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Nuvem de poeira do Deserto do Saara se aproxima da costa brasileira

Por| Editado por Patricia Gnipper | 09 de Março de 2022 às 15h53

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Copernicus EU
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Uma nuvem de poeira do Deserto do Saara está se aproximando do Brasil, segundo a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA). O material foi observado por satélites meteorológicos no último domingo (6) sobre o Oceano Atlântico, próximo à costa do Nordeste.

As correntes de vento devem continuar o transporte das partículas de poeira do Deserto do Saara, localizado na África. De acordo com as estimativas do programa de monitoramento atmosférico Copernicus, da União Europeia, a nuvem deve alcançar partes da América do Sul e do Caribe nos próximos dias.

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A nuvem de areia é frequentemente transportada da África pelas correntes de vento acima do Atlântico. Normalmente, as maiores nuvens são observadas da primavera ao começo do outono no hemisfério norte, quando essas correntes de ar são mais intensas.

Quando os ventos alísios (massa de ar que se desloca do Atlântico para a América do Sul) são fortes o suficiente, grandes nuvens podem percorrer milhares de quilômetros, alcançando as Américas Central, do Norte e cidades mais ao Norte da América do Sul.

O ar extremamente seco dessa nuvem de poeira saariana provavelmente impedirá a formação de ciclones tropicais, que dependem de um clima quente e úmido para se formarem. Em um curto prazo, a poeira manterá a temporada de furacões do Atlânico Norte mais calma.

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Poeira do Saara e Amazônia

A nuvem de poeira traz benefícios surpreendentes ao Brasil. Pesquisas recentes observaram como esse material vindo do Saara fornece uma série de nutrientes importantes para a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo.

Quando a poeira da depressão Bodelelé (antigo leito do maior lago da África) é levantada pelos ventos, ela transporta consigo um elemento fundamental para a saúde e crescimento das plantas: o fósforo.

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As folhas e material orgânico em decomposição no solo da Amazônia fornecem boa parte dos nutrientes da floresta, mas são rapidamente absorvidas pela flora. O fósforo, no entanto, é lavado pela chuva, tornando o solo amazônico pobre neste nutriente.

Estima-se que 22 mil toneladas de fósforo sejam transportadas do Deserto do Saara para a Amazônia todo ano, quase o mesmo valor desse elemento removida da floresta pelas chuvas.

Fonte: Copernicus EU, Via MetSul