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Tongyi Qianwen | Alibaba lança IA para rivalizar com ChatGPT

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 17 de Abril de 2023 às 17h57

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Jernej Furman/Flickr
Jernej Furman/Flickr
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Em resposta ao desenvolvimento estrangeiro de poderosos chatbots como o ChatGPT, a gigante chinesa Alibaba apresentou no fim da semana passada o seu modelo de IA generativa batizado de Tongyi Qianwen (que se traduz para “buscar a verdade através de mil perguntas”).

Segundo a companhia, o Tongyi Qianwen será inicialmente incorporado aos alto-falantes inteligentes Tmall Genie e ao aplicativo local de mensagens DingTalk. Em um segundo momento, a IA deverá ser aplicada em todos os serviços da Alibaba, incluindo o comércio eletrônico — segmento pelo qual é mais conhecido pelos brasileiros por causa do Aliexpress.

O "ChatGPT chinês"

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De acordo com a apresentação da empresa, o Tongyi Qianwen foi treinado com um vasto volume de dados para produzir respostas convincentes às solicitações dos usuários, tanto em inglês quanto em mandarim. Entre as tarefas que a IA da Alibaba pode realizar estão: resumir notas de reuniões, escrever e-mails, redigir propostas de negócios, contar histórias, planejar viagens e dar conselhos sobre compras.

Durante a apresentação da nova linguagem de inteligência artificial em Pequim, o CEO do grupo Alibaba, Daniel Zhang, disse que “vivemos um momento divisor de águas no ramo tecnológico, impulsionado pela IA generativa e pela computação em nuvem.” A empresa também possui uma divisão importante de negócios em computação da nuvem e prevê o uso da IA também nesse setor.

IA e a política regulatória da China

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Nos últimos meses, as gigantes chinesas estão criando soluções baseadas em IA para concorrer com as plataformas estrangeiras. Em março, o Baidu apresentou seu modelo de linguagem com 10 bilhões de parâmetros, o ERNIE-ViLG. O laboratório IDEA, dirigido pelo ex-Microsoft Harry Shum, revelou o Taiyi, um modelo de conversão de texto em imagem em larga escala. Já a SenseTime, empresa proeminente de IA que utiliza visão computacional, lançou o chatbot SenseChat.

Apesar dos progressos no setor de IA, as novidades chegam em um momento conturbado para o empresariado chinês. A rigorosa política de Pequim para regulamentar o setor, com multas severas sobre empresários que não respeitam as regras de concorrência, tem prejudicado algumas áreas de tecnologia. Nesse cenário, alguns empresários estão se demitindo ou até mesmo procurando refúgio no exterior.

Além disso, a China enfrenta outros desafios, de caráter geopolítico, que complicam ainda mais o setor. É o caso do embargo dos Estados Unidos às tecnologias de ponta, que impacta especialmente sobre a importação de semicondutores — indispensáveis para o desenvolvimento de novas tecnologias. A China tenta contornar essa situação internamente com subsídios e a redução de preços de componentes nacionais, mas a solução também tem sido alvo de críticas.

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Essa conjuntura de fatores explica o comentário do Ministro de Ciência e Tecnologia da China, Wang Zhigang, sobre o atraso das IAs chineses em relação aos modelos estrangeiros: “o importante é driblar e chutar, mas não é fácil ser tão bom quanto Messi.” Segundo Wang Zhigang, “O ChatGPT é muito complexo em termos de progresso tecnológico, especialmente por garantir o desempenho em tempo real e a eficácia do algoritmo. A OpenAI tem suas vantagens a esse respeito.”

Soma-se a isso o aperto regulatório sobre os avanços em inteligência artificial. A Administração do Ciberespaço da China anunciou, no começo de abril, um projeto de regras para inspecionar a segurança das IAs generativas antes de sua aplicação e comercialização de produtos.

Segundo a norma, que não tem previsão para entrar em vigor, os conteúdos gerados pela IA “devem refletir os valores socialistas fundamentais e não devem apresentar conteúdo relacionado à subversão do poder do Estado”. O objetivo, de acordo com a agência reguladora, é garantir o desenvolvimento saudável e a aplicação padronizada das IAs generativas.