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Corrente Circumpolar Antártica ganha velocidade, o que provoca alerta

Por| Editado por Luciana Zaramela | 04 de Abril de 2024 às 12h27

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catolla/envato
catolla/envato

A Corrente Circumpolar Antártica está agindo de forma diferente nos últimos anos, o que coloca em risco o equilíbrio climático do planeta e deve elevar o nível do mar. Segundo pesquisadores da Columbia Climate School, nos Estados Unidos, essa colossal corrente de água gira cada vez mais rápido em torno da Antártida, o continente mais meridional do globo. 

“É sem dúvida a corrente mais importante do sistema climático da Terra”, reforça a geoquímica Gisela Winckler, pesquisadora da universidade norte-americana e uma das autoras do estudo que descobriu a aceleração da corrente.  

Em artigo publicado na revista Nature, a equipe de pesquisadores detalha a aceleração da corrente e sugere que, entre as possibilidades, isso pode ser um efeito do Aquecimento Global, induzido pela ação humana. 

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No passado, há milhões de anos, este ganho de velocidade já foi observado e sempre coincidiu com os períodos em que as temperaturas do planeta estavam naturalmente mais quentes. Em contrapartida, nos períodos frios, a corrente desacelera.

O que é Corrente Circumpolar Antártica?

Para entender o que é a Corrente Circumpolar Antártica, vale destacar que ela transporta mais de 100 vezes mais água do que todos os rios do mundo juntos. Esta grande “tubulação” de água oceânica vai da superfície do mar até as profundezas, medindo até 2.000 km de diâmetro. 

Segundo os pesquisadores, a colossal corrente surgiu há cerca de 34 milhões de anos, mas ganhou as suas atuais características comportamentais a menos tempo, entre 12 a 14 milhões de anos. Movida por ventos contínuos, a corrente circunda a Antártida no sentido horário a cerca de 4 km/h, transportando de 165 milhões a 182 milhões de m3/s de água.

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Normalmente, essa corrente impede que a água quente da porção tropical do planeta chegue à Antártida, protegendo as geleiras, mas, às vezes, o seu impacto pode ser outro, como sugerem os pesquisadores.

Como o ganho de velocidade acelera o degelo?

Nos últimos 40 anos, os cientistas observaram que os ventos sobre o Oceano Antártico estão mais intensos (cerca de 40%). Em consequência disso, ocorre a aceleração da Corrente Circumpolar Antártica e energizou redemoinhos de grande escala no seu interior. No final, a água mais quente chega às enormes plataformas flutuantes de gelo da Antártida.

“Se você deixar um cubo de gelo no ar, ele demora um pouco para derreter”, afirma Winckler. “Se você colocar em contato com água morna, ele desaparece rapidamente”, explica sobre o que está acontecendo, de forma mais acentuada, em algumas partes da Antártida.

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Para entender as mudanças na corrente, os pesquisadores montaram um mapa, onde as cores mais quentes representam as velocidades mais altas. Já os pontos vermelhos indicam os locais em que amostras de sedimentos — usados para medir a velocidade ao longo dos anos — foram recolhidos.

Impacto no Aquecimento Global

O problema atual é que o derretimento do gelo da Antártida, impulsionado pela Corrente Circumpolar Antártica e pela liberação dos gases do efeito estufa associados à ação humana, pode pressionar ainda mais o equilíbrio climático. Afinal, as geleiras são uma importante forma de captura de carbono, este que voltará novamente para a atmosfera, intensificando e retroalimentando os processos em andamento.

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Fonte: Nature e Columbia Climate School