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Oito perguntas sobre: como uma empresa quer democratizar a telemedicina no país

Por| 13 de Setembro de 2020 às 22h30

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A pandemia do coronavírus no Brasil fez um setor disparar no país: o da telemedicina. E para facilitar o combate à epidemia da Covid-19, principalmente porque os hospitais passaram a ficar sobrecarregados, o Conselho Federal de Medicina (CFM) passou a reconhecer e regulamentar a prática em abril deste ano. Aliás, essa já era uma demanda antiga dos profissionais do setor, antes mesmo da crise atual. 

Até então a telemedicina era restrita no Brasil, pela Resolução CFM nº 1.643/2002, que só a permitia em casos específicos e emergenciais, como na emissão de laudos a distância e prestação de suporte diagnóstico ou terapêutico. Agora, durante a crise da COVID-19, uma resolução temporária permite três novos moldes para o funcionamento da telemedicina: a teleorientação, o telemonitoramento e a teleinterconsulta (você pode saber a diferença entre elas nesta matéria). 

Com a regulamentação de uso e a chegada da pandemia, a procura pela telemedicina cresceu. E não apenas para lidar a Covid-19, mas também para o tratamento em outras especialidades.  E o potencial de crescimento deste setor está apenas no começo. Um estudo da Global Market Insights prevê que o mercado global da telemedicina gerará receitas de US$ 130,5 bilhões até 2025. 

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De olho nesse "bolo", surge a Docpass, uma plataforma de telemedicina, cujo serviço pode ser acessado por smartphones / tablets (Android e iOS), além de PCs. Ele permite que os pacientes consigam agendar e realizar consultas com um médico generalista ou, diretamente, com um especialista. O tempo de espera é de menos de 10 minutos e cada atendimento pode durar de 20 minutos a 1 hora, dependendo do nível de complexidade da demanda do paciente e da especialidade.

Dentre as mais de 20 especialidades disponíveis e oferecidas pela Docpass estão: clínica geral, cardiologia, pediatria, ginecologia/obstetrícia, pneumologia, cirurgia geral e plástica, mastologia e psiquiatria. O modelo é de consultas avulsas, com pagamento por cartão de crédito e débito, em que a sessão custa a partir de R$ 79,00, no caso de consulta com clínico geral, e podendo variar de R$ 100 a R$ 150, nos casos das outras especialidades.

Com essa estrutura, a empresa tem metas ambiciosas: espera chegar ao fim de 2021 com 1 milhão de pacientes em sua base e 500 mil atendimentos realizados em todas as regiões do Brasil, por meio de consultas avulsas e com uma rede de mais de seis mil médicos de referência no mercado. Para 2022, a previsão é atender um milhão de pacientes ao longo do ano, chegando a dois milhões de vidas cadastradas.

E para falar como a empresa chegará nessas marcas -  e sobre o mercado de telemedicina em geral - o "Oito perguntas sobre" dessa semana conversou com Guilherme Fraga, diretor do produto da Docpass, que falou sobre os desafios do setor. 

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Confira como foi o papo:

Canaltech - Quais os diferenciais da Docpass para se destacar no setor de telemedicina? No que a empresa se destaca em relação à concorrência?

Guilherme Fraga: Nossos diferenciais são curadoria médica e atendimento imediato e humanizado, principalmente. Fazemos parte de um grupo de referência na área de telemedicina, a Conexa Saúde, então contaremos com uma curadoria médica formada por profissionais de saúde qualificados para oferecer o melhor atendimento a distância.

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Além disso, o tempo de espera é de até 10 minutos para ser atendido e cada atendimento dura entre 20 e 30 minutos, para que o paciente receba toda a atenção necessária. Claro, dependendo da especialidade e da complexidade de cada caso, o tempo da consulta pode variar.

CT - Um dos objetivos da Docpass é democratizar o acesso à telemedicina no Brasil. Se isso significa atingir todas as camadas, o acesso deficitário à internet no país não seria um desafio? Como atingir, por exemplo, aqueles que contam com pacote limitado de dados?

G.F.: A missão da Docpass é levar atendimento médico de qualidade de forma ágil para o maior número de pessoas possível. Além das teleconsultas pelo celular, os pacientes também podem realizá-las por um computador conectado à internet. Pensando em acesso, vale dizer que estamos firmando diversas parcerias com empresas e farmácias, por exemplo, RD, Panvel e Pague Menos, a fim de fazer as consultas online realmente chegarem a quem não tem necessariamente um plano de dados.


CT - Ainda que a demanda por telemedicina tenha aumentado por causa da pandemia, muitas pessoas ainda optam pelo atendimento presencial. Como mostrar as vantagens da telemedicina de forma a mudar essa preferência, quebrar essa resistência?

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G.F.: De fato, a pandemia elevou bastante a procura por telemedicina. Durante esse período, pelo menos 1,7 milhão de atendimentos foram realizados no país. Desses, mais de 1 milhão foi realizado pela Conexa Saúde, a empresa que está por trás da Docpass. Hoje, são mais de 15 mil pacientes atendidos diariamente na plataforma da Conexa. Nós acreditamos que essa foi uma boa oportunidade para os brasileiros testarem e aprenderem sobre os benefícios da consulta online.

Hoje, em mais de 80% dos casos, a Docpass resolve a demanda dos seus pacientes na primeira consulta. Um atendimento realizado neste modelo traz diversos benefícios para o paciente: além de evitar idas desnecessárias ao pronto-socorro ou consultório, também evita gastos extras e tempo que poderia ser usado para outros fins.

CT - Quais regiões do Brasil vocês enxergam um maior potencial de crescimento para os serviços de telemedicina da Docpass?

G.F.: Por ser um serviço digital, a Docpass está disponível em todas as regiões do Brasil, principalmente onde o acesso médico é mais difícil e limitado, e a cobertura de plano de saúde é menor. Portanto, chegamos ao mercado como uma solução para quem não tem acesso fácil a um serviço médico; como uma solução para aqueles que, muitas vezes, têm que se deslocar da sua cidade de residência para outro município próximo para receber algum tipo de atendimento. Neste sentido, enxergamos potencial de crescimento para a telemedicina em todas as regiões do país.


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CT - Como funcionará esse projeto de totens de atendimento nas grandes redes de farmácias? Não haveria um problema de privacidade nessa prática?

G.F.: Hoje, a maioria das farmácias conta com uma sala privada dentro da loja, onde diversos serviços são oferecidos, como aplicação de medicamentos injetáveis. Nesses espaços, vamos disponibilizar totens para o paciente ser atendido com privacidade e sair do atendimento online com a opção de já comprar o medicamento, se for receitado pelo médico que o atendeu. A privacidade do atendimento e do relacionamento médico-paciente é um pilar importante para Docpass. Dessa forma, conseguimos garantir que isso será respeitado.

CT - Na telemedicina, existe a possibilidade de emitir prescrições de receitas para remédios controlados? Se sim, como isso seria feito? Em caso negativo, isso não seria uma desvantagem para atrair pacientes?

G.F.: Recentemente, o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) e o Conselho Federal de Farmácia (CFF) lançaram uma ferramenta para que os médicos possam emitir atestados ou receitas médicas com segurança em meio digital. 

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Com essa ferramenta, o médico pode emitir receitas de controle especial. Por outro lado, a emissão de receitas eletrônicas para alguns medicamentos controlados, como entorpecentes, talidomida e retinóides de uso sistêmico, continuam exigindo receitas de papel, em duas vias. Hoje, conseguimos fazer prescrições para nossos pacientes de uma forma integrada e 100% digital.


CT - Como o senhor vê o mercado da telemedicina quando a pandemia do coronavírus acabar? Essa modalidade veio para ficar ou ela voltará a ser mais regulada?

G.F.: A telemedicina veio para ficar. Os benefícios dela, tanto para o médico quanto para o paciente, estão cada vez mais claros. Aliás, vemos que essa modalidade consegue atender muito mais que apenas as demandas de Covid-19. A Docpass oferece consultas com clínico geral e em mais de 25 especialidades, atendendo demandas em áreas como cardiologia, psicologia, psiquiatria, pediatria e dermatologia, por exemplo.

Em mais de 90% dos casos, resolvemos o problema dos nossos pacientes via consulta online. O principal desafio é quebrar a barreira cultural das pessoas em relação a esse formato de medicina. Por outro lado, percebemos que, cada vez mais, está visível para os pacientes que é possível resolver à grande maioria das demandas de saúde por meio da telemedicina.

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CT - Falando um pouco de tendências: qual é o futuro da telemedicina? Que novos recursos ela pode agregar nos próximos anos? Existe algum país que seja uma referência a seguir nessa prática?

G.F.: A China e os Estados Unidos são dois mercados bem avançados quando o assunto é telemedicina - a China é mais focada no modelo B2B e os EUA, no modelo B2C, que é a proposta de Docpass. Em ambos, a população já está habituada a se consultar online como uma primeira reação quando ficam doentes.

E nós acreditamos que o Brasil caminha para este cenário também. As dinâmicas do mercado de saúde aqui indicam que existe uma oportunidade grande no B2C, dado que três quartos da população não têm cobertura de saúde e a Docpass oferece uma alternativa para essa parte da população ter acesso à saúde de qualidade.

A classe médica também tem visualizado os benefícios da telemedicina, achando novos pacientes e usando a tecnologia para atendê-los remotamente, por conta das dificuldades impostas pela pandemia. A telemedicina aparece para os médicos como uma forma de continuar o seu trabalho e até aumentar a capacidade de atendimento diário.