Uber compra parte do serviço de mapas da Microsoft
Por Felipe Demartini | 30 de Junho de 2015 às 12h35
Nem Nokia, nem uma expansão ainda mais global do Baidu. O escolhido do Uber para ser sua solução de mapas proprietária foi o Bing Maps, da Microsoft, adquirido nesta segunda-feira (29), por um valor não divulgado. Cerca de 100 funcionários da fabricante do Windows passam, agora, a trabalhar para o serviço de transportes, mas esse foi o único detalhe da transação divulgado oficialmente.
Quem falou mais sobre o negócio, porém, foi a Microsoft, que disse que a transação abrange os sistemas de satélite e captura de imagens do Bing, de forma a entregar mapas com fotos reais das localizações por onde os usuários estão passando. Para a empresa, trata-se de mais um passo em um movimento que vem acontecendo desde meados do ano passado, quando a companhia começou a se reorganizar com foco em alguns segmentos-chave, o que acabou causando demissões e a venda de alguns setores, como o de agora.
Além de investir em sua própria tecnologia daqui em diante, o Uber afirmou ainda que vai continuar trabalhando com as parcerias existentes hoje, de forma a criar a plataforma mais completa e confiável possível para seus clientes e motoristas. A Microsoft, inclusive, faz parte dessa dança, passando a entregar o que chamou de “conteúdo premium” e um experiência de usuário satisfatória no Bing Maps, mesmo com a tecnologia de captura de imagens estando agora nas mãos de terceiros.
É uma ideia, porém, que vai contra a análise de especialistas e até mesmo de falas do próprio Uber, que no passado, já havia afirmado estar buscando independência. Hoje, o sistema de transportes utiliza mapas do Google e da Apple, além da própria Microsoft, para rastrear motoristas e calcular itinerários e valores. A ideia original seria adquirir uma plataforma para chamar de sua. Vieram daí os rumores de que o serviço HERE, da Nokia, seria o alvo da aquisição. Não se sabe ao certo se essa disposição continua em vigor ou se o app, agora, prefere trabalhar com base em parcerias.
Enquanto isso, o mercado já se prepara para uma vindoura abertura de capital da empresa, que não deve demorar muito para acontecer. O Uber é frequente nas notícias sobre novas rodadas de investimento, mesmo ainda não tendo apresentado lucros. De acordo com os dados mais recentes, por exemplo, a companhia opera atualmente com perdas de US$ 470 milhões, fruto, justamente, de todos os investimentos que vêm sendo feitos para ampliar sua presença em diversas partes do mundo e em tecnologias que melhorem a plataforma.
As informações, porém, não são oficiais, e de acordo com o Uber, não refletem a realidade atual da empresa. Apesar disso, ela não divulgou novos totais e, como não tem suas ações abertas na Bolsa, nem mesmo tem a obrigação de revelar publicamente resultados trimestrais, principalmente quando eles são de perdas como as esperadas.
Na última semana, o Uber teria recebido mais uma rodada de investimentos do grupo chinês Hillhouse Capital. O valor do aporte pode ser de até US$ 1 bilhão, em troca de uma parcela promocional de ações em um IPO que parece cada vez mais próximo. O negócio e seus valores, porém, não foram confirmados oficialmente. Com isso, especialistas estimam que o serviço de transportes teria, hoje, um valor estimado em US$ 50 bilhões.
Fontes: Mashable, Business Insider