Mudanças climáticas podem provocar 1 bilhão de mortes
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Se as mudanças climáticas provocarem um aumento de 2 °C na temperatura média global até 2100, graves consequências são previstas para a humanidade. Em estimativa conservadora, a elevação das temperaturas pode provocar um bilhão de mortes associadas ao aquecimento. Para cada 0,1 °C mais quente, o mundo deve arcar com 100 milhões de óbitos prematuros.
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A previsão de um bilhão de mortes causadas pelo aquecimento global foi baseada em uma revisão sistemática — estudo que revisa outros artigos sobre o mesmo tema — publicada na revista científica Energies. No total, 180 artigos foram considerados.
“Essas mortes em massa são claramente inaceitáveis. É realmente muito assustador, especialmente para os nossos filhos”, Joshua Pearce, cientista da Western University e um dos autores do estudo, em nota.
Regra das mil toneladas de carbono
Enquanto os pesquisadores analisaram as informações anteriormente publicadas sobre o impacto das mudanças climáticas na vida da Terra, eles descobriram a regra das mil toneladas de carbono de origem fóssil, como a queima do carvão.
Segundo esse entendimento, uma morte prematura é provocada a cada mil toneladas de carbono liberadas na atmosfera. Em algumas previsões, o impacto varIou entre 0,1 a 10 mortes por mil toneladas queimadas.
“Se levarmos a sério o consenso científico da regra das mil toneladas e analisarmos os números, o aquecimento global antropogênico equivale a um bilhão de cadáveres prematuros no próximo século”, reforça Pearce. “Obviamente, temos que agir rápido”, acrescenta.
Como é possível observar, essa previsão não considera as mortes diretamente relacionadas com eventos meteorológicos extremos, como furacões, enchentes, secas prolongadas e incêndios florestais. Ela também não mede o impacto para a flora e fauna global, como extinções em massa.
É possível impedir as mortes do aquecimento global?
Embora o cenário do futuro da Terra possa parecer desolador, os autores sugerem que, se três medidas forem adotadas em larga escala hoje, os impactos da Era da Ebulição seriam significativamente reduzidos, como:
- Estimular o uso racional de energia, apoiado por programas governamentais que englobam todos os setores da economia, como indústrias, agropecuária, logística e usos domésticos;
- Deve ocorrer a substituição completa de combustíveis com alto teor de carbono (carvão, petróleo e gás natural). Em contrapartida, precisam ser priorizadas fontes de energia renováveis, como hidrelétrica, eólica, geotérmica, biomassa e solar. O uso de hidrogênio pode ser uma opção;
- Criação de novas tecnologias para a captura e armazenamento natural de CO2, incluindo sequestro de carbono e agricultura regenerativa, é urgente.
Fonte: Energies e Western University