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Esponja-do-mar pode combater bactérias resistentes a antibióticos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Julho de 2022 às 14h30

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NOAA/Unsplash
NOAA/Unsplash

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificaram uma série de compostos bioativos em uma esponja-do-mar coletada em Fernando de Noronha (PE). Esses compostos podem combater bactérias resistentes a antibióticos, uma preocupação que já foi apontada pela Fiocruz como uma das principais causas de morte no mundo.

Segundo o artigo científico, que foi publicado em Journal of Natural Products, a esponja-do-mar já havia sido estudada anteriormente, mas o grupo apostou em técnicas modernas para avaliar as substâncias do seu metabolismo secundário, buscar novas moléculas e testar sua atividade biológica.

"Conseguimos descrever uma série de novos compostos. O maior potencial encontrado foi contra bactérias resistentes aos antibióticos atuais”, afirmam os pesquisadores. Para se ter um parâmetro, a resistência a antibióticos é considerada um dos maiores problemas de saúde pública global pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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A esponja-do-mar pertence à espécie Agelas dispar e costuma ser encontrada no Caribe e em parte do litoral brasileiro, e conta um complexo metabolismo, capaz de produzir substâncias essenciais para evitar infecções por bactérias patogênicas. A Agência Fapesp menciona que as substâncias com maior potencial terapêutico foram três diferentes tipos de ageliferinas.

Os cientistas por trás do estudo também mencionam a importância da capacidade das esponjas de armazenar substâncias de microrganismos simbiontes, que as ajudam a se defender. "Quando analisamos os compostos encontrados nesses animais, nem sempre dá para saber o que foi produzido por eles e o que é produto de sua microbiota”, explicam os responsáveis pelo trabalho.

Ao todo, 13 compostos foram testados em uma linhagem de células tumorais de ovário conhecida como OVCAR3, mas não apresentaram atividade biológica. Três substâncias, porém, foram eficazes na eliminação de bactérias resistentes a antibióticos. Foram submetidas a esses compostos seis espécies, sendo duas delas Escherichia coli e Enterococcus faecalis, algumas das mais comuns e encontradas em diferentes ambientes, inclusive no corpo humano.

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Os pesquisadores pretendem analisar outras espécies de esponja-do-mar com a mesma metodologia utilizada para descobrir os novos compostos que possam não só combater bactérias resistentes a antibióticos, como também futuramente ajudar a tratar doenças.

Fonte: Journal of Natural Products via Agência Fapesp