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Piora nos sinais vitais da Terra é reflexo da superexploração humana, diz estudo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 28 de Julho de 2021 às 15h40

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NASA
NASA

Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Oregon (OSU, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, publicou um estudo relatando a urgente necessidade da eliminação dos combustíveis fósseis como resposta às mudanças climáticas. Basta acompanhar qualquer noticiário para assimilar que o planeta não passa bem — e a conta está chegando para nós. Segundo os autores, a piora dos sinais vitais da Terra se dá, em grande parte, a um reflexo de um sistema de negócios que explora os recursos naturais de maneira implacável.

Em outubro de 2019, William Ripple e Christopher Wolf, pesquisadores da OSU, lançaram um alerta em nome dos cientistas mundiais acerca da emergência climática. Hoje, quase 20 meses depois, o apelo conta com mais de 13.900 assinaturas de 158 países — mas isso não é suficiente. No artigo, publicado no periódico BioScience, Ripple e Wolf apontam um aumento sem precedentes no número de desastres relacionados às mudanças climáticas desde 2019, como inundações devastadores, ondas intensas de frio e calor, tempestades e incêndios florestais.

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Para Ripple, há evidências suficientes de que estamos nos aproximando ou até mesmo ultrapassando os pontos de inflexão em peças importantes do sistema terrestre. Como exemplo, o pesquisador cita a morte dos recifes de corais em decorrência do aumento da temperatura dos oceanos, o desmatamento da Floresta Amazônica e a perda do gelo nos polos. Desde que a temperatura global começou a ser registrada, 2020 foi o segundo ano mais quente da história — e os cinco mais quentes ocorrem após 2015. E não para por aí, pois pesquisas apontam que este recorde pode ser superado nos próximos cinco anos.

O artigo também revela o aumento dos níveis de concentração dos três principais gases causadores do efeito estufa — dióxido de carbono, metano e óxido nitroso —, que atingiram recorde em 2020 e já em 2021. Só em abril deste ano, foi registrada uma quantidade de dióxido de carbono de 416 partes por milhão, o maior registro global mensal já observado. “As prioridades precisam mudar para reduções drásticas e imediatas dos gases do efeito estufa, especialmente o metano”, aponta Wolf. Para os autores, precisamos parar de tratar esta emergência como uma questão isolada, pois o aquecimento global não é o único sintoma de um planeta sobrecarregado por nossas demandas.

Embora a pandemia tenha dado um alívio para esta crise climática, o problema está longe de ser resolvido. “Provavelmente, por causa da pandemia, o consumo de combustível fóssil diminuiu desde 2019, assim como as emissões de dióxido de carbono e os níveis de viagens aéreas”, acrescenta o pesquisador. É necessário, segundo os autores, uma transformação profunda nos sistemas de produção e consumo. “Enquanto a pressão da humanidade sobre o sistema da Terra continuar, as tentativas de remédios apenas redistribuirão a pressão”, dizem.

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O estudo também foi lançado no momento em que o Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), uma iniciativa da ONU, prepara um relatório sobre a ciências das mudanças climáticas — previsto para ser lançado em 9 de agosto deste ano. Ripple ressalta que as políticas para combater a crise climática — ou qualquer outro sintoma — devem abordar sua causa na raiz: a superexploração humana do planeta. O artigo com mais detalhes da pesquisa foi publicado em 28 julho na BioScience.

Fonte: Terra Daily