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Emissão de gases de efeito estufa aumentou no Brasil durante a pandemia

Por| Editado por Patricia Gnipper | 29 de Outubro de 2021 às 10h35

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pilens/Envato
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Enquanto o mundo observou uma queda de 7% nas emissões de gases de efeitos estufa (GEE) diante das paralisações estabelecidas com a pandemia em 2020, O Brasil seguiu o caminho oposto, elevando as emissões de GEE em 9,5%. Especialistas apontam a alta do desmatamento, especialmente na Amazônia, como a principal causa deste crescimento — o maior registrado desde 2006.

As informações foram publicadas nesta quinta-feira (28) pela nona edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, uma rede de entidades da sociedade civil criada para discutir as mudanças climáticas em contexto brasileiro — a cada ano, o SEEG calcula o quanto o país gerou de poluição.

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O relatório estimou uma emissão bruta de 2,16 bilhões de toneladas de gás carbônico em 2020, contra 1,97 bilhão em 2019. Entre os cinco setores responsáveis pelo aumenta das emissões de GEE, três tiveram alta, um teve queda e um se manteve estável. Apenas o setor de energia expressou uma queda de 4,6%, marca não observada desde 2011.

Apesar disso, o setor agrícola aumentou 2,5% das emissões, enquanto as atividades relacionadas ao uso da terra, que incluem o corte de madeiras e queima de florestas — seja para plantio ou gado —, expressou um aumento de 23,7%. Embora seja notório o crescimento da implementação de técnicas de agricultura de baixo carbono no país, ele ainda está aquém do necessário para revelar o Brasil como uma potência sustentável.

Segundo o SEEG, o setor de mudanças no uso da terra é o que mais poluiu. Em grande parte, impulsionado pelo desmatamento na Amazônia e no Cerrado que, juntos, somam quase 90% das emissões do setor. Em 2020, as atividades no uso do solo emitiram 998 milhões de toneladas de CO2, um expressivo aumento de 24% em relação aos 807 milhões registrados em 2019. Se a floresta brasileira fosse um país, de acordo com os especialistas, ele seria o nono maior emissor de GEE do mundo.

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O secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, é taxativo: “quem planta desmonte ambiental colhe gás carbônico”. Segundo ele, o Brasil conseguiu a proeza de ser, talvez, o único grande emissor que poluiu ainda mais durante o primeiro ano de pandemia. “Os dados do SEEG confirmam que os destruidores da floresta, embalados pela antipolítica ambiental de Jair Bolsonaro, não fizeram home office”, acrescenta Astrini.

Os especialistas também destacam que estes novos dados deixam o Brasil ainda mais desacreditado para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que começará no próximo dia 31 de outubro, onde as lideranças mundiais deverão apresentar medidas eficazes em resposta às mudanças climáticas.

Fonte: Observatório do Clima