Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Atlântico Norte registra aumento na atividade de furacões nos últimos 150 anos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 02 de Dezembro de 2021 às 12h48

Link copiado!

NOAA
NOAA

Modelos climáticos confirmaram o aumento na atividade de furacões no Atlântico Norte nos últimos 150 anos — algo que os registros históricos já apontavam. A pesquisa, conduzida pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), reconstruiu o passado recente das tempestades tropicais a partir de simulações para preencher o vazio das observações oficiais neste período.

O professor de ciências atmosféricas do MIT, Kerry Emanuel, também autor do estudo, explicou que, devido à grande incerteza dos registros históricos que datam do século XIX, não era possível confirmar o comportamento das tempestades tropicais nos últimos 150 anos.

Continua após a publicidade

Por isso, a modelagem permitiu traçar parâmetros mais confiáveis baseados em dados atmosféricos reais. O estudo, então, descobriu que a frequência dos furacões nos últimos 150 anos aumentou quase da mesma maneira observada nos registros históricos.

O aumento na frequência de furacões só foi observada no Atlântico Norte. Segundo Emanuel, nos últimos 150 anos quase não houve alteração na incidência de tempestades tropicais no restante do mundo. “Pode ter sido causado pelo aquecimento global, que não é necessariamente globalmente uniforme”, acrescentou.

Comparando registros históricos dos furacões

O International Best Track Archive for Climate Stewardship (IBTrACS) é o banco de dados que mais abrange registros de tempestades tropicais. Ele incluiu informações modernas obtidas por satélites e também antigas, que datam da década de 1940, além de relatórios de 1851 feitos por navios que se deparavam por acaso com furacões.

Continua após a publicidade

Em uma abordagem estatística, foi possível identificar tempestades tropicais que teriam escapado dos registros históricos, considerando as rotas de navegação do Atlântico nos últimos 150 anos. No entanto, Emanuel ressaltou que os caminhos dos furacões daquela época podem ser bem diferentes aos observados atualmente.

Então, o professor optou por não considerar as leituras históricas. Para isto, ele calculou atividades de furacões passadas a partir de uma técnica conhecida como redução de escala dinâmica — uma simulação climática global bem grosseira, alimentada por dados atmosféricos e oceânicos, onde “sementes” de furacões são espalhadas.

Continua após a publicidade

A partir deste ponto, o pesquisador avançou a simulação no tempo para observar quais destas sementes evoluiriam. “Houve um aumento bem grande na atividade do Atlântico desde meados do século XIX, que eu não esperava ver”, disse Emanuel, que observou um comportamento fora da curva.

As simulações apresentaram uma redução de furacões entre as décadas de 1970 e 1980. Emanuel apontou a emissão de aerossóis de sulfato, os quais refletem mais luz solar para o espaço e, portanto, resfriam o planeta, como uma das causas. E o aumento contínuo de tempestades tropicais tem relação com o aquecimento global.

Fonte: Nature Communications; Via MIT