a opção de entrada dos Core i7 daquela geração, mas que ainda assim é bastante competente: são 6 núcleos e 12 threads rodando a um clock base de 2,6 GHz, com boost de 5 GHz em single core ou 4,3 GHz em todos os núcleos. As frequências são ligeiramente maiores que as apresentadas pelo Core i7-9750H adotado no Helios 700 e o desempenho é suficiente para rodar todos os jogos da atualidade e executar rotinas pesadas como edição de imagens e de vídeos, além de renderização em 3D. Mas tem um problema: o processador esquenta muito.

Quem acompanha o mercado de hardware sabe que as CPUs da Intel vêm enfrentando um problema de superaquecimento que se tornou crônico nos últimos anos. O motivo disso é o processo defasado de fabricação em 14nm, que, resumidamente, impede que esses componentes sejam energeticamente mais eficientes e, consequentemente, gerem menos calor. O efeito colateral é a necessidade de um sistema de refrigeração robusto, e que nem sempre dá 100% conta do recado (falo mais sobre isso mais adiante).

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Então como equilibrar isso? Adotando uma GPU focada em um menor consumo energético. É justamente esse o caso da GeForce RTX 2070 Max-Q usada no modelo do Predator Helios 300 recebido para esta análise aqui no Canaltech. Apesar dos 8 GB de VRAM, 2304 shaders e interface de 256-bit, essa placa de vídeo opera em frequências mais baixas (1.050 MHz base / 1.260 MHz em boost) para "segurar a onda" do consumo de energia e dissipação de calor.

Porém, isso não significa que ela não segura o rojão, não. Tanto é que todos os recursos vistos na RTX 2070 padrão são suportados aqui sem maiores problemas, incluindo ray tracing, DLSS 2.0, HDMI 2.0b, HDR e resolução máxima de 2.560 x 1.440 pixels usando um monitor externo.

Quanto à memória RAM, a Acer pôde empregar um pente com clock mais alto graças ao novo controlador embutido no processador Intel de 10ª geração. Por isso, saem os pentes DDR4-2666 e entram os DDR4-2933. O problema é que não dá exatamente para extrair o máximo de desempenho disso porque o Helios 300 usado neste review só vem com um pente de 16 GB, operando em single channel. Há um slot adicional livre na placa-mãe, o que pode ser encarado como ponto positivo para expansão, mas também indica que a fabricante poderia ter utilizado dois pentes de 8 GB em dual channel para alcançar o máximo de desempenho.

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Em matéria de armazenamento, a Acer fez o dever de casa ao adotar um sistema híbrido. Ou seja: o Helios 300 utiliza tanto SSD quanto disco rígido mecânico. No modelo recebido para esta análise, o SSD é um M2 NVMe de 256 GB da Samsung, enquanto o disco rígido é um Western Digital de 1 TB e 5.400 RPM. O combo é mais que suficiente para o usuário guardar um punhado gigantesco de arquivos no HDD e rodar o sistema operacional e seu jogo preferido a toda velocidade a partir do SSD.

Falando em velocidade, o drive de estado sólido alcança nada menos que 2.221 MB/s de velocidade máxima de escrita e 2.780 MB/s de leitura. É desempenho de sobra para a esmagadora maioria dos cenários de uso; mesmo assim, se você estiver insatisfeito, há um segundo slot M2 para você adicionar um segundo SSD M2 2280 de até 512 GB.

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O sistema de som vem com certificação DTS X Ultra, o que pode levar muita gente acreditar que ele é suficiente para todos os casos de uso. Mas calma que não é bem assim, não. Os dois alto-falantes, posicionados voltados para baixo, na parte inferior do notebook, até que são suficientes para ouvir uma musiquinha aqui e acolá e assistir a um filme ou série em um ambiente mais tranquilo. Ainda assim, eles sofrem com a falta de grave e espacialidade, além de não terem fôlego para lidar com o barulho das ventoinhas, que rodam a todo vapor quando abrimos um jogo. Resumidamente: para ter a melhor experiência de gameplay, você vai, sim, precisar de um headset.

Microfone e câmera são, no mínimo, sofríveis. A Acer até tentou dar uma perfumada nas especificações do microfone, mas a verdade é que ele só funciona "OK" em ambientes bem silenciosos, enquanto a câmera de 720p tem um sensor medíocre, incapaz de se ajustar a condições de excesso e falta de luz. Embora esse pareça ser um problema inerente a todo e qualquer notebook gamer, no Predator ambos os componentes destoam demais do restante do conjunto.

Por fim, em matéria de conectividade sem fio, o Helios 300 está muito bem servido. O controlador Killer AX1650i oferece suporte ao novo padrão Wi-Fi 6 e Bluetooth 5.0, o que torna o equipamento "a prova de futuro", por assim dizer.

Ficha técnica Predator Helios 300 PH315-53-75XA

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  • GPU: Nvidia GeForce RTX 2070 Max-Q 8 GB GDDR6;
  • CPU: Intel Core i7-10750H de seis núcleos, 12 threads e clock máximo de 5,0 GHz;
  • Memória RAM: 16 GB (1x16 GB) DDR4-2993 (expansível para até 32 GB);
  • Armazenamento: 256 GB SSD NVMe + 1 TB HDD 5.400 RPM;
  • Tela: IPS Full HD de 15,6 polegadas, antirreflexo, 320 nits e 144 Hz;
  • Teclado: Membrana retroiluminado RGB (4 zonas) padrão ABNT2;
  • Câmera: HD (720p) com microfone digital duplo embutido;
  • Bateria: 4 células, 3.720 mAh, 57,2 Wh;
  • Conectividade: 1x Ethernet Gigabit, 3x USB 3.2 Gen 1 (Tipo A), 1x USB 3.2 Gen 2 (Tipo C), 1x HDMI e 1x Mini DisplayPort, Combo áudio, Alimentação AC;
  • Conectividade sem fio: Killer Wi-Fi 6 AX1650i, Bluetooth 5.1;
  • Sistema operacional: Windows 10 Home Single Language
  • Dimensões: 2,29 cm (Altura) x 36,3 cm (Largura) x 25,5 cm (Profundidade)
  • Peso: 2,2 kg

Bateria e arrefecimento

Bateria é sempre um assunto delicado quando falamos de notebooks gamer e o consenso é que eles não conseguem ficar muito tempo longe da tomada. No Predator Helios 300, entretanto, o equilíbrio entre os componentes também se reflete na autonomia do notebook, que vem equipado com uma bateria de 4 células, 3.720 mAh de capacidade e 57,2 Wh.

É um componente bem mais modesto que o empregado pela Acer no Helios 700, que tem sérios problemas de autonomia, mas que ainda assim se sai muito bem neste modelo. Com o auxílio do PCMark 10, executando o teste de bateria no Modo Escritório com brilho de tela em 50%, Wi-Fi ligado e modo de energia equilibrado, o Helios 300 marcou 254 minutos longe da tomada. No Modo Gaming, a autonomia foi de 73 minutos.

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Para um notebook gamer, é uma marca considerável e suficiente para executar um trabalho e outro sem se preocupar demais com o nível da bateria. Apesar disso, a autonomia poderia ser ainda maior não fosse o problema de superaquecimento da CPU, que bateu os 94°C no teste de temperatura do Burnin Test e incorreu em thermal throttling de 24% ao atingir 95°C no teste de estabilidade do AIDA64.

É muita coisa, principalmente se considerarmos que o Predator Helios 300 emprega coolers AeroBlade 3D de 4ª geração, que utilizam tecnologias proprietárias da Acer para oferecer o melhor arrefecimento possível. Aqui, vale destacar as lâminas de apenas 0,1mm de espessura feitas em metal e a capacidade de alcançar incríveis 6.000 rotações por minuto — porém, isso ainda não é suficiente para dissipar todo o calor gerado, principalmente, pela CPU.

E não, não dá para dizer que as ventoinhas são incompetentes ou algo do tipo. Tanto é que a GeForce RTX 2070 Max-Q tem picos de temperatura totalmente aceitáveis, mesmo em uma cidade quente como Natal, onde os testes foram realizados com temperatura ambiente de 30°C. Aqui, a GPU marcou 67°C no teste do Burnin Test e saltou para 82°C no teste de estabilidade do AIDA64, que é extremamente rigoroso e distante de refletir qualquer cenário de uso no dia a dia.

A Acer poderia fazer algo para mitigar essa questão? Até poderia. Abrindo o Predator Helios 300, notei que a fabricante optou por uma abordagem mais "convencional" em relação aos heatpipes que dissipam o calor da CPU e da GPU. São apenas duas tubulações fazendo o serviço, sendo que nenhuma delas é fabricada em cobre e ambas estão instaladas de maneira tradicional — ou seja, por cima da placa-mãe.

Para otimizar isso, bastaria adotar parte da solução implantada no Helios 700, que tem os heatpipes feitos em cobre passando por baixo da placa-mãe. Com isso, o componente não só é um pouco mais longo, o que favorece a dissipação, como também aproveita o "respiro" proporcionado pelas saídas de ar acima do teclado. Ampliar a quantidade dessas tubulações também seria outra medida que poderia ajudar.

Ainda assim, é difícil apontar culpados nessa história toda. Então o que vale é o alerta: o Core i7-10750H esquenta bastante e pode até se tornar um gargalo no Helios 300, que também poderia implantar uma solução de arrefecimento mais bem pensada para esse tipo de processador. Mas, dependendo de onde você mora, isso pode nem ser um problema tão grande assim. Tenha isso em mente.

Desempenho

O Predator Helios 300 é um notebook bastante equilibrado, o que não necessariamente significa que ele está livre de defeitos. Se você leu esta análise até aqui, viu que o notebook da Acer dá uma tropeçada aqui e outra acolá, mas até que ponto isso impacta seu desempenho na prática?

A melhor forma de medir isso é colocar o equipamento para rodar aquilo que ele foi feito: jogos! Para começar, fizemos o teste de praxe rodando o 3DMark Fire Strike para medir com precisão como a GPU trabalha em conjunto com a CPU executando testes de cálculo de física, processamento de partículas e renderização de gráficos. Ao todo, a dupla marcou um total de 15.448 pontos nas configurações de fábrica, subindo para 16.490 pontos quando o overclock automático foi ativado via PredatorSense. Na prática, isso se traduziu em picos de 102 FPS e 111 FPS durante a medição do 3DMark Fire Strike.

Partindo para os joguinhos de verdade, o notebook gamer se saiu muitíssimo bem, dando uma boa margem de ajustes de configurações para o usuário que quer otimizar seus jogos para rodar da melhor forma possível e acima dos 60 FPS. Em Gears 5, por exemplo, a máquina registrou 111 FPS nas configurações mais baixas e 66 FPS no Ultra — ou seja, é possível jogar com tudo no máximo sem qualquer problema.

Assassin's Creed Valhalla, um dos jogos mais pesados da atualidade, também rodou a contento no Helios 300, registrando 87 FPS nas configurações mais baixas e 56 FPS nas mais altas. Em outras palavras, há espaço para ajustar uma característica e outra do game para fazê-lo rodar a mais de 60 FPS com qualidade respeitável.

A exceção a essa regra é o devorador de GPUs Metro Exodus. Sem dúvidas um dos jogos mais pesados dos últimos anos, o FPS da 4A Games roda a 95 FPS quando exige o mínimo da máquina, mas despenca para 28 FPS quando a prioridade é qualidade gráfica. As coisas melhoram um pouco quando o DLSS e ray tracing são ativados, mas, ainda assim, o game não passa dos 47 FPS, exigindo mais um ajuste aqui e acolá para entregar 60 quadros por segundo e um gameplay balanceado.

Ainda vale destacar que, pelo menos em matéria de jogos, o overclocking automático do PredatorSense não entregou tanto desempenho a mais assim — os ganhos ficaram na casa dos 4 ou 5 FPS. Por isso, é seguro dizer que esse overclocking ajuda muito mais quem precisa de GPU para renderizar vídeos e animações 3D.

Predator Helios 300: Vale a pena?

O Predator Helios 300 me surpreendeu positivamente, neste que foi meu primeiro contato com um produto desta família. O visual mais sóbrio segue a tendência atual do mercado em oferecer notebooks gamer para outros fins além de apenas jogar; nisso, muitas fabricantes se aproveitam para oferecer uma máquina cujas especificações estão aquém do que pode ser considerado "gamer" ou de alto desempenho, vendendo gato por lebre.

Essa situação está bem longe de acontecer aqui e a Acer oferece um leque amplo de especificações para atender aos mais diversos públicos com o Helios 300. Ao todo são 7 versões diferentes deste modelo à venda no Brasil, todas focadas em alto desempenho, mas com uma diferença aqui e outra acolá. Tem desde variantes com processadores Intel Core de 9ª geração e GeForce GTX 1660 Ti, consideradas o abre-alas da família; até a topo de linha utilizada neste review. No meio disso, há modelos com Core i5-10300H, GeForce RTX 2060 e 8 GB de memória RAM e assim vai. Opção é o que não falta, e cabe ao consumidor avaliar bem qual sua real necessidade para investir o dinheiro da melhor maneira possível.

Em todas elas, chama a atenção o esforço da fabricante em equilibrar os componentes e fazê-los trabalhar da melhor maneira possível. Durante meus testes para o Canaltech, em nenhum momento tive a sensação de que algo estava destoando no setup, embora haja questões que merecem atenção. Os 16 GB de RAM em um único pente de memória e o teclado de membrana são duas coisas que mostram onde a fabricante tentou economizar; apesar de uma delas não comprometer tanto assim o uso diário, outra pode incomodar quem realmente está em busca de extrair o máximo desempenho possível.

O superaquecimento da CPU, mesmo com a implementação de um sistema de refrigeração de respeito, é outra questão que chama a atenção negativamente. Apesar de a Acer ter colocado aqui seus melhores coolers, faltou um pouco mais de esmero para minimizar o problema o máximo possível. Dependendo da cidade onde você mora, é possível que isso nem seja um problema, mas quem mora em lugares quentes certamente sentirá a queda de desempenho do notebook para compensar as altas temperaturas do processador.

Mesmo assim, o Predator Helios 300 cumpre com o que promete e é uma excelente opção para quem busca um notebook de alto desempenho, seja para jogar acima dos 60 FPS ou executar trabalhos mais pesados. Da estrutura aos resultados obtidos nos testes para este review, o equipamento se comportou como tal e não decepcionou.

Antes de tudo explodir e ir para os ares, um Predator Helios 300 com as mesmas especificações que as do utilizado neste review podia ser encontrado na casa dos R$ 8.400; hoje, esse valor foi para cerca de R$ 10.990. Já versões mais modestas do notebook saem por a partir de R$ 7.199. Se vale a pena comprá-lo ou não, na realidade atual de mercado e preços descontrolados, vai muito da necessidade de cada um.