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Emissões globais de CO2 voltam a subir após queda durante a pandemia

Por| Editado por Patricia Gnipper | 04 de Novembro de 2021 às 19h40

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Reprodução/Pixabay
Reprodução/Pixabay

Em 2020, quando as restrições da pandemia se estabeleceram pelo mundo, as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) — um dos principais gases de efeito estufa (GEE) — apresentaram uma considerável redução. No entanto, com a retomada das atividades, as taxas de emissão de GEE neste ano estão próximas de atingir os mesmos valores registrados no período pré-pandêmico, em 2019.

Conforme o levantamento feito pela Global Carbon Project (GCP), consórcio internacional de cientistas que produzem, coletam e analisam informações globais sobre os GEE, a rápida recuperação das emissões CO2 neste ano após uma queda acentuada no ano passado não deve surpreender a ninguém. A explicação por trás disso seria a retomada das atividades econômicas que demandam por mais energia, a qual tem grande dependência de combustíveis fósseis.

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O que torna o cenário ainda mais preocupante são as previsões climáticas que apresentam uma tendência de crescimento nas emissões a longo prazo, impulsionadas pela queima de petróleo e gás. Tudo isto coloca o mundo bem distante da meta zerar as emissões até 2050. No ano passado, as emissões globais sofreram uma queda de 5,4% em relação ao ano anterior, mas, neste anom devem aumentar 4,9% — quase o mesmo registrado em 2019.

Segundo a análise da GCP, estima-se que mais 2,9 bilhões de toneladas de CO2 sejam lançados à atmosfera como consequência de atividades como desmatamento e degradação do solo (o que inclui as queimadas). Com o que já foi produzido em 2021, espera-se quem um total de 39,4 bilhões de toneladas de CO2 sejam produzidas. As emissões provenientes de combustível fóssil aumentaram neste ano, com destaque para o carvão e gás natural, que crescerem bem mais do que no ano anterior.

Taxas de emissão em diferentes países

A China é o país que mais emite GEE no mundo e um dos poucos países a ter aumentado (1,4%) sua taxa de emissão durante a pandemia, além de uma projeção de crescimento de 4% até o fim deste ano. Com isso, a produção de CO2 do país em 2021 deve alcançar 5,5% acima dos níveis registrados antes da pandemia, totalizando 11,1 bilhões de toneladas. Não é à toa que a China foi responsável por 31% das emissões globais em 2020.

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A análise da GCP também prevê que a taxa de emissões de CO2 da Índia deve crescer ainda mais rapidamente do que a da China, aumentando 12,6% — enquanto no ano passado, reduziu 7,3%. Ao fim do ano, o país totalizará 2,7 bilhões de toneladas de CO2, sendo responsável por 7% das emissões globais registradas em 2020.

Os EUA e a União Europeia devem aumentar 7,6% neste ano — uma redução de, respectivamente, 3,7% e 4,2 em relação ao ano anterior. Além disso, espera-se para este ano o aumento de 2,9% das emissões dos países restantes, que devem continuar 4,2% abaixo dos níveis de 2020 — juntas, estas nações representam 59% das emissões globais.

A conta do carbono

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A análise do consórcio deixa evidente que a redução das emissões alcançada no ano passado não surtiram quase nenhum efeito prático, uma vez que o CO2 atmosférico voltou a se acumular a uma velocidade crescente. Para paralisar o aquecimento global provocado pelas emissões de GEE desde a Revolução Industrial, as emissões devem parar completamente.

Mais do que isto, é necessário atingir um valor líquido zero, o que significa que qualquer emissão que ainda restar deve ser compensada pela remoção da mesma quantidade de CO2 da atmosfera. É este saldo de carbono que orienta a relação entre a quantidade de CO2 e o aumento da temperatura global.

É evidente o grande desafio que o mundo tem pela frente. Para alcançar a meta de emissão líquida zero até 2050, é necessário reduzir, em média, 1,4 bilhão de toneladas de CO2 ao ano — quase a mesma redução alcançada em 2020, de 1,9 bilhão de toneladas. Os pesquisadores envolvidos na análise ressaltam o extraordinário desafio que a humanidade tem pela frente.

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A análise foi publicada na revista Earth System Science Data.

Fonte: Phys.org