Fóssil de dinossauro mais caro do mundo vai a Museu de História Natural dos EUA
Por Lillian Sibila Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |

Há alguns meses, o bilionário estadunidense Kenneth Cordele Griffin comprou o mais caro fóssil de dinossauro do mundo — um estegossauro — por R$ 267,85 milhões, em um disputado leilão pelos restos do enorme espécime. Agora, o magnata emprestou os ossos ao Museu de História Natural dos Estados Unidos, localizado na cidade de Nova York.
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O contrato de empréstimo garante que pesquisadores poderão estudar a fundo o esqueleto mineralizado, incluindo um scan 3D de todas as suas partes, o que poderá ajudar a entender o padrão de crescimento da espécie extinta, bem como detalhes de sua biologia. O preservado estegossauro, chamado Apex, deverá ficar no museu por quatro anos, com um acordo verbal para extensão futura.
Pesquisas e o mercado de fósseis
O fóssil dinossauro Apex foi revelado no museu americano na última quinta-feira (5), na presença de repórteres, fotógrafos, funcionários da instituição e uma turma de uma escola visitante. Só no último domingo (8), no entanto, o espécime foi totalmente preparado para exibição e disponibilizado para apreciação do público geral.
Os estegossauros, como este esqueleto, estão entre os dinossauros mais reconhecíveis do mundo, com inconfundíveis placas dorsais. O antigo réptil quebrou o recorde anterior, estabelecido na venda de um tiranossauro rex (Stan, por R$ 190,98 milhões), mas a prática de leilões e vendas de fósseis a colecionadores privados tem gerado medo entre paleontólogos acadêmicos e museus.
Griffin se comprometeu a fazer empréstimos do recém-adquirido Apex a instituições como o Museu de História Natural nos próximos anos, mas nem sempre os restos ficam disponíveis para pesquisa, muitas vezes sendo mal preservados e longe dos olhos da ciência, que é quem mais pode se beneficiar dos estudos com espécimes fósseis.
Neste caso, o bilionário também incluiu um financiamento para a pesquisa e documentação do esqueleto, incluindo os scans 3D, que ficarão disponíveis aos pesquisadores.
A iniciativa para o empréstimo foi do museu, que, durante o verão do hemisfério norte, contatou Griffin para descobrir se ele já havia se comprometido com alguma instituição para exibir o dinossauro Apex — como não havia ainda uma decisão, as negociações começaram.
O estegossauro andou onde hoje ficam os EUA, no estado do Colorado, há 150 milhões de anos, com seus 3,35 metros de altura e 6,10 metros de comprimento.
Ele não é o maior dos dinossauros do museu, mas está entre os mais completos, com 254 ossos fossilizados de um total aproximado de 320 em um estegossauro completo. Um dos aspectos mais interessantes aos pesquisadores é um pedaço de 10 cm no fêmur do animal, cujo estudo pode revelar mais sobre o padrão de crescimento da espécie.
Acredita-se que Apex tenha superado as expectativas de venda — que eram 10 vezes menores do que seu valor final — por conta da procedência. Executivos da casa de leilões Sotheby's, responsável pela venda, adquiriram o espécime do paleontólogo comercial Jason Cooper, que o encontrou em sua propriedade próxima da cidade de Dinossauro (sim, esse é nome do município), no Colorado, em 2022.
Griffin já possui diversas exibições de dinossauros emprestadas e doadas por si no Museu de Campo de Chicago, e, por conta da parceria com o Museu de História Natural, ganhou um átrio em seu nome em um dos centros da instituição.
O fóssil ficará no Centro Gilder até ser levado ao quarto andar do museu, onde ficará na recepção dos visitantes aos corredores dedicados a fósseis. No futuro, uma réplica do dinossauro deverá ser feita para substituir o original, quando for realocado após o término dos empréstimos.
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Fonte: The New York Times