Erupção recorde do vulcão Tonga alcançou a terceira camada da atmosfera
Por Rodilei Morais • Editado por Patricia Gnipper |
Estudos comprovaram que a erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha'apai, localizado na Oceania, em janeiro de 2022 atingiu a maior altitude já observada com sua pluma. Com 57 km de altitude, a erupção foi a primeira a atingir a mesosfera, terceira camada da atmosfera.
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A confirmação do recorde não é uma surpresa, dada a magnitude da erupção vulcânica: o evento chegou a ser ouvido no Alaska e causou tsunamis que atingiram até o Japão, os Estados Unidos, o Chile e o Peru. Mas por mais que já se esperasse o recorde, a medição da altura da pluma não foi tão fácil.
Para aferir a altura de uma pluma vulcânica, cientistas usam medições do perfil de temperatura obtido através de imagens de satélites no infravermelho. Conforme as plumas sobem na troposfera, a camada mais baixa da atmosfera, elas perdem calor. A temperatura no topo da pluma, portanto, é usada para estimar a altura.
Para plumas que chegam na estratosfera, a partir de 12 km, o processo se complica. Nesta camada, a temperatura passa a subir novamente, exigindo uma abordagem diferente para as medições. A equipe de cientistas liderada por Simon Proud, pesquisador da Universidade de Oxford, utilizou dados de três satélites para obter três “pontos de vista” da erupção.
O resultado de 57 km é muito próximo ao obtido pela NASA em janeiro, de 58 km, utilizando apenas dois satélites. Apesar de serem próximos, a medição mais precisa possibilita análises mais detalhadas da pluma e seus possíveis impactos: a técnica pode ainda ser aplicada para outras erupções para modelar a dispersão das cinzas na atmosfera.
Futuras questões a serem respondidas incluem como a erupção afeta a mesosfera, já que essa altura nunca havia alcançada durante a existência da humanidade. O motivo da pluma ter sido tão grande e seus impactos no clima também merecem investigação.
Fonte: Science Via: Science Alert