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iOS 15 vs. Android 12: privacidade como protagonista (Comparativo)

Por  • Editado por  Bruno Salutes  | 

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Imagem: Thiago Furquim (montagem)
Imagem: Thiago Furquim (montagem)
Tudo sobre Apple

Neste ano, os dois principais sistemas operacionais para smartphones trouxeram novidades bastante interessantes para seus usuários. Enquanto o iOS 15, sistema operacional da Apple para iPhones, esteve focado em aprimoramentos de recursos para seus aplicativos baseados em produtividade e entretenimento, o Google apostou no Android 12 maiores novidades na interface do sistema e questões de privacidade.

A comparação entre as novidades dos dois sistemas aparenta uma inversão de papéis, enquanto a Apple vinha há algum tempo levando a fama de implementar recursos que já existiam há várias versões anteriores do seu concorrente parece que, dessa vez, o Android precisou correr atrás ao implementar funcionalidades que a empresa da maçã já havia lançado.

Apesar dessa impressão inicial, a apresentação de novas funcionalidades para o FaceTime, que já existiam no Google Meet, e o Live Text, com recursos semelhantes ao Google Lens, também demonstram o contínuo trabalho da Apple em colocar o iOS em pé de igualdade com seu concorrente.

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Abaixo, preparamos uma lista para comparar as principais novidades deste ano para o iOS e Android e como elas devem influenciar o usuário na escolha do seu próximo smartphone.

As partes desta matéria onde a experiência com o Android 12 é retratada foi feita em colaboração com Renato Santino, Editor do Canaltech, e dono de um Google Pixel 3a XL com a versão beta do sistema.

iOS 15 vs. Android 12: interface

Era bastante esperado que a Apple fizesse alterações significativas na interface do iOS, inspirados no que apresentaram ao macOS Big Sur. A começar pela Central de Controle, existiam especulações de leakers da internet que apontavam um design semelhante ao do Mac. Para a nossa surpresa, a Apple manteve o esquema original, acrescentando apenas uma funcionalidade nova do sistema, o modo Foco.

As maiores mudanças ficaram para as notificações do iOS 15, que apresentam ícones de apps maiores no canto esquerdo da aba com nome e descrição mais próximo do outro, diminuindo consideravelmente o espaço geral do alerta.

O Google não consegue passar um ano sem mexer no formato das notificações. Em 2021, essa tradição não foi alterada. A empresa removeu a capacidade de as cores se adaptarem ao conteúdo do alerta, que era bastante notável ao reproduzir música e ver as tonalidades se adaptarem dependendo da arte do álbum.

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No lugar, o Android 12 trouxe o Material You, que faz com que a interface se adapte ao papel de parede escolhido pelo usuário. Assim, o sistema reconhece uma cor marcante da imagem e a implementa em detalhes presentes em toda a experiência de uso. O restante do visual também mudou bastante, com a aposta mais agressiva em cantos arredondados, novos formatos para ícones e um nível mais profundo de personalização.

O Android 12 também trouxe algumas novas questões de usabilidade, com o retorno de um menu de energia convencional com as opções de desligar e reiniciar em maior destaque. A decisão também enterrou o acesso aos controles de casa conectada, que eram uma marca da versão anterior e agora se tornaram mais burocráticos.

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iOS 15 vs. Android 12: widgets

Usuários acostumados com a interface Android desdenhavam do seu concorrente por terem widgets desde a versão 1.5 Cupcake. Apesar deste ser um assunto que a Apple demorou a solucionar, este recurso estava longe de ser perfeito no sistema operacional do Google. O lançamento do iOS 14 foi a resposta da empresa da maçã ao recurso, estreou muito bem e foi um dos destaques do seu lançamento.

Devido a isso, o Google resolveu voltar as suas atenções novamente para a disposição dos seus widgets e como eles poderiam reconquistar seu usuário. O sistema implementou novos mecanismos para repaginar essa parte da experiência, que, apesar de adorada pelos usuários, estava abandonada há anos.

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Com a atualização, o Google espera que os widgets se tornem mais interativos, com a adoção de elementos como checklists, caixas de seleção e interruptores que facilitam a interação com apps.

O Google também decidiu criar mecanismos para padronização dos widgets, com a utilização de APIs que permitem a criação de uma identidade visual mais coesa no sistema, com um conjunto de animações em comum e cantos arredondados.

iOS 15 vs. Android 12: privacidade

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As atualizações de privacidade da Apple balançaram as estruturas de grandes empresas relacionadas a sistemas de publicidade online. O App Tracking Transparency (Transparência do Rastreamento de Apps) obriga que aplicativos peçam a autorização do usuário para terem seus dados rastreados com fins de publicidade direcionada desde o iOS 14.5.

O iOS 15 continuará com o recurso e apresentará o plano iCloud+ com duas novas funções: o Private Relay, uma espécie de VPN, para que redes de internet não captem informações do usuário; e o Hide My E-mail, dando usuário opção de esconder seu real e-mail ao preencher esse dado na navegação pelo Safari.

Essa é uma grande vantagem que a Apple abriu sobre seus concorrentes e as novidades deverão entrar ao hall de motivos do consumidor a optar pelo iPhone. E, como se não bastasse, o iOS apresenta um relatório que registra todas as atividades de apps, os que acessaram sua localização, câmera, microfone e sites visitados.

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Do outro lado, o Android deu alguns passos para tentar alcançar o sistema concorrente neste aspecto. O Painel de Privacidade provavelmente é o maior deles: a nova área do sistema traz um resumo de como os aplicativos que estão acessando os recursos mais sensíveis do aparelho. Assim, é possível saber quando os apps estão puxando dados do GPS, acessando microfone e câmera, o que permite detectar práticas potencialmente abusivas.

O Android 12 trouxe ainda a possibilidade de ceder dados limitados de localização. Com isso, o app tem uma noção geral da posição do usuário no mapa, mas sem acesso ao dado preciso. O sistema também se inspirou no iOS em outro recurso importante: um pequeno alerta no canto superior direito aparece todas as vezes em que algum app acessa o microfone ou a câmera do celular, o que facilita a identificação de apps mal comportados.

Apesar dos avanços, o Google ainda não é capaz de tomar as decisões mais radicais para impedir o rastreamento de usuários como a Apple fez com o iOS 14.

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iOS 15 vs. Android 12: Live Text e Google Lens

O Google Lens é um aplicativo que usuários Android já conhecem há bastante tempo. A arte de reconhecer texto e objetos em imagens por inteligência artificial é muito útil em muitas ocasiões, seja na sala de aula, seja para obter sugestões relacionadas a um item.

Apesar deste aplicativo também estar disponível para iOS, a Apple resolveu estrear sua própria solução nativa: o Live Text. Ele estará disponível aos usuários de iPhone de forma totalmente integrada ao sistema, funcionando pela câmera, na barra de pesquisa do Spotlight, imagens do Safari e em qualquer print feito da tela. O recurso funciona de forma intuitiva e deverá agradar àqueles que estavam contando com essa possibilidade no iOS.

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Em comparação aos dois recursos, o reconhecimento do texto e objeto pela câmera, assim como as sugestões, parecem funcionar perfeitamente bem. No entanto, copiar texto rapidamente de imagens de Safari é um toque a mais que a Apple entrega aos seus usuários.

O Google Lens, por outro lado, é uma experiência integrada ao Android há várias gerações. Na versão mais recente do sistema, ele permite escanear rapidamente a tela para detectar texto na tela para copiá-lo ou traduzi-lo, conforme a necessidade do usuário. Para isso, basta acessar a tela Recentes do sistema, que exibe lado a lado todos os apps abertos.

O Lens também é mais versátil em termos de tradução, aproveitando a longa trajetória do Tradutor do Google, com suporte a mais de 100 idiomas.

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iOS 15 vs. Android 12: FaceTime e Google Meet

O propósito do FaceTime de ser um app que conecta duas pessoas foi inserido inicialmente no iPhone 4, um marco para a indústria de smartphones naquela época. Foi apenas no iOS 12 que a Apple abriu os horizontes do app e forneceu capacidade de interação em grupo, com até 32 pessoas.

Com a pandemia, a necessidade de utilizar aplicativos de videochamada para outras finalidades, como reuniões de trabalho, ensino à distância e outros, destacou aplicativos que traziam mais recursos para essa tarefa. No Google Meet, é fácil criar e compartilhar eventos através de links que se integram automaticamente ao calendário nativo do Android, o Google Agenda. Além disso, é possível controlar o acesso de pessoas e compartilhar a tela do smartphone.

Por isso, a Apple precisou dar mais atenção ao FaceTime, que passou a suportar também compartilhamento de conteúdo entre pessoas. E o compartilhamento não se restringe à tela: com o recurso SharePlay é possível exibir filmes do Apple TV+, Disney+ e outros streamings, além de músicas do Apple Music e jogatinas do Apple Arcade de maneira sincronizada para todos os integrantes da chamada.

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O aplicativo também disponibiliza um link para compartilhar a reunião facilmente com outras pessoas. A grande novidade aqui é que não é necessário ter um dispositivo Apple para participar da videochamada, basta acessar o link compartilhado. Essa atualização certamente vai popularizar o aplicativo da Apple no iOS 15, principalmente porque a companhia confirmou a possibilidade de usar o serviço no Android e no Windows, o que permite alcançar uma nova base de usuários.

iOS 15 vs. Android 12: conclusão

Os dois maiores sistemas para smartphones do mercado prometem proporcionar melhor experiência de usabilidade aos seus usuários neste ano. A competição pela preferência do consumidor trouxe alguns pontos positivos e, entre os principais em comum, a privacidade parece cada vez mais uma tendência para maior controle dos nossos dados.

No iPhone, as atualizações de aplicativos como o FaceTime, Mapas e os novos recursos de Foco e Live Text entregam maior potencial de funcionalidades do iPhone. Além disso, a política mais firme de privacidade também deverá ser um diferencial para a escolha do smartphone Apple.

Para o Android, a sua parte visual renovada deverá agradar boa parte do público que já aguardava há muito tempo uma renovação do sistema, assim como a nova apresentação dos widgets reformulados deverão ser mais utilizados na tela inicial. O avanço sobre o controle de privacidade para acessos de apps a recursos do sistema também representa um enorme passo do Google nessa questão.

E você, o que achou das inovações que cada sistema traz? Ansioso para testá-los no seu smartphone? Conta aí nos comentários.