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Erupção vulcânica em Tonga produziu a maior tempestade de raios já vista

Por| Editado por Patricia Gnipper | 20 de Junho de 2023 às 19h36

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Tonga Geological Services
Tonga Geological Services

Mesmo após quase um ano e meio da gigantesca erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, no sul do Oceano Pacífico, o evento segue quebrando recordes. O fenômeno mais energético já registrado pela vulcanologia moderna também teria produzido a maior tempestade de raios de que se tem registro, de acordo com um novo estudo.

Um artigo publicado na revista Geophysical Research Letters por pesquisadores dos Estados Unidos mostra que mais de 200.000 raios foram liberados na pluma vulcânica durante a erupção — um equivalente a mais de 2.600 descargas elétricas por minuto. No vídeo abaixo, cada ponto azul representa uma das descargas.

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O evento já havia batido recordes como o de altura atingida pelo material ejetado. Chegando a 58 quilômetros de altitude, a nuvem de cinza vulcânica, gases provenientes do fundo da Terra e vapor d’água chegou à terceira camada da atmosfera — a mesosfera — algo que nunca havia sido visto em uma erupção.

Desde então, cientistas pelo mundo usam dados de diversas fontes para investigar diferentes aspectos do evento histórico. Dessa vez, os pesquisadores americanos recorreram às informações de um satélite especializado em monitorar raios e três antenas no solo que detectam estas descargas através da propagação de ondas de rádio.

De acordo com Alexa Van Eaton, vulcanóloga do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), as rochas derretidas expelidas pelo vulcão vaporizaram a água do mar acima da cratera, levando esse material consigo na enorme pluma que se originou — a nuvem de repleta de poeira, partículas de água e granizo formada propiciou um ambiente cheio de colisões — perfeito para a eletrificação das substâncias e formação de raios.

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Além da quantidade recorde de raios — que supera inclusive as observadas em furacões e ciclones — as descargas elétricas atingiram altitudes nunca antes observadas na atmosfera terrestre: de 20 a 30 quilômetros. “Com essa erupção, descobrimos que plumas vulcânicas podem criar condições para raios muito além do que tempestades meteorológicas são capazes,” afirma Van Eaton. “Nós nunca vimos nada desse tipo antes,” conclui a pesquisadora.

Fonte: Geophysical Research Letters via; American Geophysical Union