Subida do nível do mar coloca cidades brasileiras em risco
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela | •
Se as emissões dos gases estufa continuarem a subir no planeta e provocarem o derretimento das geleiras, a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que o nível do mar vai subir ao ponto de tornar algumas cidades parcialmente submersas até 2100, incluindo o Rio de Janeiro (RJ) e Santos (SP). A Austrália também deve ser bastante afetada.
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O ápice do problema é estimado para o final do século, mas, por volta de 2050, as inundações permanentes já podem ser um problema nessas localidades, incluindo no Brasil. Inevitavelmente, irão afetar a vida de centenas de milhares de pessoas.
As previsões foram feitas a partir de uma parceria da ONU com o Climate Impact Lab (CIL), e estão disponíveis para consulta na plataforma Human Climate Horizons (HCH).
Subida do nível do mar
"Centenas de cidades altamente povoadas enfrentarão um risco acrescido de inundações até meados do século” por causa da subida do nível do mar, afirma a ONU, em nota. Caso não sejam adotadas medidas para conter as mudanças climáticas, a previsão é que as áreas ocupadas por 5% da população em cidades costeiras corram o risco de enfrentar o problema até 2050 — isto inclui Santos, por exemplo.
Agora, se nada for feito e as previsões mais drásticas se confirmarem, o risco das cidades ficarem parcialmente submersas subirá para áreas em que vivem 10% das populações costeiras. De modo geral, as regiões das costas são conhecidas por serem altamente ocupadas.
Neste cenário, a previsão é que aproximadamente 160 mil quilômetros quadrados de terra costeira serão inundados até 2100. Esta é uma área maior que o território da Grécia ou de Bangladesh, por exemplo.
Situação no Brasil
Para entender a questão olhando para o Brasil, o nível do mar deve subir 27,74 cm em Santos e 23,84 cm no Rio, entre os anos de 2040 e 2059, no pior dos cenários. Agora, entre 2080 e 2099, é estimada a subida de 72,85 cm e 65,67 cm, respectivamente.
Cidades ficarão parcialmente submersas
Sem a instalação de defesas da linha costeira ou medidas para conter o aquecimento global, 5% ou mais das seguintes cidades deverão ficar permanentemente abaixo do nível do mar, segundo a ONU:
- Guaiaquil, Equador;
- Barranquilla, Colômbia;
- Santos, Brasil;
- Rio de Janeiro, Brasil;
- Kingston, Jamaica;
- Cotonou, Benim;
- Calcutá, Índia;
- Perth, Austrália;
- Newcastle, Austrália;
- Sydney, Austrália.
Dá tempo de mudar?
"Essas projeções não são conclusões precipitadas”, afirma Hannah Hess, diretora associada do Climate Impact Lab. Só que elas também não devem ser encaradas como uma fatalidade irreversível, mas, sim, como “um catalisador para a ação", sugere.
"Ações rápidas e sustentáveis para reduzir as emissões afetarão a rapidez e o grau de impacto sobre as comunidades costeiras. A redução das emissões não apenas atenua os riscos, mas também nos dá mais tempo para responder proativamente e nos preparar para a elevação do nível do mar", completa Hess.
Fonte: ONU e Human Climate Horizons