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Como fósseis marinhos foram parar no topo do Everest?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Dezembro de 2023 às 19h56

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Papa Lima Whiskey/CC-BY-2.0
Papa Lima Whiskey/CC-BY-2.0

No topo do Monte Everest, na Cordilheira do Himalaia, há fósseis de animais marinhos, presentes no calcário sedimentar conhecido como o Calcário de Qomolangma. Quando a informação se disseminou pela internet, muitos internautas ficaram confusos com o fato — como teriam os restos de criaturas do mar chegado ao topo da montanha mais alta do planeta?

A questão é que os fósseis são de criaturas do Período Ordoviciano, entre 488 milhões e 443 milhões de anos atrás, incluindo trilobitas, braquiópodes, ostracodes e crinóides, organismos já extintos. E não, não seria uma evidência de uma grande enchente do passado, mas, sim, resultado da dinâmica das placas tectônicas, da época em que o Himalaia não era uma cordilheira.

Formação do Monte Everest

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Quase todas as rochas sedimentares são formadas pela erosão da água, que tritura minerais por milhares ou até milhões de anos, antes de compactar o material sob sua pressão. A presença de tais rochas nos diz que o Everest esteve sob a água em eras passadas, e que algo — a colisão continental — o trouxe aos seus 8.849 m de altura. Veja, em velocidade acelerada, esse processo no vídeo abaixo:

O Himalaia e o Monte Everest foram formados pela colisão entre as placas continentais da Eurásia e da Índia, que se chocaram e “dobraram” suas massas de Terra em direção ao céu, começando entre 40 milhões e 50 milhões de anos atrás. A placa da Eurásia foi parcialmente esmigalhada e trazida para cima da placa indiana, mas como ambas têm uma baixa densidade e alta flutuabilidade, nenhuma pôde entrar em subducção, ou seja, não mergulhou sob o manto, o que pode gerar trincheiras oceânicas ou vulcões.

Essa colisão e a natureza das placas fez com que a crosta continental engrossasse através da dobra e criasse falhas por conta da compressão, elevando os Himalaias e o platô tibetano para as alturas. Como criaturas de milhões de anos haviam afundado e acabado preservadas no fundo do oceano, na época em que a região ficava diversos quilômetros abaixo do nível do mar, elas subiram com a cadeia de montanhas. 

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Fonte: The Geological Society, Australian Associated Press, The Island Arc