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Trilheira descobre pegadas de 280 milhões de anos na Itália

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Elio Della Ferrera/Superintendence of Archaeology
Elio Della Ferrera/Superintendence of Archaeology

Trilheiros passeavam pelos Alpes italianos quando descobriram algo inusitado e muito importante para a ciênciapegadas de criaturas anteriores aos dinossauros. O achado foi da italiana Claudia Steffensen, que descia uma montanha com o seu marido e percebeu padrões circulares em uma rocha.

E não eram quaisquer pegadas: elas foram feitas pelas patas de répteis e anfíbios do Período Permiano (251 - 299 milhões de anos atrás), e estavam escondidas sob o gelo e a neve até o ano passado. Um estudo mais profundo da região revelou mais pegadas fossilizadas ainda, pertencendo a pelo menos cinco espécies de animais diferentes.

Gigantes antes dos dinossauros

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Segundo um dos pesquisadores responsáveis por estudar o local, Lorenzo Marchetti, do Museu de História Natural de Berlim, o sítio paleontológico é um dos mais ricos do Permiano de toda a região, já que possui qualidade e quantidade nas amostras.

Para sua preservação, o arenito e a lama foram encharcados pela água, secando no sol em seguida — então a água voltou e formou uma proteção de argila, segundo análises. A petrificação dos sedimentos finos ajudou a conservar detalhes importantes das pegadas dos animais do passado, como impressões das pontas de seus dedos e da pele de suas barrigas.

O Período Permiano, de quando as pegadas são, acabou com a maior extinção em massa da história, chamada de “Grande Morte”, quando 70% de todas as espécies terrestres pereceram, bem como 90% de todas as espécies marinhas.

Feliz ou infelizmente para a ciência, o achado só foi possível pelo desaparecimento do gelo na região graças às mudanças climáticas. O clima esquentou nos Alpes, diminuindo a quantidade de neve cobrindo vários locais, deixando de refletir a luz do sol e levando ao derretimento de mais neve, expondo vegetação e rochas pré-históricas.

Como há erosão e quebra de rochas, que caem da montanha, os pesquisadores esperam encontrar mais amostras futuramente. O achado foi mostrado ao mundo em uma conferência de imprensa no Museu de História Natural de Milão, tendo as rochas com pegadas levadas de helicóptero até o local.

Fonte: Museu de História Natural de Milão com informações de NBC News