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Monte Everest está preservando micróbios deixados por alpinistas

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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O desafio de chegar — literalmente — ao topo do mundo leva centenas de aventureiros todo ano ao Monte Everest. Bem sucedidos ao não, estes alpinistas estão deixando algo para trás após sua jornada: fungos e bactérias que carregam consigo e que permanecem preservados no gelo da montanha.

A descoberta foi feita por um grupo de pesquisadores da Universidade de Colorado em Boulder, nos Estados Unidos. Coletando amostras de solo a 2,5 km de altitude, os cientistas encontraram diversos microrganismos que os turistas estão trazendo de suas origens. No ambiente extremo da montanha, que se eleva a 8.849 metros acima do nível do mar, estas formas de vida estão sendo conservadas no gelo.

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Foi a primeira vez que uma equipe de cientistas criou culturas de microrganismos de uma altitude tão elevada: a dificuldade de acesso a tais ambientes é um grande impeditivo de estudos desse tipo. Além dessa técnica tradicional de microbiologia, o time também utilizou modernas técnicas de sequenciamento genético para identificar as espécies que estão habitando o Everest.

Entre as principais bactérias encontradas estão estafilococos e estreptococos: a grande maioria destas são inofensivas, mas certas variedades são as responsáveis por doenças como pneumonia, faringite, intoxicações alimentares e infecções na pele.

Micróbios como estes, quando levados às condições de temperatura de locais como o Everest — na faixa de -10 ºC — morrem ou ficam dormentes. Alguns organismos, porém, conseguem até se multiplicar durante curtos períodos de elevação de temperatura e umidade.

De acordo com o artigo publicado pelos cientistas no periódico Arctic, Antarctic, and Alpine Research, os microrganismos ainda não estão causando nenhum impacto ao ecossistema do Everest. Os pesquisadores chamam a atenção, porém, para a pesquisa de vida em outros planetas: se os humanos estão contaminando ambientes como o Everest, no futuro, devemos ficar atentos para garantir que formas de vida possivelmente encontradas em Marte não tenham sido levadas por nós mesmos.

Fonte: Arctic, Antarctic and Alpine Research Via: Science Alert