Crise no mercado cripto: após a FTX, BlockFi abre falência nos EUA
Por Giovana Pignati • Editado por Claudio Yuge |
Nesta segunda-feira (28), a BlockFi, startup de gestão e empréstimos de moedas digitais, abriu processo de falência nos Estados Unidos. A empresa acaba de pedir o seu “Capítulo 11”, também conhecido no mercado norte-americano como pedido de recuperação judicial.
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A decisão está relacionada ao escândalo envolvendo a FTX, intensificando a crise no mercado cripto, que já enfrentava dificuldades em meio a um período de baixa. Segundo fontes, no início do mês, a corretora congelou saques de seus clientes alegando que suas posições estavam comprometidas, assim como valores que a BlockFi possuía na Alameda Research — braço de investimentos da FTX.
Uma reportagem da Bloomberg News diz que o pedido na corte de Nova Jersey engloba a BlockFi e oito de suas empresas associadas. Segundo o pedido registrado pela empresa, o maior credor da companhia é a Ankura Trust Company, que pediu um ressarcimento de US$ 729 milhões (R$ 3,8 bilhões). A FTX também está inclusa entre os credores, com US$ 275 milhões (R$ 1,4 bilhões) emprestados à fintech.
Em seu pedido de Capítulo 11, a BlockFi destacou que a empresa acumula mais de 100 mil credores ativos, com compromissos em aberto entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões, cerca de R$ 5,29 e R$ 52,9 bilhões.
Binance oferece ajuda para empresas do mercado cripto
Na última sexta-feira (25), a Binance anunciou um fundo para ajudar empresas do setor de criptomoedas que estão passando por dificuldades financeiras. A iniciativa começou com US$ 1 bilhão (R$ 5,29 bilhões), mas já conta com sete novos colaboradores, incluindo Polygon Ventures e Animoca Brand, que contribuíram com US$ 50 milhões (R$ 264 milhões) cada.
Ao anunciar o “Industry Recovery Initiative”, o CEO da Binance, Changpeng Zhao (CZ), citou a BlockFi como uma possível empresa a ser beneficiada pelo fundo, mas logo veio a notícia do pedido de recuperação judicial.
O colapso da FTX causou um baque de mais de US$ 32 bilhões no mercado de criptoativos e deverá seguir causando movimentações no setor. Especialistas apontam que a implosão da corretora não deve ser o suficiente para extinguir o segmento, mas que exigirá um trabalho de contenção de danos que demandará tempo e correções de curso.
Fonte: Startups