Buraco na camada de ozônio aumenta e chega ao maior tamanho dos últimos anos
Por Natalie Rosa | 20 de Outubro de 2020 às 16h15
![Reprodução: ESA](https://t.ctcdn.com.br/ZrTWkOLEGurdIJ5CCF8aIdpmvrk=/640x360/smart/i11347.jpeg)
O tamanho do buraco na camada de ozônio, de forma geral, é bastante oscilante. Porém, entre os meses de agosto e outubro, o aumento foi significativo, atingindo o seu máximo entre meados de setembro e outubro, e quebrando recordes.
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A descoberta foi possível graças ao satélite Copernicus Sentinel-5P, que coletou dados que comprovaram que, neste ano, o buraco na camada de ozônio atingiu o seu tamanho máximo de aproximadamente 25 milhões de quilômetros quadrados, agora em meados de outubro. De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), o buraco na camada de ozônio atingiu o seu maior tamanho e profundidade dos últimos anos.
O recorde, no entanto, não é algo positivo, visto que a camada de ozônio é responsável por proteger a população da terra da radiação ultravioleta vinda do Sol. Por isso, o monitoramento é feito constantemente pelo satélite na região que cobre a Antártida, com a colaboração do Centro Aeroespacial Alemão.
A ESA publicou uma animação que mostra a extensão do buraco que toma conta de, praticamente, toda a Antártida, passando pelos períodos de setembro até a metade de outubro. No ano passado, em comparação, o tamanho foi incrivelmente menor, chegando a "apenas" 16,4 milhões de quilômetros quadrados, em setembro, mas isso não significou que apresentaria melhoras.
"A variabilidade do buraco na camada de ozônio é amplamente determinada pela força de uma forte faixa de vento que flui em torno da região da Antártida", explicou a agência. "Essa faixa forte de vento é uma consequência direta da rotação da Terra e das fortes diferenças de temperatura entre as latitudes moderadas e polares", completa.
Os pesquisadores começaram a alertar para o tamanho do buraco na camada de ozônio ainda nos anos 1980, dando o pontapé inicial para que o mundo começasse a repensar o uso de determinadas substâncias que acabam colaborando para o aumento deste buraco, como alguns aerossóis. Em 2018, a NASA chegou a publicar a primeira prova de que a redução do tamanho estava acontecendo devido à proibição de alguns desses produtos.
A esperança, agora, é que o buraco seja completamente "curado" e volte ao normal, mas este é um esforço que ainda vai levar algumas dezenas de anos, com previsão para 2050.
Fonte: ESA