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Planta marinha mais velha do mundo tem mais de 1.400 anos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 17 de Junho de 2024 às 13h43

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Pekka Tuuri
Pekka Tuuri

Quando pensamos nas criaturas vivas mais velhas do mundo, é comum lembrar de tartarugas e jabutis, da medusa imortal ou dos tubarões-da-groenlândia, com até 400 anos. Mas os candidatos mais longevos podem ser bastante inusitados — é o caso da planta marinha mais antiga conhecida, uma alga de 1.400 anos descoberta recentemente graças a métodos de análise inovadores pela equipe do cientista Thorsten Reusch, do Instituto Helmholtz de Pesquisa Oceânica de Kiel.

A alga em questão é comum ao Mar Báltico, no norte da Europa, sendo da espécie Zostera marina. Um dos métodos de reprodução dessa planta marinha é a clonagem, onde são produzidos rametes — membros individuais de um mesmo clone —, que podem se separar do original e ganhar uma vida independente. Chamada de reprodução vegetativa, essa atividade é comum a muitas plantas, fungos e animais.

Como saber a idade de uma alga?

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O método de detecção da idade da alga marinha antiga se baseou nos seus rametes. A variação genética de cada um guarda o segredo: durante o crescimento do corpo principal de um indivíduo, mutações podem acontecer, se fixando em seu DNA e sendo passadas à frente para os rametes que dele descendem.

Os cientistas, então, compararam a planta a ser datada com os rametes descendentes — sua diferença indica a idade. Clones de algas marinhas de 17 anos, conservadas em laboratório, foram usadas para comparação com uma amostra selvagem de alga.

A distância genética indicou uma idade de 1.402 anos para o clone, sendo a planta marinha mais velha já vista pela ciência. Outros clones de centenas de anos foram identificados pelo mesmo estudo. As algas Z. marina são uma espécie comum a diversos mares pelo mundo, indo dos oceanos Pacífico e Atlântico ao Mar Mediterrâneo. Muitas plantas do mesmo gênero chegam a idades incríveis aos humanos.

Segundo os autores do estudo, publicado no periódico científico Nature Ecology and Evolution, espera-se que outras espécies e seus clones — do gênero Posidonia —, que chegam a ocupar espaços de até 10 km, sejam ainda mais velhas, possivelmente os organismos vivos mais antigos do mundo. É o que pesquisas futuras deverão responder.

Fonte: Geomar, Nature Ecology & Evolution