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Erupção de vulcão em Tonga causou onda de 90 m de altura

Por| Editado por Rafael Rigues | 23 de Agosto de 2022 às 15h45

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Unsplash/Matt Paul Catalano
Unsplash/Matt Paul Catalano

Um novo estudo conduzido por uma equipe internacional de pesquisadores liderada pela Universidade de Bath, no Reino Unido, mostrou que a onda inicial do tsunami criado pela erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai, em janeiro, chegou a 90 m de altura; para comparação, esse tamanho o torna cerca de nove vezes maior que o tsunami que devastou o Japão em 2011.

A erupção causou maremotos que atingiram as ilhas do Havaí, Japão e Tongatapu, a maior ilha de Tonga. Para o estudo, os pesquisadores trabalharam com dados de observação do oceano, que indicavam as mudanças na pressão atmosférica e as oscilações do nível do mar, e os combinaram com simulações computacionais validadas com dados reais.

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A equipe descobriu que, no caso da erupção do início do ano, o tsunami foi causado por dois fatores. O primeiro deles foi o deslocamento da água causado pela erupção do vulcão, e o segundo envolveu ondas de alta pressão atmosférica, que circularam o planeta várias vezes. Este mecanismo causou um tsunami de duas partes, em que as ondas iniciais causadas pelas ondas atmosféricas foram seguidas, mais de uma hora depois, por outras, geradas pelo deslocamento.

Por isso, os centros de alerta de tsunami não identificaram a onda inicial; afinal, eles foram programados para detectar tsunamis com base no deslocamento de água, e não nas ondas de pressão atmosférica. A equipe descobriu também que o evento de janeiro representou um dos poucos tsunamis poderosos o suficiente para viajar pelo mundo.

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Para os autores, a erupção deveria servir como um alerta para grupos internacionais que querem proteger populações de eventos futuros — segundo eles, os sistemas de detecção e monitoramento de tsunamis causados por vulcões estão “30 anos atrasados”, quando comparados às ferramentas usadas para identificar eventos relacionados a terremotos.

A Dra. Jadranka Šepić, coautora do estudo, observou que sistemas mais eficientes, formados por alertas em tempo real e informações sobre como agir no caso de um tsunami ou aviso de algum evento do tipo, são essenciais. “Ainda, em áreas vulcânicas, o monitoramento da atividade vulcânica deveria ser organizado, e mais pesquisas de alta qualidade sobre erupções vulcânicas e áreas em perigo são sempre boas ideias”, acrescentou.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Ocean Engineering.

Fonte: Ocean Engineering; Via: Universidade de Bath