Como se forma um vulcão | Das placas tectônicas à erupção
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Formado a partir do movimento das placas tectônicas na terra ou no mar, os vulcões são conhecidos desde os primórdios do planeta. Durante a erupção de um vulcão, o magma (composto por rochas fundidas em altas temperaturas) é empurrado das profundezas até a superfície terrestre, onde é expelido como lava. Outros materiais também são gerados pela atividade vulcânica, como gases tóxicos, cinzas e piroclastos (fragmentos de rochas expelidos pelo ar, como projéteis).
Na forma mais clássica, um vulcão tem o formato cônico e montanhoso. Na parte mais profunda, há a câmara magmática, onde se concentra um grande depósito de magma. Com a pressão e as atividades do interior da Terra, esse material pode fraturar as rochas ao seu redor e avançar.
Nesse processo, é comum que o magma "suba" pela chaminé vulcânica, estrutura normalmente vertical, que corta as zonas menos densas da crosta terrestre. Por fim, há uma cratera, de onde a lava e outros materiais são expelidos. Ao longo de milhares ou mesmo centenas de anos, todos esses fragmentos liberados tendem a formar o cone vulcânico — a sua estrutura externa tão característica.
Como se forma um vulcão?
Para a formação de uma cadeia de montanhas, são necessários milhares de anos. No caso dos vulcões, este tempo pode ser muito menor. Por exemplo, o vulcão Paricutín no México se formou apenas em 1943 e, hoje, já tem a sua estrutura cônica bem concebida. Tudo depende do quanto de material magmático é ejetado das profundezas e da relação com as placas tectônicas.
Choque entre placas tectônicas
O movimento das placas tectônicas, que deslizam sobre o manto da Terra, é que vão determinar o surgimento dos vulcões na maioria dos casos, como aponta o geólogo Pércio de Moraes Branco, em artigo para o Serviço Geológico do Brasil (SBG).
Se duas placas tectônicas oceânicas se chocarem, uma delas vai mergulhar sob a outra e sofrerá um processo de fusão. Esta região passa a ser conhecida como uma zona de subducção. É de onde surgirá um conjunto de pequenas ilhas vulcânicas distribuídas em forma de arco.
Quando uma placa oceânica colide com uma continental, também ocorre a formação de uma zona de subducção, já que a mais leve (oceânica) mergulha sob a outra. Isto é o que ocorre entre a placa do Pacífico e a Norte-Americana, responsável por formar o Círculo de Fogo do Pacífico, região conhecida pelo vulcanismo intenso.
Agora, se a colisão é entre duas placas continentais, normalmente, não é criada uma zona de subducção. Na maioria das vezes, é formada uma cadeia de montanhas, onde o vulcanismo tende a ser mais raro. Uma das exceções é a região em que estão os vulcões Etna e Vesúvio, na Itália, já que há uma pequena subducção.
Se duas placas estão em movimento de distanciamento, ocorre a formação de vulcões submarinos — este é o tipo de vulcanismo mais comum em todo o globo, mas é pouco observado, já que majoritariamente está escondido no fundo dos oceanos. São melhores analisados quando começam a chegar até a superfície dos mares.
Por fim, é possível a ocorrência do vulcanismo no interior das placas tectônicas terrestres. Frutos de anomalias no interior do planeta, conectadas aos sistemas de convecção mantélica, criam-se pontos quentes (hot spots) na superfície. É o que explica a formação das ilhas vulcânicas do Havaí, no meio da placa Pacífico. Se a placa se mover, um novo vulcão pode sugerir no mesmo lugar.
A erupção do vulcão
Para entender quando um vulcão entra em erupção, é preciso lembrar que o manto da Terra se mantém constantemente aquecido e, eventualmente, as rochas desta camada se transformam em magma. Quando a pressão nessa região fica muito forte, é iniciada a primeira fase da erupção.
Este estágio é marcada pelo surgimento de curvas (abaulamento) do solo e por inúmeros abalos sísmicos (terremotos). Nas regiões mais fracas, formam-se fendas e o fenômeno da natureza pode começar a qualquer momento. Nessas circunstâncias, são expelidos lava a uma temperatura que varia de 700 °C a 1.200 °C, piroclastos, gases (como enxofre e gás carbônico), vulcanoclastos (fragmentos de rochas formados por erosão) e nuvem de cinzas (nuvem vulcânica).
Para medir o impacto de uma erupção em casos de erupções explosivas, é usado o Índice de Explosividade Vulcânica (VEI). Nestas circunstâncias, é preciso medir o volume do material expelido e a altura a que chegou esse material.
Fonte: Serviço Geológico do Brasil