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Facebook desiste de criar aparelho que "lê a mente"; saiba o motivo

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 17 de Julho de 2021 às 19h00

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Reprodução/Facebook
Reprodução/Facebook
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Ler mentes parece coisa de ficção científica, mas é um desejo de quase toda empresa que lida com inteligência artificial. A Neuralink, empresa de Elon Musk, é um dos expoentes do setor, mas o Facebook também não ficava para trás neste sentido. Contudo, a ideia da rede social precisou ser interrompida, ao menos por enquanto, e sem uma solução.

A empresa de Mark Zuckerberg tinha planos de construir uma interface que permitiria transformar pensamentos em ações. A ideia era desenvolver o chamado Building 8, uma espécie de capacete capaz de enviar mensagens de texto apenas com o pensamento. Com ele, seria possível transformar impulsos cerebrais em ate 100 palavras por minuto, o que poderia agilizar bastante a comunicação digital.

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Embora fosse uma ideia revolucionária, o projeto morreu na praia. O Facebook anunciou a interrupção das pesquisas, porque a leitura de mentes ainda estaria muito distante. Em vez disso, a companhia deve focar esforços em um controlador de pulso experimental voltado para realidade virtual, capaz de captar sinais musculares.

Leitura de mentes ainda é distante

Embora a conexão direta da interface usuário-máquina seja extremamente promissor, a gigante das mídias sociais pretende trabalhar em algo para o curto prazo. O projeto de leitura cerebral fez com que o Facebook precisasse adentrar em territórios totalmente desconhecidos, como neurociência e física (com capacetes que disparam luzes através do crânio, por exemplo).

Além do custo elevado e dos percalços, a pesquisa ainda esbarrou em questões éticas sobre o acesso a informações privadas dos cérebros das pessoas. Dados os muitos problemas regulatórios, Zuckerberg chegou a declarar que a última coisa a ser feita seria abrir crânios.

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Essas limitações também podem ter contribuído para a desistência do protótipo, afinal de nada adianta trazer algo à vida se a sociedade não vai aceitá-lo.

O chefe do projeto era o físico e neurocientista Mark Chevillet, que passará agora a estudar como o algoritmo da rede lida com os processos eleitorais. Ele diz que tem muita experiência prática com as tecnologias necessárias para criar o Building 8, mas que este não é o momento para ela. “Podemos dizer com segurança, como uma interface de consumidor, um dispositivo óptico de fala silenciosa montado em uma cabeça ainda está muito longe. Possivelmente mais do que teríamos previsto”, explicou o especialista ao MIT Technology Review.

Motivação para o dispositivo

Várias empresas mundiais estudam formas para criar uma tecnologia capaz de conectar cérebros a softwares, porque isso traria um avanço gigantesco para as duas áreas: a neurociência e o desenvolvimento de apps. Seria algo comparável à primeira interface gráfica dos PCs ou a criação do mouse, em termos de revolução.

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Mais do que isso, um dispositivo com tal finalidade teria um potencial ilimitado no âmbito da ciência e da saúde. Alguns experimentos já mostraram capacidade de devolver movimentos para pacientes completamente paralisados, já que o comando viria do cérebro diretamente para a prótese, sem depender da estrutura muscular e neurológica. Há relatos de quem conseguiu mover braços mecânicos e até jogar videogames graças a isso.

A proposta do Facebook era criar uma tecnologia que tivesse essas aplicações ambiciosas, mas aplicável a um ambiente de consumo social, juntamente com a tecnologia da Oculus VR, adquirida em 2014. Assim, seria possível transferir mensagens para outras pessoas sem qualquer movimento físico corporal.

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Quais os planos agora?

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O Facebook agora planeja se concentrar em uma tecnologia que adquiriu em setembro de 2019, por mais de US$ 500 milhões, que captura sinais elétricos de músculos para detectar gestos ou movimentos realizados. Em vez de mexer com o complexo cérebro, o foco passa a ser os músculos. Ainda é uma forma de juntar o mundo físico com o virtual, mas algo bem menos ambicioso do que a premissa inicial.

Se der certo, será uma inovação igualmente surpreendente e com aplicações práticas no cotidiano atual. Com a crescente onda de apps voltados para realidade aumentada, essa tecnologia teria uso prático e imediato.

O que já foi desenvolvido em relação à decodificação de cérebros deve ser disponibilizado como código aberto, com os protótipos e outras coisas criadas. Assim, se você for um pesquisador e estiver disposto a encarar, pode tentar desenvolver o seu próprio capacete transmissor de mensagens.

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Fonte: Facebook, MIT Technology Review