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Estas bizarras criaturas da Antártica podem viver mais de 11 mil anos

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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NOAA Photo Library/CC-BY-2.0
NOAA Photo Library/CC-BY-2.0

Esponjas-do-mar, apesar de serem bastante paradas e semelhantes a plantas, são, na verdade, animais — e, curiosamente, estão entre os que mais vivem no planeta, alcançando milhares de anos. Há alguns anos, uma espécie que vive na Antártica, o continente gelado no sul do mundo, surpreendeu cientistas ao demonstrar uma inacreditável longevidade: mais de 11.000 anos de idade.

A esponja-do-mar para lá de velha é da espécie Monorhaphis chuni, que vive ancorada nas profundezas do mar através de uma grande espícula. Seu corpo fica enrolado ao redor desse espinho e forma um cilindro contínuo, como se fosse um cachorro-quente empanado — conforme, aliás, a própria descrição da Administração Atmosférica e Oceanográfica Nacional dos Estados Unidos (NOAA).

Simples e praticamente imortal

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O achado impressionante em relação à idade de tais esponjas marinhas ocorreu em 2012, quando cientistas analisavam a composição elemental e isotópica (ou seja, dos seus átomos) de uma M. chuni gigante, cujo esqueleto tinha mais de 2 metros de comprimento e 1 centímetros de largura.

O espécime tinha o cilindro feito de lamelas de dióxido de silício, cujo crescimento, assim como os anéis de uma árvore, fica marcado em camadas. É aí que apareceram seus 11.000 anos de vida, todos vividos a 1.100 metros de profundidade, no leste do Mar da China. Seus restos foram coletados em 1986, mas só 25 anos depois é que seus detalhes puderam ser revelados.

Além da idade, o animal guardou informações muito importantes sobre o clima ao longo de sua existência, guardadas nos padrões de crescimento do cilindro de dióxido de silicone. Sob um microscópio de elétrons, foram notadas quatro áreas onde as lamelas da esponja-do-mar cresceram irregularmente.

Isso indica que seu crescimento ocorreu em épocas de temperatura da água crescente, como, por exemplo, durante a erupção de um vulcão submarino. Como tinha uma idade muito avançada, a esponja guardava inestimáveis dados sobre o clima do passado — e mais espécimes parecidos ainda podem estar guardando tais conhecimentos.

Com a M. chuni, por sinal, pôde-se descobrir que, no último milênio, as temperaturas saltaram rapidamente ao menos uma vez — indo de menos de 2 ºC a um máximo entre 6 ºC e 10 ºC graças a erupções submarinas, algo desconhecido até então. Embora sejam simples e descerebradas, as esponjas são muito valiosas à ciência: pense duas vezes sobre sua importância ao ver uma em seu habitat marinho.

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Fonte: Instituto Max Planck, Chemical Geology