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Empresas de tecnologia querem apostar em mulheres para liderar cargos

Por| 23 de Novembro de 2021 às 14h00

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Iakobchuk/Envato
Iakobchuk/Envato

Sou mulher, mãe e as minhas experiências pessoais e profissionais me fizeram adotar o tema liderança feminina como uma bandeira de vida. Há anos venho falando sobre a importância de termos mais meninas e mulheres trabalhando com programação, de valorizarmos as habilidades desenvolvidas pelas mães para as áreas de tecnologia e também como é preciso apostar no empreendedorismo como uma ferramenta de empoderamento feminino.

Nos diversos eventos que pude participar como palestrante, seja no Brasil ou em outros países, poucas foram às vezes em que pude dividir o palco com outra mulher. Aqueles que pesquisam, empreendem, trabalham ou tomam decisões na área de tecnologia são, em sua maioria, homens.

No entanto, felizmente, esse cenário vem mudando. O que vemos agora são multinacionais investindo em lideranças femininas para ocupar os mais altos cargos de gestão no Brasil.

Esse ano, uma das maiores empresas do ramo, a IBM, endossou essa tendência transformadora, impactante e altamente positiva. Pela primeira vez em mais de um século de história, eles confiaram a uma mulher o posto de gerente geral no escritório que fica aqui em nosso território.
Pelo mundo, esse movimento também está acontecendo. Na Espanha, companhias como HP, LinkedIn e Google são lideradas por mulheres. Nos Estados Unidos, Sheryl Sandberg balançou o mercado ao assumir o cargo de COO (chefe operacional) do Facebook. Mas essa onda de mudança ainda é pequena diante da necessidade que se impõe. Precisamos, cada vez mais, de lideranças femininas nas mais diferentes áreas, especialmente no setor de tecnologia, que tem transformado profundamente a sociedade.

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Diante da pressão social, da escassez de mão de obra qualificada no mercado de tecnologia e da percepção de que a inserção de mulheres não é mais uma questão cultural, mas sim uma necessidade da qual toda a sociedade se beneficia, as empresas se veem obrigadas a avançarem na promoção da equidade de gênero e reconhecerem o quão urgente é sanar uma dívida que é histórica.

Criar compromissos públicos e mensuráveis é um primeiro e importante passo nessa direção. Na Intel, por exemplo, empresa líder em processadores, o objetivo é que, até 2030, 40% dos cargos técnicos da organização sejam ocupados por mulheres e que o número de líderes do sexo feminino dobre. Hoje, 25% das posições de programação e 20% dos cargos de chefia da empresa nos Estados Unidos são ocupados por profissionais do sexo feminino, um número ainda assim expressivo na comparação com a média brasileira, que tem no país a presidência da operação sendo comandada por uma mulher.

Habilidades femininas podem beneficiar os cargos de liderança

As habilidades desenvolvidas pelas mulheres são preciosas para o mundo do trabalho. Lideranças femininas tendem a ser mais resilientes, comunicativas e, principalmente, empáticas. Esses atributos serão cada vez mais fundamentais em um futuro no qual pessoas seguirão produzindo diante de transformações tecnológicas rápidas e profundas. Podemos e devemos avançar para garantir uma maior participação delas nas organizações — não há dúvidas de que todos nós só teremos a ganhar com isso.

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O relatório Women in Business and Management: The Business Case for Change, divulgado recentemente pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), órgão pertencente à ONU, aponta que quanto maior o número de mulheres, sobretudo em cargos de liderança, melhores serão os resultados de uma organização.

Além disso, a ONU concorda que a igualdade de gênero é uma das prioridades para os próximos anos. Por isso, este é o 5° dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) criados pela Organização das Nações Unidas para cumprir os acordos da Agenda 2030.

Cada vez mais, queremos que mulheres sejam lembradas e que conquistem cargos de relevância nos mais diferentes setores de atuação. Mas esse é um projeto urgente e compartilhado, que depende da contribuição de toda a sociedade, e que precisa começar hoje. Não há mais tempo a perder.