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Apple foi beneficiada por bloqueio de anúncios de terceiros no iOS, diz site

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  | 

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Foto: Drew Coffman (Unsplash)
Foto: Drew Coffman (Unsplash)
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Em abril desse ano, a Apple colocou o App Tracking Transparency (ATT) para funcionar nas mãos do público geral, embarcado na versão 14.5 do iOS. Focado na proteção de dados pessoais, o conjunto de políticas permite que o usuário decida se quer ou não compartilhar informações com terceiros para refinar o direcionamento de propagandas.

Acreditava-se que a mudança enfraqueceria o mercado de anúncios no ecossistema Apple, mas, segundo uma reportagem do site Financial Times, o resultado foi exatamente o oposto — pelo menos, para a Apple: a Search Ads, plataforma de anúncios integrada à App Store, se tornou quase três vezes mais relevante nos últimos seis meses.

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A Search Ads é o mecanismo de anúncios nativo da loja da Apple que recomenda apps a partir dos resultados de pesquisa. Se o usuário procura por redes sociais — Instagram, por exemplo —, e o TikTok tiver investido na plataforma, ela aparecerá como uma opção patrocinada, atraindo a atenção do usuário.

A notícia ressalta relatórios obtidos de empresas especializadas no segmento — neste caso, a Branch. De acordo com a pesquisa, cerca de 58% dos downloads de aplicativos da loja acontecem através dos anúncios. Em paralelo, os analistas da AppsFlyer também acreditam que o marketing de apps no iPhone e dispositivos Android deve chegar a US$ 118 bilhões no próximo ano.

O que acontece no ecossistema da Apple?

Quando habilitou o ATT em sua totalidade, a Apple colocou concorrentes diretos para fora do jogo de publicidade direcionada no iPhone — e isso até rendeu uma briga ferrenha com o Facebook na época. O objetivo principal do negócio é proteger a privacidade dos usuários, dando a eles a opção de autorizar o fornecimento de dados pessoais para anunciantes e não os ter expostos por padrão — no esquema conhecido pela expressão em inglês “opt-in”.

O “efeito colateral” dessa medida foi o fortalecimento dos negócios de publicidade próprios da Apple, que aproveitam a confiabilidade e os privilégios da fabricante em seu próprio ecossistema. Foi só no mês passado, por exemplo, que a Maçã começou a solicitar autorização para coletar dados pessoais dos usuários — antes, as informações eram resgatadas por padrão.

Apesar do possível benefício próprio nesse imbróglio, a Apple nega que essa era a ideia inicial do ATT. "As tecnologias são parte de um sistema abrangente projetado para ajudar os desenvolvedores a implementar práticas de publicidade mais seguras e proteger usuários, não para beneficiar a Apple", manifestou a companhia.

Fonte: Financial Times