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Gripe aviária acende novo alerta após morte de urso-polar

Por| Editado por Luciana Zaramela | 17 de Janeiro de 2024 às 18h37

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Hans-Jurgen Mager/Unsplash
Hans-Jurgen Mager/Unsplash

Desde a morte do primeiro urso-polar em decorrência da gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1), os especialistas debatem quais são os riscos para o mundo animal e também para os humanos. Até o momento, o consenso é de que o vírus não tem as mutações necessárias para se proliferar ativamente entre todas as espécies de mamíferos, com algumas exceções. 

Hoje, “parece provável que a lista de mamíferos infectados e a sua distribuição geográfica continuem a crescer, mas de forma relativamente lenta”, afirma o cientista Alastair Ward, professor associado da Universidade de Leeds, no Reino Unido, em artigo para a plataforma The Conversation.

No entanto, esta não é a mesma realidade para as aves. Centenas de milhares de pássaros já foram sacrificados devido à gripe aviária H5N1 e outros milhares morreram em decorrência direta da infecção. Inclusive, no Brasil, alguns casos já foram registrados entre as espécies selvagens.

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Mamíferos e gripe aviária 

Segundo Ward, a estirpe atual da gripe aviária já afetou uma gama muito maior de espécies do que qualquer estirpe registrada anteriormente. A seguir, confira algumas espécies de mamíferos que foram infectados:

  • Raposas;
  • Lontras;
  • Visons;
  • Gatos;
  • Leões-marinhos;
  • Leões;
  • Focas; 
  • Golfinhos;
  • Humanos.

“Embora alguns casos em mamíferos tenham sido associados a um grande número de mortes de animais [como foi observado com os leões-marinhos no Peru], os poucos casos em humanos, até agora, mostraram apenas sintomas leves ou foram assintomáticos”, explica o professor. 

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Mutações no vírus H5N1

Antes de seguir, vale mencionar que os vírus da gripe são altamente adaptáveis. Por terem um código genético muito simples, as mutações são ainda mais frequentes, o que favorece o processo evolutivo. Por causa dessa habilidade é que a atual estirpe H5N1 consegue infectar tão bem uma grande variedade de espécies de aves e, quando possível, contamina também mamíferos.

A questão é que, até o momento, as infecções de mamíferos parecem ser eventos isolados. “São necessárias mudanças genéticas muito específicas para que os vírus da gripe aviária se adaptem aos hospedeiros mamíferos”, pontua Ward. “Estas alterações ainda não foram detectadas na atual estirpe do H5N1”, afirma. 

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Hipótese da infecção pelo consumo

Por exemplo, ainda não se sabe quão bem os mamíferos infectados transmitem entre si o vírus da gripe aviária e nem o quão perigosa é essa transmissão. Para a maioria dos casos, a principal hipótese está relacionada com o contágio através do consumo de alimentos infectados, especialmente para as espécies que vivem em grupos mais isolados.

“A probabilidade de uma foca ou um urso-polar encontrar e comer pelo menos uma carcaça de ave infectada numa colônia do Ártico, que sofre um [hipotético] surto, parece bastante elevada”, sugere o cientista.

Risco para os humanos

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No caso dos humanos, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) aponta que o primeiro caso foi registrado nos Estados Unidos, em abril de 2022. Desde então, outros poucos relatos vieram à tona, como os do Equador e do Chile. 

A questão é que praticamente todos os indivíduos estavam relacionados com a criação de aves, o principal alvo da gripe aviária. “A transmissão de pessoa para pessoa não foi identificada em nenhum desses casos”, reforça a OPAS. 

No entanto, a organização orienta que “é essencial manter e fortalecer a vigilância, pois não podemos ignorar o risco de uma possível pandemia decorrente de um vírus da influenza aviária”.

H5N1 e o Brasil

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No Brasil, o primeiro caso de gripe aviária foi registrado em maio do ano passado, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Desde então, 151 focos de transmissão da doença foram rastreados pelas autoridades. 

A maioria dos casos de H5N1 envolvem aves silvestres no país, mas três casos foram associados com aves criadas para subsistência — galinhas e gansos. Nenhum caso foi confirmado em humanos e nem em outras espécies de mamíferos.

Fonte: The Conversation e OPAS