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Hoje é o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio; saiba mais

Por| Editado por Patricia Gnipper | 16 de Setembro de 2021 às 13h00

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NASA
NASA

O Protocolo de Montreal, estabelecido em 1897, garantiu a proteção da camada de ozônio ao eliminar gradualmente a produção e consumo de substâncias nocivas a ela. Em 1994, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o dia 16 de setembro como o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, que, neste ano, destaca ainda mais o importante papel do tratado para a recuperação dessa frágil e vital camada atmosférica.

A camada de ozônio é um frágil escudo de gás que protege a Terra da radiação ultravioleta do Sol, além dos raios cósmicos. Na década de 1970, cientistas descobriram que ela estava enfraquecendo. Em condições naturais, ela varia de acordo com a temperatura, clima, latitude e altitude. No entanto, esses fatores não explicavam seu esgotamento. Então, descobriu-se que produtos químicos com clorofluorcarbonetos (CFCs) eram a principal causa dessa alteração.

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Graças ao Protocolo de Montreal, a produção e o consumo destes produtos passou a ser gradualmente eliminada, iniciando uma lenta recuperação da camada de ozônio deste então. Infelizmente, muitas substâncias CFC permanecem por décadas na estratosfera e, hoje, o maior dano à camada de ozônio se encontra acima do Polo Sul. Este “buraco” aumenta de tamanho entre agosto e outubro, quando atingiu seu maior tamanho.

Satélites de olho na camada de ozônio

Os dados climáticos obtidos por satélites são fundamentais para a proteção da camada de ozônio e, consequentemente, do clima global. O satélite Corpenicus Sentinel-5P, da Agência Espacial Europeia (ESA), mede a quantidade de ozônio na atmosfera, estendendo o trabalho do Global Ozone Monitoring Experiment (GOME), iniciado em 1995.

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A partir dessas informações, o Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS), comandado pelo Centro Europeu de Previsões do Tempo de Médio Alcance (ECMWF), é capaz de monitorar a tendência de longo prazo e medir o ozônio atmosférico em apenas três horas. No ano passado, o Sentinel-5P foi usado para revelar a dimensão do buraco na camada de ozônio acima da Antártida.

Entre agosto e outubro de 2020, o buraco atingiu cerca de 25 milhões de km quadrados de extensão, impulsionado por um vórtice polar, estável e frio, que manteve a temperatura da camada consistentemente fria — bem diferente do cenário encontrado em 2019, quando o buraco apareceu pequeno. Neste ano, o buraco esta um pouco menor do que no ano passado, cerca de 23 milhões de km quadrados, mas ainda maior do que a Antártida.

Segundo a CAMS, em 2021 ele cresceu consideravelmente nas últimas duas semanas, sendo 75% maior do que os buracos registrados nesse período desde 1979. Claus Zehner, gerente da missão Copernicus Sentinel-5P, diz que “as medições de ozônio Sentinel-5P são uma contribuição fundamental para o monitoramento e previsão global de ozônio no âmbito do programa Copernicus”. Vincent-Henri Peuch, diretor da CAMS, explica que ainda é necessário mais pesquisas para entender exatamente a relação da recuperação da camada com as mudanças climáticas.

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Tais mudanças, aqui na superfície, têm provocado o aumento da temperatura. Já a estratosfera, localizada a aproximadamente 50 km de altitude e onde se encontra boa parte do escudo de ozônio, tem esfriado. É nessa faixa atmosférica que as chamadas nuvens estratosféricas polares se formam durante o inverno. Essas nuvens frias fornecem o cenário perfeito para que substâncias corrosivas a base de cloro e bromo atuem, causando maiores danos à camada de ozônio.

Alguns países ainda produzem e consomem ilegalmente produtos com substâncias nocivas ao ozônio. Em 2018, segundo Peuch, altos níveis de CFC detectados na atmosfera foram rastreados até a China. "Se essas emissões ilegais não forem detectadas por algum tempo, isso pode realmente comprometer todo o processo, porque o cloro e o bromo na atmosfera podem parar de se nivelar e se estabilizar ou até mesmo aumentar", explica.

O futuro da camada de ozônio

A equipe de cientistas ressalta que o monitoramento do buraco na camada de ozônio no Polo Sul deve ser interpretado com cuidado, pois seu tamanho, duração e concentrações são influenciados por eventos locais. Mesmo assim, eles esperam que o buraco se feche até 2050.

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Boa parte dos satélites que atualmente monitoram essa região, como o Sentinel-5P, fornecem a quantidade de ozônio por colunas de ar — do solo ao topo da atmosfera. A combinação dessa variedade de informações é crucial para visualizar o mapa de maneira mais completa possível.

A próxima missão da ESA, chamada Atmospheric Limb Tracker for Investigation of the Upcoming Stratosphere (Altius), tem lançamento previsto para 2025. A Altius fornecerá perfis de ozônio e outros tipos de gases presentes na atmosfera e, além de apoiar as previsões meteorológicas, a missão monitorará as tendências da camada de ozônio a longo prazo.

Para isto, o Altius contará com um gerador de imagens 2D de alta resolução capaz de observar o ozônio em seu limite atmosférico. A técnica garantirá que as diferentes concentrações de ozônio sejam medidas com maior precisão. O satélite também acompanhará outros gases residuais, como dióxido de nitrogênio, vapor de água e aerossóis.

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Fonte: ESA, ONU, Space.com