Publicidade

Análise | Acer Predator Helios 700 é o notebook dos sonhos de todo gamer

Por| 29 de Agosto de 2020 às 10h30

Link copiado!

Sergio Oliveira/Canaltech
Sergio Oliveira/Canaltech
Tudo sobre Acer

Desde sua gênese, os notebooks foram pensados como equipamentos voltados para produtividade aliada a portabilidade e mobilidade. Muito provavelmente por isso nunca viram a necessidade de mudar a estrutura desse tipo de produto, relativamente fino, pesando alguns poucos quilos e que cuja tampa se abre para revelar tela, teclado e trackpad para o usuário.

Mas o tempo passou, os processadores e placas de vídeo evoluíram e surgiu a ideia de fazer notebooks gamers, numa mudança de propósito que deveria vir acompanhada de alterações de design e de estrutura. Não foi exatamente o que aconteceu, e hoje quem joga em um notebook sabe muito bem qual seu maior problema: o superaquecimento. E aí surge a pergunta: o que fazer para resolver isso?

A Acer radicalizou e atacou o problema de frente com o Predator Helios 700, um monstro travestido de notebook com design curioso e pouco habitual que ignora mobilidade e portabilidade para favorecer o resfriamento e performance. O ponto-chave aqui é o teclado HyperDrift, que desliza em direção ao usuário e abre caminho para que os coolers AeroBlade 3D de 4ª geração tenham mais uma fonte de ar frio para manter as temperaturas dentro do corpo de 4,1 cm de espessura do notebook a níveis aceitáveis.

"E precisa de tudo isso?", você deve estar se perguntando. A resposta é sim. No Brasil, a Acer comercializa o Predator Helios 700 em uma versão equipada com Intel Core i7-9750H e Nvidia GeForce RTX 2080, uma dupla que dá um certo trabalho para ficar fria. De quebra, o conjunto ainda vem com 32 GB de RAM e um combo de armazenamento, com SSD NVMe de 512 GB e HDD de 1 TB.

Continua após a publicidade

É poder de fogo que dá e sobra para rodar os principais lançamentos do momento em Full HD na qualidade máxima, sem engasgar. Mas a pergunta que fica é: vale a pena? O Canaltech passou alguns dias com o Predator Helios 700 para contar para você.

Design

Do mesmo jeito que não dá para tapar o sol com uma peneira, é impossível não perceber o tamanho e peso do Predator Helios 700: o corpinho de 430 x 299 x 41,7 mm pesa nada menos que 4,8kg. Embora seja mais fácil transportar um bicho desses por aí que um desktop, é inegável que ele foi feito para ficar sobre a mesa.

Continua após a publicidade

Também chama a atenção o visual do laptop, que até segue a tendência atual do mercado de não apostar em linhas tão agressivas para não se restringir apenas ao público gamer, mas que, pela espessura e cantos em linha reta, acaba lembrando os produtos da linha Enduro da Acer de alta durabilidade e uso industrial. Apesar disso, é a partir daqui que podemos observar o propósito das escolhas da Acer para o Helios 700.

O principal material empregado na construção do Predator é o plástico. Embora nem de longe passe o ar de requinte que um produto desse porte poderia ter, ele faz sentido sobretudo se pensarmos em eficiência térmica: o plástico ajuda a não transferir o calor para as áreas de contato do usuário com o equipamento.

Continua após a publicidade

Ao abrir a tampa, nos deparamos com o astro aqui: o teclado HyperDrift retroiluminado RGB no padrão ABNT2. Suas teclas são grandes o suficiente para proporcionar uma boa experiência de uso mesmo para quem tem mãos e dedos grandes, seja durante horas de jogatina ou trabalho, mas pecam por não serem mecânicas — algo esperado para um equipamento desse porte. Para se "redimir", digamos assim, a Acer incluiu um kit de teclas WASD MagForce, que têm uma mola na parte de baixo para detectar diferentes níveis de pressão/sensibilidade e reproduzi-los em jogos de tiro e corrida, os que mais pedem por algo nesse sentido.

Na parte superior esquerda, temos teclas de predefinições e Turbo. As primeiras podem ser configuradas através do software PredatorSense para aplicar estilos de iluminação diferentes no teclado, de acordo com o jogo e gosto do usuário. Por exemplo: é possível deixar acesas apenas as teclas mais importantes para jogar Fortnite em um perfil; em outro, destacar as mais utilizadas em League of Legends e assim por diante. Ao todo, é possível salvar e utilizar até nove perfis diferentes. Já a tecla Turbo aplica overclock automático na GPU e dá um boost na refrigeração do sistema caso haja necessidade — durante nossos testes, não foi necessário fazer isso em nenhum momento, pois as configurações padrão deram conta de tudo sem qualquer intervenção.

E mesmo quando perceber que o laptop está aquecendo acima do normal, o usuário pode primeiro optar por deslizar teclado HyperDrift para favorecer o sistema de refrigeração do Predator Helios 700 antes de ativar a tecla Turbo. Ao fazer isso, o usuário revela o que está sob as teclas: duas ventoinhas AeroBlade 3D de 4ª geração, que aqui podem puxar ar frio não só da parte traseira, como também de cima, e uma cobertura em acrílico, por onde vemos os heat pipes de cobre em meio a uma iluminação RGB estilizada. E não é só isso: o PredatorSense identifica que o teclado foi "aberto" e altera o perfil de funcionamento do computador para "Alto Desempenho", incrementando o clock da RTX 2080 e a rotação dos coolers.

Continua após a publicidade

Deslizar o teclado para frente também cria um apoio bem interessante para os punhos e traz consigo o trackpad. Com uma área sensível "padrão", de 6,5 x 10,7 cm, ele vem acompanhado de botões direito e esquerdo físicos e é rodeado por um LED RGB, que ajuda bastante quem gosta de utilizar o equipamento em ambientes escuros. No geral, o componente responde bem aos comandos, mas é coadjuvante, sobretudo porque quem joga em notebook sempre prefere utilizar um mouse.

O botão liga/desliga fica é à parte do teclado. Parecido com um brasão, todo estiloso, ele fica mais próximo da dobra da tampa. Esta, inclusive, acomoda um display AU Optronics IPS Full HD de 17,3 polegadas e 144 Hz compatível com G-Sync. Isso significa que ele suporta até 144 FPS sem tearing ou travadas; acima disso, ajusta a saída de quadros diretamente na GPU, sem criar fila de exibição de frames e gerar delay. Também é válido destacar que a tela de 300 nits e contraste de 1440:1 cobre 92% do espectro sRGB.

Esteticamente, é quase impossível não perceber os quase dois dedos de espessura das bordas laterais e superior e três dedos de borda inferior do frame que acomoda a tela. Incomoda? Talvez aos mais minimalistas, mas não custa nada lembrar: o Predator Helios 700 é um trambolho pesado cujo propósito é entregar o máximo desempenho possível. Delicadeza e minimalismo passam longe.

Continua após a publicidade

Quanto às conexões, o Helios 700 distribui muito bem todas suas portas nas laterais e traseiras. Temos o seguinte:

  • Esquerda: Ethernet Gigabit, 2x USB 3.1 Tipo A, jack para microfone, jack para headphone
  • Direita: 1x USB 3.1-A, 1x USB 3.1 Tipo-C, 1x Thunderbolt 3 Tipo-C, trava Kensington
  • Traseira: alimentação, 1x DisplayPort, 1x HDMI

Na parte de baixo, há duas camadas para acessar os componentes internos do notebook gamer da Acer. A primeira é uma tampa protegida por apenas três parafusos que dá acesso aos slots de memória RAM, SSD e disco rígido — este exigindo a remoção da bateria do lugar. A segunda camada, por sua vez, dá acesso aos demais componentes, incluindo placa-mãe, cabos flat etc.

Continua após a publicidade

Especificações

Aproveitando que removemos as tampas do notebook, vamos dar uma olhada mais de perto nos componentes e especificações do Predator Helios 700. O grande astro desse laptop da Acer é, sem dúvidas, sua GPU. A RTX 2080 é o modelo mais rápido disponível para notebooks atualmente no mercado. Com clock base de 1.380 MHz e boost de até 1.590 MHz, a placa de vídeo entrega 91% do desempenho de sua contraparte para os desktops e se beneficia diretamente da arquitetura Turing da Nvidia.

Ao todo, o componente conta com 8 GB GDDR6, 2.944 shaders e nada menos que 448 GB/s de largura de banda. Adicione a isso o suporte a DLSS 2.0 e ray tracing e temos diante de nós uma máquina capaz de proporcionar a melhor experiência em jogos do mercado, rodando qualquer game atual em Full HD no Ultra sem dificuldades.

Ao seu lado, temos um processador Intel Core i7-9750H de seis núcleos e 12 threads operando a um clock base de 2,6 GHz e podendo chegar a até 4,5 GHz em boost. Entre os processadores Intel Coffee Lake de nona geração, este daqui se destaca por ser o segundo mais potente para notebooks — então desempenho não falta. O problema é a questão do calor excessivo gerado pelos processadores da marca, que vem empurrando a litografia de 14nm ao limite. A coisa é tão séria que recentemente, durante a apresentação dos Comet Lake de 10ª geração, ela recomendou às fabricantes parceiras adotarem diretrizes de design para mitigar isso.

Continua após a publicidade

Em todo caso, a Acer resolveu o percalço à sua maneira e conseguiu manter o Core i7-9750H operando em temperaturas "civilizadas", bem diferente do que vimos acontecer com o Dell G5 5590.

Para complementar, temos nada menos que 32 GB de memória DDR4-2666 distribuídos em dois pentes de 16 GB da SK Hynix. É memória mais que suficiente para tankar qualquer jogo, mas quem quiser ou for usar o notebook para outros fins, pode preencher os dois slots livres para chegar a até 64 GB de RAM. Já em matéria de armazenamento, temos um sistema híbrido composto por um SSD WD PC SN720 NVMe de 512 GB e um disco rígido WD ST1000LM049-2GH172 de 1 TB e 7.200 RPM. Tal qual as memórias, esse combo deve ser suficiente para a maioria dos usuários tanto em questão de espaço, quanto de desempenho: em nossos testes o SSD alcançou velocidade máxima de leitura de 2.967 MB/s e 2.348 MB/s de escrita, marcando 4.207 pontos no AS SSD Benchmark.

Continua após a publicidade

Outro quesito que a Acer caprichou no Predator Helios 700 foi o sistema de som. De primeira linha, ele emprega 5.1 canais, com três alto-falantes instalados na parte da frente do notebook, dois abaixo da tela e o subwoofer na parte de inferior. No geral, a qualidade sonora é acima da média e o sistema de som se comporta muito bem quando o usuário quer ouvir música ou assistir a um filme ou série sem fones de ouvido, proporcionando uma boa noção espacial. Porém, durante as gameplays o uso de um headset é indispensável, já que o barulho dos coolers acaba tomando conta do ambiente e o som dos alto-falantes fica bem tímido.

Também não houve economias na hora de investir num bom controlador Wi-Fi. O Predator Helios 700 utiliza o mundialmente renomado Killer Wi-Fi 6 AX1650, que torna o equipamento não só "a prova de futuro" com o suporte a Wi-Fi 6, como também reduz a latência em até 300% e emprega Bluetooth 5.1.

A câmera e o microfone embutido, por outro lado, são dignos de pena. Apesar de vir com um sensor capaz de fazer capturas em 1080p, as imagens geralmente são estouradas ou têm muito ruído em situação de baixa luminosidade — resumindo: quem quiser fazer streaming com facecam, terá de adquirir um modelo a parte. O microfone é tão básico quanto, pegando bastante som ambiente e ruído.

Continua após a publicidade

Ficha técnica Predator Helios 700

  • GPU: Nvidia GeForce RTX 2080 8 GB GDDR6
  • CPU: Intel Core i7-9750H de seis núcleos, 12 threads e clock máximo de 4,5 GHz
  • Memória RAM: 32 GB (2x16 GB) DDR4-2666 (expansível para até 64 GB)
  • Armazenamento: 512 GB SSD NVMe + 1 TB HDD 7.200 RPM
  • Tela: IPS Full HD de 17,3 polegadas, antirreflexo, 300 nits e 144 Hz
  • Teclado: HyperDrift retroiluminado RGB padrão ABNT2 com tecla MagForce
  • Câmera: FHD (1080p) com microfone embutido e capaz de gravar a 30 FPS
  • Bateria: 4 células, 4.570 mAh, 72 Wh
  • Conectividade: 3x USB 3.1 Tipo-A, 1x USB 3.1 Tipo-C, 1x Thunderbolt 3 Tipo-C, Gigabite Ehternet 100/1000, 1x DisplayPort, 1x HDMI, jack microfone, jack headphone, trava Kensington, alimentação AC
  • Conectividade sem fio: Killer Wi-Fi 6 AX1650, Bluetooth 5.1
  • Sistema operacional: Windows 10 Home Single Language
  • Dimensões: 4,1 cm (Altura) x 43 cm (Largura) x 29,9 cm (Profundidade)
  • Peso: 4,8 kg

Bateria e arrefecimento

Para um notebook grandalhão e parrudo como o Helios 700, todo mundo espera por uma bateria à altura, certo? Bom, não é exatamente o que acontece na realidade. Veja bem: temos um componente de 4 células, 4.570 mAh de capacidade e 72 Wh. Para a grande maioria dos notebooks, isso seria mais que suficiente para umas boas horas longe da tomada, mas não para o notebook da Acer.

Continua após a publicidade

Estamos falando de um modelo gamer de 17,3 polegadas equipado com CPU e GPU de alto desempenho que demandam, em média, isto daqui de energia:

  • Display: 28 a 45 watts
  • GPU: 98 a 307 watts
  • CPU: 45 watts

O que isso significa na prática? Conduzimos testes com o PCMark 10 no Modo Escritório, com o consumo de energia setado para equilibrado, 50% de brilho da tela e Wi-Fi ligado. Nesse cenário, o Predator só aguentou 119 minutos longe da tomada. No teste de gaming do PCMark 10, foram apenas 55 minutos de autonomia.

Diferente do Dell G5 5590, que tem o mesmo processador e sofre constantemente de thermal throttling, o que afeta diretamente a autonomia da bateria, aqui o problema é mesmo de consumo. A bateria simplesmente não dá conta de tanta demanda e é drenada rapidinho, reforçando, mais uma vez, a ideia de que esse modelo foi feito para ser usado sobre a mesa e conectado na tomada. Quer mais uma prova? A fonte de 330W que acompanha o Helios 700 é um trambolho grande, pesado e nada discreto.

Outra prova é que, durante os testes de arrefecimento com o HyperDrift aberto, comprovamos que as escolhas adotadas pela Acer realmente fazem o Predator Helios 700 entregar o máximo de desempenho enquanto mantém temperaturas dentro de níveis bem aceitáveis. O Core i7-9750H pode atingir o Tjunction rapidamente se não houver um sistema de refrigeração competente no apoio, mas aqui ele nem chega perto disso. No BurnIn Test, a CPU não chegou nem aos 70ºC.

O mesmo pode ser dito da GeForce RTX 2080 que acompanha este modelo. Embora não tenha um histórico de superaquecimento, a placa demanda um bom sistema de resfriamento sobretudo durante a execução de jogos. Durante os nossos testes com o BurnIn Test, isso nem de longe foi um problema, já que a temperatura máxima alcançada foi de apenas 48ºC.

Ambos os casos foram os melhores resultados que já obtive em todas as análises que pude fazer para o Canaltech. Muito disso, claro, se deve ao HyperDrift e aos coolers AeroBlade 3D, que não só têm duas fontes de ar frio para trabalhar, como alcançam incríveis 4800 RPM em velocidade máxima. Mas não é só isso.

Ao abrir o Predator Helios 700, notamos vários detalhes que denunciam o esmero da companhia em relação à refrigeração. Os cinco heat pipes, por exemplo, são fabricados em cobre e passam por baixo da placa-mãe, não por cima, para coletar e dissipar uma maior quantidade de calor. A baía onde ficam instalados os SSDs NVMe dispõe não só de um dissipador de calor próprio feito em cobre, como também vem equipada com thermal paddles. Outra curiosidade sobre isso é que a baía do disco rígido fica sob a bateria, mas tem um case plástico de proteção para evitar o máximo possível a passagem de calor de um componente para o outro.

E não se engane: os 4,1 cm de espessura do Helios 700 não são por acaso. Por ser mais grosso, o laptop acaba dispondo de muito mais espaço interno para circulação do ar, sem criar zonas de pressão ou bolsões de calor. Cada um desses detalhes contribui à sua maneira para manter uma besta fera como esta operando dentro dos conformes.

O visual acaba um pouco comprometido? Sim. Mas nada é mais satisfatório do que ver um jogo como Assassin's Creed Odyssey rodando acima dos 60 FPS no Ultra sem a CPU ultrapassar os 80ºC de temperatura. Falando nisso...

Desempenho

Ao longo de toda esta análise há pistas de que o Predator Helios 700 não tem dificuldade para rodar absolutamente nada. Mas vamos cumprir nosso papel e mostrar em números o que isso significa de verdade.

Para começar, fizemos o teste de praxe rodando o 3DMark Fire Strike para medir com precisão como a GPU trabalha em conjunto com a CPU executando testes de cálculo de física, processamento de partículas e renderização de gráficos. Ao todo, a dobradinha Core i7-9750H e RTX 2080 do Predator Helios 700 marcou um total de 19.676 pontos, deixando para trás qualquer outro notebook gamer que já testei e analisei para o Canaltech. Na prática, isso significou um pico de 143 FPS durante a medição do Fire Strike.

Nos joguinhos, o notebook gamer da Acer também dá show. Colocamos para rodar em Full HD alguns dos jogos mais exigentes da atualidade e que sempre são usados de parâmetro para medir quão bem um PC gamer aguenta o tranco, e o Helios 700 nem suou. Em Assassin's Creed Odyssey, um dos jogos que mais demandam da CPU e da GPU, a média foi de 69 FPS no Ultra e 99 FPS no Low.

Em Red Dead Redemption 2 o buraco foi um pouco mais embaixo, mas ainda assim o Acer deu conta do recado. Nas configurações máximas, a taxa média foi de 39 quadros por segundo; já nas configurações mais baixas, esse número subiu para 126 FPS. Assim, com alguns ajustes bem feitos é possível rodar o game da Rockstar a 60 FPS com uma qualidade bem próxima da máxima.

Já o queridinho do público Grand Theft Auto V rodou liso no Predator Helios 700. Ignorando-se os intervalos de carregamento, que fazem a média de quadros subir, o jogo ficou entre 80 e 100 FPS de média no Ultra; já nos ajustes mais baixos, o jogo ficou entre os 140 e 185 quadros por segundo de média — excelentes valores para quem quer curtir um role play sem preocupações.

Fora essa tríade, que geralmente dá um trabalhinho para notebooks gamers de entrada e intermediários, todos os outros jogos que testamos para esta análise rodaram sem ressalvas. Shadow of the Tomb Raider cravou 83 FPS no Ultra e 131 FPS no Lowest; Gears 5 marcou média de 100 FPS no Ultra e 134 FPS no Low; enquanto Far Cry 5 foi de 87 FPS no Ultra para 108 FPS no Low.

Outro ponto digno de nota: em nenhum dos testes usamos as opções de overclock que estão disponíveis no PredatorSense. Também percebemos que, mesmo as ventoinhas não operando em toda sua capacidade, o sistema foi capaz de se manter funcionando sempre abaixo dos 80ºC. Em outras palavras, há uma folga considerável para o usuário fazer overclock e obter ainda mais desempenho do Predator Helios 700.

Predator Helios 700: vale a pena?

O Predator Helios 700 tem todos os componentes e recursos para oferecer a melhor experiência gamer em um notebook. Já vimos que "boa vontade" na hora de empregar componentes de alta performance não é suficiente. É preciso garantir que eles poderão funcionar em sua capacidade máxima, e isso a Acer fez muito bem. Desde a escolha do material dos heat pipes ao sistema de arrefecimento diferentão baseado no HyperDrift e nos AeroBlade 3D, a fabricante pensou em tudo para alcançar o máximo de performance.

Porém, isso não significa que o Predator é isento de defeitos, pelo contrário. Para um notebook desse calibre e faixa de preço, muita gente pode alegar que o plástico não entrega o "requinte" necessário; ou que a tela está envolta em bordas grossas demais; que a bateria tem baixa autonomia; ou ainda que seu peso e tamanho são demais e não compensam... Tudo isso pode, sim, incomodar, mas o Helios 700 cumpre muito bem a proposta de substituir um desktop tradicional de alto desempenho. Para isso, alguns sacrifícios de design tiveram de ser feitos, mas, em matéria de performance, ele não fica devendo absolutamente nada.

Em outras palavras: se você está em busca de um notebook para levar por aí sem ter dor nas costas, este equipamento não é para você. Agora, se você está em busca de um notebook gamer topo de linha, capaz de rodar qualquer jogo ou programa sem suar, e não tem problema em deixá-lo sobre a mesa a maior parte do tempo, o Predator Helios 700 foi feito para você.

E aí chegamos à questão mais delicada de toda esta análise: o preço. A Acer comercializa o Predator Helios 700 pela bagatela de R$ 22.999, um valor que não só é alto, como faz muita gente pensar 500 vezes antes de decidir pela compra. Se o custo-benefício não for um problema, então é possível afirmar com bastante tranquilidade que o equipamento vale muito a pena; por outro lado, é possível adquirir um PC com especificações semelhantes na faixa dos R$ 10 mil a R$ 15 mil na nova realidade de mercado do Brasil trazida pela pandemia.

Questões de preço à parte, é inegável que o Predator Helios 700 é o notebook dos sonhos de todo gamer, entregando desempenho suficiente para rodar qualquer jogo por uns bons anos.