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Cientistas criam aparelho de ultrassom capaz de ler a mente e "prever" ações

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 24 de Março de 2021 às 06h45

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Reprodução: kjpargeter/Freepik
Reprodução: kjpargeter/Freepik

Pesquisadores do instituto Caltech, nos EUA, conseguiram desenvolver uma técnica para ler e interpretar a atividade cerebral e depois transmitir os resultados para o computador. O que poderia parecer ficção científica, na verdade baseia-se no vai e vem do fluxo sanguíneo no cérebro e pode ser capaz de "prever" ações do ser analisado.

Uma das vantagens da técnica é que ela não é invasiva. Utilizando um aparelho de ultrassom, os cientistas conseguiram mapear uma região do cérebro com 100 micrômetros — para se ter uma ideia da precisão, um único neurônio tem o tamanho de 10 micrômetros.

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Entre as principais aplicações deste novo método está a possibilidade de conectar uma pessoa paralisada a um braço robótico de última geração.

“Formas invasivas de interfaces cérebro-máquina já podem devolver o movimento às pessoas que o perderam devido a lesões neurológicas ou doenças. Infelizmente, apenas algumas pessoas com paralisia mais grave desejam ter eletrodos implantados em seus cérebros. O ultrassom funcional é um novo método incrivelmente empolgante para registrar a atividade cerebral detalhada sem danificar o tecido cerebral”, disse Sumner Norman, coautor do novo estudo.

Como funciona

O aparelho de ultrassom emite pulsos de alta frequência e mede as vibrações sonoras nos tecidos do corpo humano. Ao viajar em velocidades diferentes sobre cada tipo de tecido, os cientistas conseguem criar uma “imagem” cerebral. É quase como aquelas imagens geradas nos exames para descobrir se está tudo bem com os bebês. Este novo método conseguiu produzir "fotografias" detalhadas da dinâmica dos sinais neurais que até hoje nunca tinham sido vistas.

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Outra parte intrigante desta técnica é que ela seria capaz de “ler” o comportamento através do fluxo sanguíneo. Quando uma parte do cérebro se torna mais ativa, existe um aumento da irrigação naquela área. 

Em experimentos usando macacos, os cientistas conseguiram prever os movimentos que os animais fariam antes da ação de fato. O ultrassom demonstrou ser capaz de captar sinais cerebrais relacionados à ideia de planejar o movimento físico.

O objetivo agora é ampliar os estudos para aplicação em seres humanos com lesões cerebrais graves para descobrir como o ultrassom se comporta ao medir e decodificar a atividade cerebral nestas pessoas. Pode ser o primeiro passo para o desenvolvimento de uma comunicação não verbal mais eficiente entre o cérebro e o mundo externo.

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Fonte: Caltech