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Monte Everest é mais alto do que deveria ser — e a culpa é de um rio

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Papa Lima Whiskey/CC-BY-2.0
Papa Lima Whiskey/CC-BY-2.0

Um rio na cordilheira do Himalaia, a dezenas de quilômetros do Monte Everest, pode ser o responsável pela montanha mais alta do mundo ser 50 metros maior do que deveria — tudo isso graças a um provável evento de quase 90.000 anos atrás. A captura do fluxo fluvial por outro teria gerado uma erosão e o aparecimento de um desfiladeiro, numa perda de massa terrestre enorme.

Em geral, a diferença de altura entre picos de montanhas fica entre 50 e 100 metros, mas o Everest possui uma diferença incomum em relação ao monte mais próximo, o K2 — 250 metros. Isso indica, para os geólogos de plantão, para o fato de que algo não estaria certo na estrutura natural.

Crescimento desmedido do Everest

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Segundo dados de GPS, o Everest está subindo cerca de 2 milímetros por ano, mais do que a taxa de crescimento esperada para a cordilheira. Sabendo da influência dos rios, pesquisadores buscaram anomalias próximas. Notou-se o formato estranho do rio Arun, que flui em um formato de “L”.

A maioria dos rios lembra uma árvore, com o tronco (fluxo principal) relativamente reto, e os troncos (afluente) fluindo em direção ao tronco. O Arun, no entanto, flui do leste para o oeste na porção rio acima, até fazer uma curva em 90º e fluir em direção ao sul, pelos Himalaias. Isso indica que o rio pode ter mudado sua forma recentemente, talvez “capturado” outro rio. 

Em um artigo produzido por cientistas da University College London e publicado na revista científica Nature Geoscience, cientistas usaram modelos numéricos para simular como a rede fluvial Kosi, que flui ao longo de China, Nepal e Índia (por onde passam os Himalaias) evoluiu, comparando os resultados com a topografia atual das regiões.

Isso mostrou que o rio Arun, hoje afluente do Kosi, foi capturado por este último há cerca de 89.000 anos, desviando seu curso e levando a uma erosão repentina, gerando o Desfiladeiro do Rio Arun. O evento removeu massa terrestre suficiente para tornar a terra ao redor mais leve, causando o levantamento incomum do Everest. Desde o ocorrido, a montanha teria subido entre 15 e 50 metros.

Não se sabe o que teria capturado o rio à primeira vista, mas possibilidades incluem o transbordamento de um lago glacial e a enchente subsequente, que teria eliminado a barreira natural entre os rios e aberto caminho para o desfiladeiro. Para descobrir mais, investigações estão sendo feitas no local, o que deve esclarecer, também, a data precisa do evento.

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VÍDEO: Telha Solar

Fonte: Nature Geoscience

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