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Infiltração da água do mar pode levar a mais derretimento na Antártida

Por| Editado por Luciana Zaramela | 26 de Junho de 2024 às 15h45

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Mosaic Expedition
Mosaic Expedition

Um novo ponto de virada no derretimento descontrolado do gelo na Antártida foi identificado por cientistas. Desta vez, a responsável pelo aquecimento das plataformas congeladas é a água quente dos oceanos, que se infiltra entre as camadas de solo e de gelo e fica aquecendo a região, o que se torna preocupante à medida que a infiltração se expande e acelera.

Esse tipo de derretimento não é, em si, desconhecido, mas a seriedade do seu impacto, sim — e os cientistas responsáveis por essa avaliação, da Universidade de Oxford e da Pesquisa Antártica Britânica, em Cambridge, no Reino Unido, apontam que o Painel Intergovernamental das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas (IPCC) não levou em conta esse fator nos seus modelos de projeção do impacto do aquecimento global.

Infiltração e perda do gelo antártico

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Na pesquisa feita pelos estudiosos britânicos, publicada no periódico científico Nature Geoscience, também foi descrita a perda de gelo antártico até agora. Os resultados dizem que a ciência subestimou sistematicamente essa perda — e os riscos incluem o aumento do nível do mar por todo o planeta, ameaçando especialmente as populações costeiras.

O ponto de virada da infiltração antártica quer dizer que, quando ele for ultrapassado, a água oceânica começará a entrar entre as camadas terrestre e congelada em um ritmo muito acelerado, gerando um derretimento descontrolado das plataformas geladas. Elas ficam sobre o leito rochoso do continente, se estendendo desde a região continental até o mar, onde se tornam gelo flutuante.

Quando a água é aquecida — incluindo aquecimentos muito pequenos —, a infiltração acelera, indo de meros 100 metros dentro do gelo a até dezenas de quilômetros, derretendo mais gelo em seu caminho ao aquecê-lo a partir da parte de baixo. Cada décimo de grau, segundo os cientistas, nos aproxima dos pontos de virada a partir dos quais as mudanças climáticas não serão mais evitáveis.

Nesse caso, o risco ao aumento do nível do mar surge quando o ritmo de derretimento ultrapassa o ritmo de formação de gelo novo no continente. Algumas regiões antárticas ficam mais expostas ao processo por conta do formato da massa terrestre, que inclui vales e cavidades onde a água marinha pode acabar se acumulando. 

O Glaciar de Pine Island é, atualmente, o que mais tem influência no aumento do nível do mar, e segue sob o risco de derreter por conta do declive no terreno local, que permite a entrada de mais água marinha.

Os cientistas finalizam o estudo apontando a necessidade levar em conta os causadores do derretimento nas previsões de risco do aumento do nível do mar e de aquecimento global, o que pode ajudar a deixar clara a urgência de tomar ações contra as mudanças climáticas.

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Fonte: Nature Geoscience