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8 empresas que entraram em falência ou recuperação judicial em 2022

Por| Editado por Claudio Yuge | 29 de Dezembro de 2022 às 08h00

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rawpixel.com/Freepik
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A recuperação judicial é o processo que permite uma empresa em crise financeira renegociar dívidas e pagamentos. O principal objetivo desta medida é a manutenção da atividade econômica da empresa, visando se restabelecer.

Definitivamente o ano de 2022 não foi fácil para o mercado em geral, mas principalmente para as empresas de criptomoedas. Dentre as oito citadas nesta lista, metade são do setor de criptoativos. Confira as empresas deram entrada no "capítulo 11" neste ano, a seguir.

8 empresas que entraram em falência ou recuperação judicial em 2022

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1. FTX

Desde novembro a FTX não sai das manchetes. A corretora fundada por Sam Bankman-Fried, também conhecido por SBF, implodiu após uma reportagem da CoinDesk publicar documentos expondo a saúde financeira da sua empresa-irmã, Alameda Research. Os dados apontavam que a Alameda havia investido pesado em FTT, token nativo da FTX, inflando seu valor artificialmente.

A revelação gerou uma onda de pânico entre os investidores sobre a real situação financeira da empresa, dando início a uma corrida para retirar os ativos da corretora. A Binance, plataforma concorrente, chegou a anunciar que compraria a FTX para evitar um abalo maior ainda no mercado cripto, mas desistiu do acordo quando teve acesso aos documentos internos da empresa.

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Uma semana depois de a reportagem ter sido publicada, em 10 de novembro, SBF anunciou que encerraria as atividades da Alameda Research. No mesmo dia, um órgão regulador das Bahamas — onde Sam mora e as suas empresas estão registradas — bloqueou os ativos da FTX. Em 11 de novembro, o empresário entrou com o pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos e deixou o cargo de CEO da corretora.

Arquivos judiciais sugerem que o colapso da corretora pode ter deixado mais de um milhão de credores sem dinheiro e, com o congelamento das retiradas da plataforma, não se sabe quando os clientes receberão seus valores de volta. Na última semana, Sam conseguiu uma fiança de R$ 1,29 bilhão para seguir o processo em liberdade condicional.

Insegurança no mercado cripto

A falência da FTX foi uma grande surpresa, principalmente pela imagem que SBF construiu de um "gênio" que podia jogar videogame durante reuniões e ainda assim ser confiável. Segundo a CoinDesk, o fundador da corretora mantinha uma relação próxima com órgãos reguladores e legisladores, tendo participação política ativa.

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Durante as eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos, Sam doou US$ 5,2 milhões na campanha de Joe Biden. Além disso, ele também gastou outros US$ 40 milhões em candidatos democráticos nas eleições deste ano. Por fim, SBF apoiou a lei que regula o mercado cripto da mesma maneira que bancos tradicionais — contrariando a opinião de outros desenvolvedores independentes.

Dessa maneira, é de se esperar que as consequências da queda da FTX afetarão não só o debilitado mercado cripto, mas as startups de tecnologia. Segundo dados da GlobalData, a indústria de produtos criptográficos teve uma queda de US$ 51,7 bilhões para US$ 21,7 bilhões em investimentos.

“As consequências do FTX levarão os investidores a examinar seus portfólios também, e apenas startups com modelos de negócios robustos terão chance de sobrevivência”, disse Lil Read, analista sênior da empresa de pesquisa GlobalData, ao portal britânico Verdict.

2. BlockFi

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Apenas duas semanas após o anúncio de falência da FTX, a BlockFi deu entrada no "Capítulo 11", também conhecido no mercado norte-americano como pedido de recuperação judicial. A fintech já havia congelado os saques de seus clientes sob a justificativa de que suas posições estavam comprometidas devido aos investimentos que a BlockFi possuía na Alameda Research — empresa-irmã da FTX.

Documentos do pedido revelaram que a empresa acumula mais de 100 mil credores ativos, com compromissos em aberto entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões (cerca de R$ 5,29 e 52,9 bilhões). A BlockFi havia uma linha de crédito de US$ 400 milhões com a FTX para se manter no mercado, após as concorrentes, Voyager Digital e Celsius Network, terem anunciado falência no início do ano.

3. Voyager Digital

A Voyager, uma credora de criptomoedas, entrou com pedido de falência em julho. A empresa comunicou ao mercado que a 3AC (Three Arrows Capital) não realizou o pagamento de um empréstimo de criptomoedas no valor de mais de US$ 650 milhões (R$ 3,4 bilhões). A subsidiária ainda chegou a fechar um acordo para vender seus ativos por US$ 1,4 bilhão (R$ 7,39 bilhões) para a FTX, no entanto, a proposta foi fracassada após o escândalo envolvendo a corretora.

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4. Celsius Network

Ainda no setor de cripto, temos a Celsius Network. Projetada para operar como um banco tradicional, mas oferecendo criptomoedas no lugar das moedas fiduciárias, a empresa entrou com o pedido de falência após o colapso da Terra e Luna — criptomoedas que perderam cerca de 99% do seu valor.

Desde então, a Celsius esteve envolvida em investigações de fraude, tratamento desigual de contas de clientes, privacidade dos usuários, entre outros esquemas. Após a declaração, arquivos revelaram que as finanças da empresa possuíam um "buraco negro", com US$ 1,2 bilhão (R$ 6,3 bilhões) no vermelho e outros US$ 5,5 bilhões (R$ 29 bilhões) em passivos.

Assim como a FTX, a Celsius Network era considerada uma empresa reconhecida e de grande sucesso no setor cripto, com mais de 1,7 milhão de usuários.

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5. InfoWars

O InfoWars, blog divulgador de teorias da conspiração de extrema-direita, entrou com um pedido de recuperação judicial, visando colocar o site sob proteção da lei das falências. A medida suspenderia os processos que a empresa e seu fundador, Alex Jones, vêm sofrendo devido ao compartilhamento de desinformação sobre um massacre em uma escola norte-americana, localizada em Connecticut.

"Alex Jones quer atrasar o inevitável: um processo público no qual vai ser responsabilizado pela sua campanha de mentiras, motivada pelo lucro, contra as famílias da Sandy Hook que o processaram", disse o advogado de cinco famílias de vítimas e de um agente da polícia federal (FBI).

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6. Ricardo Eletro

A empresa dona da Ricardo Eletro decretou falência duas vezes ainda em 2022. Nas ocasiões, a empresa conseguiu reverter a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atualmente o caso está sendo avaliado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A rede de lojas está em recuperação judicial desde 2020 e não possui mais lojas físicas, atuando somente com vendas online. Em julho, quando foi decretada a falência pela segunda vez, a empresa possuía uma dívida estimada em R$ 4 bilhões.

7. Argo AI

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O Argo AI, empreendimento de veículos autônomos, foi encerrado em outubro. Mesmo com investimentos da Ford e da Volkswagen, a empresa liderada por Bryan Salesky, ex-engenheiro do Google, não conseguiu evitar a falência. Segundo a Forbes, a Ford culpa o empreendimento por seu prejuízo trimestral.

“Em 2017, quando a Ford investiu em Argo AI e veículos autônomos, a empresa antecipou poder levar a tecnologia ADAS de nível 4 amplamente ao mercado até 2021, mas as coisas mudaram”, disse Jim Farley, CEO da Ford.

O presidente da montadora afirma que a empresa está otimista sobre o futuro do L4 ADAS, mas que veículos totalmente autônomos e lucrativos em escala são uma realidade muito distante.

8. Itapemerim

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O Tribunal de Justiça de São Paulo decretou a falência do Grupo Itapemirim em setembro deste ano. A empresa de transporte estava em recuperação judicial desde 2016 e tinha dívidas estimadas em mais de R$ 2 bilhões. Os credores da empresa tentam reverter a decisão na Justiça.

Fonte: Reuters; Uol; Sábado; SeuDinheiroVerdict