Maçã compra startup bancária que pode ajudá-la a ampliar Apple Card
Por Márcio Padrão | Editado por Claudio Yuge | 24 de Março de 2022 às 22h30
A Apple adquiriu a Credit Kudos, uma startup de open banking do Reino Unido que busca ajudar os credores a tomar melhores decisões. Embora as motivações para o negócio não sejam claras, o site Macrumors especula que a tecnologia da fintech possa ajudar a Apple com o lançamento do Apple Card no Reino Unido. A empresa costuma adquirir startups inovadoras para incrementar seus próprios serviços.
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A Credit Kudos é dona de um software que usa os dados bancários dos consumidores para fazer verificações de crédito mais consolidadas em resposta a pedidos de empréstimos. Algo que seria útil no Apple Card, disponível por ora só nos EUA. Mas a startup de open banking poderia ajudar a entrada do cartão no Reino Unido, que é considerado um dos mercados mais importantes para a Apple.
O site The Block diz ter ouvido três fontes próximas das duas empresas que teriam confirmado o fechamento do acordo no início desta semana. Uma das fontes valorizou a startup em cerca de US$ 150 milhões (R$ 766 milhões). Outro indício do acordo é que um link chamado "Termos de Uso do Site" no site do Credit Kudos atualmente leva a uma página dos termos de uso da Apple. As duas empresas foram procuradas pelo site, mas não responderam até a publicação da nota.
A Credit Kudos levantou dinheiro pela última vez em abril de 2020, no início da pandemia de covid-19, em uma rodada série A que obteve 5 milhões de libras (cerca de R$ 31 milhões na cotação atual). O fundo AlbionVC liderou o investimento, seguido de Triple Point, Plug and Play Ventures, Ascension Ventures's Fair by Design fund, Entrepreneur First e apoiadores anjo.
Segundo a CNBC, a fintech é hoje considerada uma rival de grandes agências de crédito, como Equifax, Experian e TransUnion. O acordo pode ter grandes implicações para alguns dos clientes da Credit Kudos, como a fintech Curve e Fronted, com sede em Londres.
O acordo também é um sinal da grande valorização a startups de open banking; outro exemplo é que a Plaid, do Vale do Silício dos EUA, foi avaliada em US$ 13,4 bilhões em uma rodada de financiamento no ano passado. Ela já havia concordado em ser comprada pela Visa, mas cancelou esses planos após um processo antitruste do governo dos EUA.