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Evolução das plantas e suas raízes teria iniciado extinções em massa nos oceanos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 16 de Novembro de 2022 às 16h14

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Imagem: Eilis Garvey/Unsplash
Imagem: Eilis Garvey/Unsplash

Um estudo revelou que eventos de extinção em massa no oceano ao longo da história da Terra podem estar ligados à evolução das plantas no planeta. O surgimento de espécies com raízes profundas teria reestruturado toda a biosfera tendo consequências como o desaparecimento de diversos animais marinhos.

Quando biólogos e ambientalistas dizem que tudo na Terra está conectado de alguma forma, não é exagero. Os processos evolutivos dentro de um ecossistema levam, ao longo de milhões de anos, ele a um delicado equilíbrio entre suas espécies e seu ambiente. Em certa escala, isso vale também para todo o planeta.

Ocasionalmente, porém, a própria evolução surge com fatores de desequilíbrio. Foi o caso há cerca de 400 milhões de anos atrás, durante o período Devoniano. Quando as plantas começaram a deixar a água e ocupar a Terra, a seleção natural favoreceu cada vez mais o crescimento de raízes para buscar nutrientes subterrâneos. Em algum momento, estas raízes alcançaram reservas de fósforo em minerais antes inacessíveis.

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O fósforo é um elemento essencial para todos os seres vivos, fazendo parte de estruturas celulares e do processo de geração e consumo de energia. Quando as plantas que assimilaram esse e outros nutrientes morreram, o processo de decomposição os liberou na superfície. Eventualmente, pela ação das águas, estes elementos chegaram também nos oceanos.

Gabriel Filippelli, um dos cientistas responsáveis pelo estudo afirma que “as raízes provavelmente encheram os oceanos com nutrientes em excesso, causando um aumento massivo no crescimento de algas.” O processo teria consumido grande parte do oxigênio disponível na água, gerando eventos de extinção catastróficos.

A hipótese das raízes já era considerada uma possível causa das extinções no Devoniano, mas este estudo foi o primeiro a calcular a quantidade e a época em que o fósforo teria chegado às águas. Isso foi feito a partir da análise química de pedras no leito de lagos e mares da Groenlândia e Escócia.

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Hoje as árvores já não apresentam esse potencial destrutivo, mas o evento deixa uma importante lição sobre o equilíbrio dos ecossistemas. O fato, inclusive, acende um alerta quanto ao uso de fertilizantes, químicos ricos em nutrientes amplamente utilizados na agricultura ao redor do mundo. O excesso destas substâncias é carregado aos corpos d’água e facilitam a proliferação de algas da mesma forma.

Para Filippelli, “os resultados catastróficos de eventos naturais do passado servem como um alerta sobre condições semelhantes causadas pela atividade humana hoje.”

Fonte: GSA Bulletin Via: Science Alert