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Derretimento das geleiras no Himalala cresce 65% em uma década

Por| Editado por Patricia Gnipper | 20 de Junho de 2023 às 18h10

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Vyacheslav Argenberg/Wikimedia Commons
Vyacheslav Argenberg/Wikimedia Commons

As geleiras que cobrem as montanhas mais altas da Terra no Himalaia estão cada vez mais em risco — entre 2011 e 2020 o derretimento do gelo nesta região do planeta cresceu 65% em relação à década anterior. A descoberta foi divulgada através de um relatório do ICIMOD — Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado de Montanhas, organização intergovernamental que reúne oito países do leste asiático para estudo e gestão das cadeias montanhosas.

A região do Hindu Kush Himalaia se estende por 3.500 quilômetros, atravessando Afeganistão, Bangladesh, Butão, China, Índia, Mianmar, Nepal e Paquistão. Cerca de 240 milhões de pessoas residem neste perímetro. Além disso, outros 1,65 bilhões se encontram nos vales dos rios que fluem a partir das montanhas. Somado, esse contingente populacional equivale a quase 20% da humanidade.

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Um quinto da humanidade em risco

O derretimento do Himalaia, porém, põe em risco esse enorme número de pessoas: estas comunidades dependem da água do degelo sazonal das montanhas para sua sobrevivência. Com o derretimento descontrolado, a segurança hídrica da região fica em risco. “Conforme esquenta, o gelo vai derreter — isso é esperado,” disse Philippus Wester, um dos responsáveis pelo relatório, em entrevista à AFP. “Mas o que é inesperado e muito preocupante é a velocidade. Isso está acontecendo muito mais rápido do que imaginávamos.”

O estudo divulgado nesta terça-feira (20) destaca que as geleiras podem perder até 80% de seu volume até o final do século, caso as emissões de gases estufa sigam os padrões projetados. Com isso, rios como o Ganges, na Índia, o Rio Amarelo, na China e o Mekong na Tailândia estariam ameaçados — o que impactaria o abastecimento da população, a agricultura e a geração de energia de seus respectivos países. “As consequências de perder essa criosfera são muito vastas para se contemplar,” afirma Izabella Koziell, diretora do ICIMOD.

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O patamar de 80% de perda pode ser evitado caso a humanidade consiga restringir o aquecimento global à faixa de 1,5 ºC a 2 ºC em relação aos níveis pré-industriais, mas, mesmo assim, cerca de 33% do volume de gelo ainda estaria comprometido. Wester destaca que isso exige “ações climáticas urgentes.” O pesquisador completa que “cada pequeno acréscimo [na temperatura] terá enormes impactos e nós realmente precisamos trabalhar na mitigação deles.”

Injustiça climática

As mudanças climáticas vêm proporcionando desastres ao redor de todo o globo, mas comunidades mais socioeconomicamente vulneráveis tendem a sentir os impactos de forma ainda mais grave — apesar de serem as que menos contribuem em termos de emissões de gases estufa. Este é o caso no Himalaia. Amina Maharjan, especialista em habitação e migrações, diz que as pessoas no Himalaia não possuem o apoio necessário. De acordo com a especialista, o preparo da região está muito aquém do ideal para enfrentar os desafios que virão nos próximos anos.

Fonte: Science Alert