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Exclusividade da App Store no iOS é para garantir segurança, afirma executivo

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 23 de Junho de 2021 às 14h30

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James Yarema/Unsplash
James Yarema/Unsplash

Devido às restrições da Apple, o download de qualquer aplicativo no iPhone deve ser feito pela App Store. Tal limitação, que colocou a Maçã na mira de autoridades internacionais por suposto monopólio, teria como principal finalidade a proteção dos seus usuários. Segundo a Apple, eliminar as instalações paralelas reduziria as portas de entrada para malwares e outras ameaças.

Este mês, a companhia lançou um documento bem detalhado sobre sua estratégia na construção de um ecossistema fechado e protegido. Porém, com a importância desse tópico atualmente, o site Fast Company foi atrás do Diretor de Privacidade do Usuário da Apple, Erik Neuenschwander, para ter novas palavras sobre o assunto.

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O executivo usa um dos principais argumentos dos críticos do ecossistema Apple para defender a distribuição centralizada de apps. Para ele, ter uma plataforma em que os aplicativos não podem ser baixados por lojas paralelas não é sobre limitar os usuários, mas dar a eles uma alternativa sobre quais produtos comprar.

“Usuários que querem acesso direto aos aplicativos sem qualquer tipo de avaliação tem essa opção em outras plataformas. O iOS é uma plataforma em que usuários sabem que não serão enganados ou levados a becos obscuros onde acabarão com um aplicativo baixado em paralelo, mesmo que essa não seja sua intenção”, defendeu Neuenschwander.

Se não está satisfeito, vá para o Android

Sem mencionar diretamente o principal concorrente Android, o diretor da Apple sugere que a postura da companhia é clara sobre o assunto: se você quiser um sistema aberto e com livre distribuição de apps, o sistema do Google está aí; se a máxima segurança e privacidade for a prioridade, o iOS é a melhor opção.

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Sob essa perspectiva, o argumento do executivo converge com a fala do CEO da Apple, Tim Cook, quanto ao risco de se usar Android. Em entrevista para o portal Brut, o figurão afirmou que o sistema do robozinho tem 47 vezes mais malware que o SO do iPhone ao defender seu modelo de avaliação de aplicativos.

Neuenschwander admite que a proteção da Apple não é infalível e que malwares ainda podem alcançar usuários de iOS por meios alternativos. Uma das alternativas mais populares para os atacantes é abusar de mecanismos nativos como o app de calendário. Eventualmente, também, apps com finalidades escusas também alcançam a App Store, tal como foi um app de distribuição de filmes piratas disfarçado de Sudoku removido este mês.

Abrir o ecossistema geraria mais perigos

Para o executivo, a abertura do modelo de distribuição de software no iOS impactaria até quem não tem interesse nessa estratégia. Segundo ele, os usuários que pretendem instalar aplicativos exclusivamente da App Store poderiam ser eventualmente ludibriados por uma loja falsa e, consequentemente, fariam um download malicioso.

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“Você precisa pensar de forma bem criativa, bem fora da caixa, como um atacante que está tentando alcançar dados tão importantes de usuários guardados em seus smartphones. Assim, os usuários serão atacados independentemente de terem ou não a intenção de navegar em lojas de aplicativos que não sejam da Apple”, pontuou o diretor da fabricante.

E por que com o macOS é diferente?

A resposta está na popularidade dos sistemas. O executivo comenta que há pelo menos dez vezes mais iPhones espalhados pelo mundo do que Macs, o que os tornam naturalmente um alvo mais interessante. Além disso, os celulares são recheados de dados muito mais sensíveis que um computador.

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No macOS, a distribuição de aplicativos não é limitada à loja oficial da Apple. Usuários podem baixar e instalar programas de onde quiser, incluindo fontes externas, desde que sejam compatíveis com o SO.

Essa é a decisão final?

A companhia tem argumentos consistentes entre seus executivos para defender seu modelo restrito de distribuição e software no iOS e, mesmo que ele seja alvo de críticas e motive brigas judiciais, é improvável que ela mude por espontânea vontade — pelo menos, atualmente.

Até agora, nem mesmo a briga judicial contra a Epic Games gerou movimentações internas. A justiça dos Estados Unidos entendeu que seria preocupante ordenar que uma companhia mude seu modelo de negócios. Na ocasião, a juíza do caso entendeu que a desenvolvedora não teria iniciado o processo por “bondade” e, sim, para desestabilizar uma concorrente multibilionária.

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Fonte: Fast Company