EUA proíbe exportação de GPUs Nvidia A800 e H800 para China
Por Daniel Trefilio • Editado por Jones Oliveira |
Os EUA baniram a exportação de GPUs Nvidia A800 e H800 para empresas chinesas. A medida intensifica as restrições já impostas em 2022, que barravam a exportação dos chips A100, A100X e H100, utilizados na fabricação dos servidores A800 e H800, com propósito de barrar o desenvolvimento de soluções avançadas de IA no país.
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A administração do presidente Joe Biden ainda acrescentou duas fabricantes chinesas de GPU à lista de empresas banidas de acessar tecnologias estadunidenses. Ambas as medidas foram tomadas sob a premissa de prevenir eventuais ameaças a segurança nacional.
“A maioria dos semicondutores continuará sem restrições. Mas quando identificarmos ameaças à segurança nacional ou direitos humanos, iremos agir de maneira decisiva e coordenada aos nossos aliados.”, explicou Gina Raimondo, Secretária de Comércio dos EUA
Limitando o acesso à HPC e IA
As restrições do ano anterior miravam em evitar que a China tivesse acesso a supercomputadores com desempenho acima de 100 PetaFLOPS FP64, ou 200 PetaFLOPS FP32. Isso garantiria que, ao menos por enquanto, o país não consiga estabelecer uma forte infraestrutura voltada para computação de alto desempenho (HPC), IA e inferências.
Teoricamente, tecnologias desse tipo poderiam ser treinadas para comprometer a segurança de dados de cidadãos e empresas estadunidenses. Essa, inclusive, foi a mesma justificativa para tentar remover o TikTok e outras redes da ByteDance das lojas de aplicativos Android e iOS no país.
Segundo a Reuters, as novas restrições ainda devem incluir componentes com múltiplos chiplets. Isso limitaria também a venda de soluções de outras fabricantes, como os chips Instinct MI300, da AMD.
Catalisador de instabilidade política
No entanto, é importante lembrar, que a TSMC é uma das principais fabricantes de componentes para as GPUs Nvidia e AMD. Apesar de Taiwan ter governo próprio, moeda nacional e ser membro da APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), a China continental considera o país como província rebelde e a própria ONU não reconhece o país como Estado soberano.
As restrições dos EUA, e eventualmente de outros países, não deve afetar diretamente este cenário, mas têm potencial para alimentar ainda mais a instabilidade política entre a China e Taiwan.
Fonte: Reuters