OpenAI e Meta são acusadas de usar livros sem autorização para treinar IAs
Por Igor Almenara • Editado por Douglas Ciriaco |
A comediante e escritora Sarah Silverman e outros dois autores processam a OpenAI e a Meta nos Estados Unidos sob acusão de violação de direitos autorais. O trio alega que ambas as companhias usaram seus livros para treinar modelos de inteligência artificial do ChatGPT e o LLaMA.
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Silverman, Christopher Golden e Richard Kadrey mencionam que o uso dos livros para treinamento de IAs nunca foi autorizado e que o material foi obtido de forma ilegal em sites de Shadow Libraries (bibliotecas digitais ilegais) como Library Genesis, Bibliotik e Z-Library para aperfeiçoar as IAs.
Treinamento não autorizado
Como prova contra a OpenAI, o documento mostra que o ChatGPT consegue resumir seus livros, infringindo assim os direitos autoriais dos escritores. A acusação menciona que não existem obstáculos para o bot reproduzir o conteúdo publicado.
Na parte da acusação contra a Meta, o documento mostra que os livros de Silverman estão acessíveis no banco de dados de treinamento dos modelos LLaMA, um dos projetos da companhia. O código-fonte da IA está disponível para consulta para todos.
Uma das fontes de conteúdo para treinamento do LLaMA seria a ThePile, uma base de dados enriquecida com cópias de conteúdos do Bibliotik e outras bibliotecas ilegais.
O processo contém acusação de seis tipos de violações de direitos autorais, inclusive enriquecimento ilícito, negligência e concorrência desleal. Os autores exigem danos estatutários e restituição de lucros.
Não é a primeira vez
Essa não é a primeira vez que detentores de modelos de IA generativa entram na mira de processos por direitos autorais. Em janeiro, quando a febre com inteligência artificial estava começando, as ferramentas geradoras de imagens foram processadas por três artistas nos EUA.
A discussão sobre direitos autorais e inteligência artificial é longa e também toca no registro de patentes. A África do Sul foi o primeiro país a conceder o direito de patente para uma criação feita inteiramente por IA, enquanto o Escritório de Direitos Autorais dos EUA entende que é necessário o mínimo de interferência humana para legitimar um projeto.
Fonte: The Verge