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Mercúrio vulcânico ajuda na compreensão do maior evento de extinção da Terra

Por| Editado por Patricia Gnipper | 01 de Fevereiro de 2023 às 17h27

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Statuska/Envato
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Embora a extinção do Permiano tardio — do inglês, Latest Permian Mass Extinction (LPME) — tenha sido a maior pela qual noso planeta já tenha passado, todas as suas causas ainda não estão claras para a ciência. Agora, o estudo do mercúrio proveniente de vulcões da Sibéria pode dar uma nova luz ao evento ocorrido há mais de 250 milhões de anos.

Entre 80 e 90% das espécies da Terra foram extintas entre o período Permiano e o Triássico. Os animais marinhos, em especial, diminuíram em 95%, e até insetos, que costumam passar ilesos pelas grandes extinções, foram atingidos.

É amplamente aceito na comunidade científica que o rápido aquecimento global ocorrido no período esteja associado à intensa atividade vulcânica da época. A existência de um enorme depósito de rochas vulcânicas na Sibéria, de mesma data da extinção, corrobora a hipótese, mas só esse fato não é suficiente para validá-la.

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Por isso, pesquisadores da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, foram buscar pistas de mercúrio, metal expelido pelos vulcões, que tenha sido transportado para outros lugares do mundo. Os cientistas acabaram encontrando o que procuravam nas bacias de Sydney, na Austrália e na de Karoo, na África do Sul — dois locais cuja evolução geológica permitiu um registro detalhado do que aconteceu no passado.

Embora a distância desses locais até a Rússia possa surpreender, os gases liberados em uma erupção vulcânica podem viajar grandes distâncias e, até agora, as pesquisas sobre as erupções do LPME haviam focado no hemisfério norte. Para ter certeza de que encontrariam evidências corretas, os pesquisadores buscaram uma variedade específica do mercúrio que aparece tipicamente no vulcanismo.

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Em paralelo a isso, estudos sobre como essa extinção aconteceu nos oceanos já possuem uma alta precisão em relação às datas, apontando para 251,9 milhões de anos atrás. O que as evidências indicam, porém, é que a extinção terrestre aconteceu cerca de 200 a 600 mil anos antes. Segundo Tracy Frank, umas das responsáveis pelo artigo publicado na revista Nature, “não foi apenas um dia muito ruim na Terra”, mas um processo mais complicado que se desenrolou por muitos anos.

Graças aos resultados da pesquisa, o gatilho para a extinção terrestre pode agora ser ligado com confiança ao vulcanismo na Sibéria. Frank explica que as mudanças climáticas do período não são tão diferentes das que acontecem no planeta hoje: “A principal causa esteve relacionada com a massiva injeção de carbono na atmosfera ao redor do momento da extinção, o que levou a um rápido aquecimento,” diz a autora.

Fonte:  Nature Communications Via: UConn