Facebook estaria trabalhando em chip próprio de inteligência artificial
Por Alveni Lisboa • Editado por Douglas Ciriaco |

O Facebook pode estar próximo de criar um chip de aprendizagem de máquina voltado para realizar tarefas como recomendação de conteúdo aos usuários. A ideia seria associar essa tecnologia a outro chip de transcodificação de vídeos, criado para otimizar a experiência de assistir a conteúdos audiovisuais gravados ou ao vivo nos aplicativos da companhia.
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Esse seria um movimento similar ao adotado por Microsoft, Amazon e Google nos últimos meses, que abandonaram os fornecedores tradicionais para criarem seus próprios chips. A medida pode reduzir custos e trazer ganhos de desempenho para as companhias, afinal tudo seria construído sob medida e conforme necessidades específicas.
As peças seriam usadas nos servidores que manipulam e treinam os modelos de aprendizagem de máquina. No caso da transcodificação de vídeos, o desempenho é um fator muito importante, afinal a qualidade de visualização de materiais gravados ou transmitidos ao vivo depende disso.
Com produção própria, o Facebook poderia reduzir as emissões de carbono dos seus centros de dados nos próximos anos, ao mesmo tempo em que diminuiria a dependência de terceiros para manter seus sistemas em funcionamento.
Planos acelerados
Desde 2019 que o Facebook planeja construir soluções personalizadas para lidar de modo mais eficiente com inteligência artificial e transcodificação de vídeos. Na época, a infraestrutura da plataforma atendia a 2,7 bilhões de pessoas se somados todos os aplicativos, números que podem ter duplicado — só o Facebook tem 2,85 bilhões hoje, sem contar o Instagram e o WhatsApp.
A empresa trabalharia com fabricantes de semicondutores como Qualcomm, Intel e Marvell, já que os processadores de uso geral não dariam conta do volume imenso manipulado pelos sistemas do Facebook. Segundo o site The Information, contudo, parece que a rede social desistiu desse plano e passou a tocar os chips sozinha, de modo interno e sem apoio de ninguém.
"O Facebook está sempre explorando maneiras de impulsionar maiores níveis de desempenho de computação e eficiência de energia com nossos parceiros de silício e por meio de nossos próprios esforços internos", disse um porta-voz da empresa ao site.
A medida por ter ligação com a crise dos semicondutores que afeta o mundo desde 2019 e impacta no preço dos produtos tecnológicos. Todos os aparelhos que dependem desse tipo de tecnologia sofreram com aumentos sucessivos de preços e escassez no mercado, como as placas de vídeo de PCs e videogames da nova geração, como o PlayStation 5 e o Xbox Séries X.
Fonte: The Information