Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Gripe aviária elimina 95% dos filhotes de elefante-marinho na Argentina

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Janeiro de 2024 às 19h41

Link copiado!

Wikimedia Commons/CC BY-SA 3.0
Wikimedia Commons/CC BY-SA 3.0

Mais de 17.000 filhotes de elefantes-marinhos-do-sul morreram de uma cepa altamente virulenta de gripe aviária (H5N1) na Argentina, na Península de Valdés. O número representa 95% de todos os nascidos em 2023 e foi confirmado pelo Serviço de Saúde Animal do Governo da Argentina (SENASA), causando preocupação entre os conservacionistas e cientistas. O temor dos especialistas é que o vírus tenha mutado o suficiente para ser transmissível de mamífero para mamífero.

Pesquisadores antigos e recentes sobre a espécie nunca viram uma doença afetar tanto os elefantes-marinhos-do-sul (Mirounga leonina), chamando o evento de “catastrófico”. Os filhotes costumam nascer entre setembro e novembro e ficam com as mães por cerca de três semanas. Um estudo sobre o espalhamento da H5N1 foi publicado na revista científica Marine Mammal Science no último mês de dezembro, sendo que a mortalidade alta foi identificada em novembro.

A gripe aviária nos elefantes-marinhos-do-sul

Continua após a publicidade

Os pesquisadores coletaram dados em três áreas da Península de Valdés, cobrindo 500 quilômetros da costa argentina. Em 2022, cerca de 18.000 filhotes nasceram, e, como 96% dos pequenos animais foram a óbito nas áreas de amostra, praticamente toda a prole da espécie se perdeu em 2023. Ainda não se sabe, no entanto, como as populações adultas foram afetadas pela doença — o estudo registrou, até agora, 46 mortes de adultos em uma praia de alta densidade populacional, onde uma morte por ano seria rara.

Segundo os cientistas, está sendo considerada a possibilidade de que as transmissões estão ocorrendo de um mamífero para outro. Anteriormente, acreditava-se que os mamíferos estavam se infectando ao entrar em contato com matéria fecal de pássaros ou com suas carcaças, mas, como os filhotes se alimentam majoritariamente do leite materno, resta apenas a possibilidade de terem se contaminado pelo contato com outros membros da mesma espécie.

O mesmo vírus já causou outros eventos de alta mortalidade na América do Sul, como os vistos na população de leões-marinhos-do-sul (Otaria flavescens) do Peru, Chile, Uruguai, Brasil e Argentina. É possível que colônias dessa espécie tenham transmitido a doença para os elefantes-marinhos.

Continua após a publicidade

Como os animais demoram de três a seis anos para atingir a maturidade sexual, a morte dos filhotes ainda vai impactar sua população por anos — em 2026 e 2027, suas colônias podem acabar bem reduzidas com a falta de elefantes-marinhos juvenis. A população será contada em setembro deste ano, e, dependendo do número de fêmeas detectadas, é possível que a mortalidade acabe não sendo tão dramática.

Fonte: Marine Mammal Science com informações de Live Science